* Ivan Pinheiro
As últimas duas semanas me obrigaram a uma das mais difíceis reflexões da minha vida de militante. Até então, fui um dos grandes entusiastas da chapa própria do PCB para a Presidência da República, em razão da impossibilidade de constituição da Frente de Esquerda e de outros fatores.
Percorri este ano 17 Estados brasileiros (alguns mais de uma vez) e em todos eles pude sentir o orgulho e a auto-estima da nossa militância, por termos candidato próprio no âmbito nacional. Era fácil perceber o consenso em torno da decisão. Não é para menos. Depois de 18 anos de reconstrução, o PCB se encontra no seu melhor momento, em termos de possibilidades de crescimento com qualidade.
Defendi na reunião do Comitê Central encerrada hoje a possibilidade de mudança desta política, a depender de algumas garantias e dos resultados da continuidade das negociações em torno de propostas que o PSOL nos tem apresentado, em relação às quais, a partir de amanhã, uma comissão composta pelo CC apresentará ponderações e contrapropostas decididas em nossa reunião.
A decisão pela continuidade dos entendimentos com o PSOL foi aprovada, após amplo processo de reflexão, debate e convencimento mútuo, num clima maduro em que se analisaram as perspectivas para além das eleições deste ano e os custos e benefícios da decisão.
Em linhas gerais, as propostas apresentadas formalmente pelo PSOL incluem, entre outros aspectos, o candidato a Vice do PCB, com tempo na televisão e protagonismo destacado; coordenação de campanha em condições de igualdade; programa político a ser construído em seminários amplos; coligações no âmbito estadual de livre decisão dos dois partidos, caso a caso; esforços conjuntos para a manutenção e ampliação da frente de caráter anticapitalista para além das eleições; participação política conjunta em mandatos parlamentares conquistados; campanha em movimento, com conselho político que incorpore outras organizações políticas e sociais.
O Comitê Central tem consciência do impacto que a notícia de uma eventual coligação com o PSOL, se efetivada, poderá provocar em nosso meio e em nosso entorno: perplexidade, dúvidas e até desconfianças. O mais complicado é que este cenário pode se dar a poucos dias do encerramento do prazo para registro de candidaturas.
Devo reconhecer que meu discurso durante a pré-campanha contribui para esta perplexidade. Como estava convencido de que não haveria possibilidade de constituição da aliança, reafirmei o tempo todo, com veemência, que a nossa chapa própria nacional era irreversível.
Mas, se a aliança vier a se concretizar, tenho certeza de que o PCB é maduro para compreender politicamente as razões da decisão, superar a perplexidade inicial e se dedicar como um todo à campanha eleitoral, com o mesmo entusiasmo e a mesma energia que teríamos com a chapa própria.
Com a responsabilidade que exerço hoje, por delegação do PCB, e como nosso candidato a Presidente, não posso deixar de externar a minha opinião.
O orgulho natural de ser o candidato a Presidente da República pelo PCB não pode se sobrepor à reflexão serena e responsável do que é melhor para o Partido. E o melhor para o Partido é sempre o que é melhor para a revolução socialista brasileira. É preciso olhar para além de 3 de outubro de 2010!
Até recentemente, era consenso no Comitê Central que alguns fatores importantes inviabilizavam a coligação, como registramos na Nota Política “Por que o PCB vai apresentar candidatura própria nas eleições presidenciais”:
- O trauma das eleições de 2006, em que a candidata a Presidente não respeitava coordenação de campanha nem acordos, subestimava a necessidade de um programa e falava o que lhe vinha à cabeça, além de privilegiar na campanha candidatos de sua preferência pessoal;
- A dissolução, após as eleições, da Frente de Esquerda, que não passou de uma coligação eleitoral;
- O exercício personalizado dos mandatos parlamentares conquistados pela coligação;
- A postura errática do PSOL, desde setembro do ano passado, para a escolha de sua candidatura à Presidência, que passou pela aposta em Heloísa Helena, pela ilusão em Marina Silva e por uma dramática disputa interna que parecia deixar seqüelas de difícil superação.
Por outro lado, havia entre nós a avaliação de que os setores sindicais do PSOL iriam compor uma central sindical/popular com o PSTU, dentro de um acordo que poderia levar a uma coligação eleitoral entre esses dois partidos.
Outra avaliação que tínhamos era de que, em função das seqüelas das disputas internas, a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio poderia ser “cristianizada” por parte importante do PSOL, que se alinhara em torno de outra candidatura na disputa interna e que esse partido passaria por uma crise desagregadora.
No entanto, fatos e informações recentes nos indicam que houve importantes alterações neste quadro:
- O Congresso em que se criaria a nova central encerrou-se com uma divisão de complexa reparação.
- O PSOL recompôs sua unidade dentro da diversidade mais cedo que esperávamos e a candidatura Plínio unificou todas as correntes nacionais do partido, à exceção de um grupo regional que gravita em torno da candidata ao Senado por Alagoas.
Estes fatores levaram a CPN a reavaliar o quadro político, sem paixão, corporativismo ou autoproclamação, à luz das Resoluções do XIV Congresso, já que a nossa política eleitoral é condicionada à tática e a estratégia da revolução brasileira.
Desta forma, na semana passada, a CPN resolveu convocar a reunião do CC que hoje se encerrou e, aceitando a proposta do PSOL de continuar o diálogo, constituiu uma comissão específica para participar destes entendimentos, que se desdobraram por toda a semana passada, resultando na apresentação, por parte do PSOL, de uma proposta formal. O Comitê Central considerou positiva, mas insuficiente em alguns aspectos, a proposta apresentada e resolveu dar curso aos entendimentos.
A orientação do CC é no sentido de autorizar uma comissão de entendimentos a avançar na negociação, procurando fazer com que o acordo seja bom para ambas as partes e possa ser celebrado até esta quarta-feira.
Segundo a posição aprovada na reunião do CC, a aliança eleitoral com o PSOL nestas eleições pode criar um patamar elevado para estreitar a unidade de ação, em nosso país, nas lutas contra-hegemônicas, diante da ofensiva do capital, o que pode ter reflexos positivos no relacionamento entre nossos partidos e militantes, no ambiente sindical e operário, no movimento estudantil e entre a juventude trabalhadora, na solidariedade internacionalista e em outras frentes de luta.
Uma vez concretizada, esta aliança eleitoral pode contribuir para a atração de um pólo importante para a constituição da frente anticapitalista, se formos capazes de influir no sentido de uma campanha movimento em que, nas lutas concretas com os diversos movimentos políticos e sociais e personalidades do campo socialista, possamos ir criando um clima de unidade e debatendo um programa comum. A parceria eleitoral pode ajudar na transformação da frente num espaço permanente de consultas, acordos e lutas comuns.
Neste momento, temos que ter maturidade para perceber que esta aliança tem elementos táticos e estratégicos importantes e que não tem contradições com a necessidade de reconstruir revolucionariamente o PCB.
A maturidade que caracteriza os comunistas está acima dos raciocínios do curto prazo e do espírito de corpo; devemos privilegiar o que é melhor para o proletariado, para derrotarmos nossos inimigos de classe e para a revolução socialista.
Ivan Pinheiro
Secretário Geral do PCB (Partido Comunista Brasileiro)
27 de junho de 2010
Obs.: este texto foi aprovado pelo Comitê Central do PCB.
28 de jun. de 2010
27 de jun. de 2010
Partido comunista norte-coreano elegerá novos líderes .
Sáb, 26 Jun, 03h42
Por Jack Kim e Suh Kyung-min
SEUL (Reuters) - O partido comunista que controla a Coreia do Norte convocou um raro encontro para eleger uma nova equipe de governo, em uma medida que, segundo analistas, pode colocar em prática planos para que o filho do líder Kim Jong-il vire o sucessor do seu pai, cuja saúde está enfraquecida.
Pela primeira vez em três décadas, a elite política do país foi convocada para uma convenção do Partido dos Trabalhadores da Coreia (WPK) em setembro, em meio a uma série de mudanças políticas e militares nas últimas semanas.
"O Departamento Político do Comitê Central do WPK decide convocar no começo de setembro. uma conferência do WPK para eleger seu principal corpo de líderes, atendendo a novas necessidades do WPK," afirmou neste sábado a agência de notícias oficial KCNA.
Kim Jong-il, de 68 anos, sofreu um derrame em 2008 e acredita-se que esteja guiando seu filho mais novo, Jong-un, para assumir como líder da nação.
"Há uma grande possibilidade que Kim Jong-un seja apontado para uma alta posição no Departamento Político durante a convenção do Partido dos Trabalhadores," afirmou Koh Yu-hwan, da Universidade Dongguk, em Seul, um especialista no governo norte-coreano.
"O Partido dos Trabalhadores também deve passar por uma grande reformulação de pessoal e mudanças na organização enquanto ela própria se prepara para a sucessão."
O WPK é o partido que controla a fechada nação asiática, e Kim é o seu secretário-geral. Ele também é presidente da cada vez mais ponderosa Comissão de Defesa Nacional.
Por Jack Kim e Suh Kyung-min
SEUL (Reuters) - O partido comunista que controla a Coreia do Norte convocou um raro encontro para eleger uma nova equipe de governo, em uma medida que, segundo analistas, pode colocar em prática planos para que o filho do líder Kim Jong-il vire o sucessor do seu pai, cuja saúde está enfraquecida.
Pela primeira vez em três décadas, a elite política do país foi convocada para uma convenção do Partido dos Trabalhadores da Coreia (WPK) em setembro, em meio a uma série de mudanças políticas e militares nas últimas semanas.
"O Departamento Político do Comitê Central do WPK decide convocar no começo de setembro. uma conferência do WPK para eleger seu principal corpo de líderes, atendendo a novas necessidades do WPK," afirmou neste sábado a agência de notícias oficial KCNA.
Kim Jong-il, de 68 anos, sofreu um derrame em 2008 e acredita-se que esteja guiando seu filho mais novo, Jong-un, para assumir como líder da nação.
"Há uma grande possibilidade que Kim Jong-un seja apontado para uma alta posição no Departamento Político durante a convenção do Partido dos Trabalhadores," afirmou Koh Yu-hwan, da Universidade Dongguk, em Seul, um especialista no governo norte-coreano.
"O Partido dos Trabalhadores também deve passar por uma grande reformulação de pessoal e mudanças na organização enquanto ela própria se prepara para a sucessão."
O WPK é o partido que controla a fechada nação asiática, e Kim é o seu secretário-geral. Ele também é presidente da cada vez mais ponderosa Comissão de Defesa Nacional.
25 de jun. de 2010
Convenção nacional do PSOL referenda candidatura de Plínio Arruda Sampaio neste dia 30.
Fechando o ciclo de encontros para definição dos presidenciáveis deste ano, o PSOL realiza sua convenção nacional no próximo dia 30 de junho (quarta-feira), a partir das 10 horas da manhã, no auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa de São Paulo (Avenida Pedro Álvares Cabral, 201 – Ibirapuera). A convenção homologa a candidatura de Plínio Arruda Sampaio para disputar as eleições presidenciais em 2010.
O evento contará com a presença dos três deputados federais que representam o PSOL na Câmara dos Deputados, do senador José Nery (PSOL-PA) e dos três deputados estaduais da sigla.
Intelectuais e personalidades que apóiam a candidatura e contribuem na formulação do programa de governo também estarão presentes. Já confirmaram: os geógrafos Aziz Ab’Saber e Ariovaldo Umbelino, os sociólogos Chico de Oliveira e Heloísa Fernandes, dom Tomás Balduíno (bispo emérito de Goiás), o mestre em p lanejamento energético Ildo Sauer, os filósofos Paulo e Otília Arantes, o arquiteto e especialista em projetos de habitação Pedro Fiori Arantes e o jurista Pedro Gentil. Além dos especialistas que articulam em conjunto com a coordenação da campanha as propostas programáticas que Plínio Arruda Sampaio defenderá na campanha, a convenção nacional do PSOL também contará com a presença de lideranças do MST e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), de pastorais sociais da igreja católica e outros movimentos sociais que apóiam o candidato do PSOL.
A imprensa terá acesso ao local a partir das 11 horas e o evento será encerrado às 13 horas, com um ato de formalização da candidatura. Solicitamos aos veículos que credenciem seus representantes previamente pelo email comunicacao@pliniopresidente.com
O evento contará com a presença dos três deputados federais que representam o PSOL na Câmara dos Deputados, do senador José Nery (PSOL-PA) e dos três deputados estaduais da sigla.
Intelectuais e personalidades que apóiam a candidatura e contribuem na formulação do programa de governo também estarão presentes. Já confirmaram: os geógrafos Aziz Ab’Saber e Ariovaldo Umbelino, os sociólogos Chico de Oliveira e Heloísa Fernandes, dom Tomás Balduíno (bispo emérito de Goiás), o mestre em p lanejamento energético Ildo Sauer, os filósofos Paulo e Otília Arantes, o arquiteto e especialista em projetos de habitação Pedro Fiori Arantes e o jurista Pedro Gentil. Além dos especialistas que articulam em conjunto com a coordenação da campanha as propostas programáticas que Plínio Arruda Sampaio defenderá na campanha, a convenção nacional do PSOL também contará com a presença de lideranças do MST e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), de pastorais sociais da igreja católica e outros movimentos sociais que apóiam o candidato do PSOL.
A imprensa terá acesso ao local a partir das 11 horas e o evento será encerrado às 13 horas, com um ato de formalização da candidatura. Solicitamos aos veículos que credenciem seus representantes previamente pelo email comunicacao@pliniopresidente.com
21 de jun. de 2010
A contenda inevitável.
Recentemente, afirmei que o mundo se esqueceria logo da tragédia que estava a ponto de se produzir como fruto da política seguida, durante mais de dois séculos, pela superpotência vizinha: os Estados Unidos.
Conhecemos sua forma sinuosa e arteira de atuar; o impetuoso crescimento econômico alcançado a partir do desenvolvimento técnico e científico; as enormes riquezas acumuladas às custas da imensa maioria de seu povo trabalhador e dos do resto do mundo por uma exígua minoria que, nesse país e nos demais, dispõe e desfruta de riquezas sem límite.
Quem se queixa cada vez mais senão os trabalhadores, os profissionais, os que prestam serviços à população, os aposentados, os que carecem de emprego, as crianças de rua, as pessoas desprovidas de conhecimentos elementares, que constituem a imensa maioria dos quase sete bilhões de habitantes do planeta, cujos recursos vitais se esgotam visivelmente?
Como os tratam as chamadas forças da ordem, que deveriam protegê-los?
A quem golpeiam os policiais, armados de todos os instrumentos de repressão possível?
Não preciso descrever fatos que os povos em todas as partes, incluído o dos Estados Unidos, observam através dos televisores, dos computadores e de outros meios de informação de massa.
Um pouco mais difícil é desentranhar os projetos sinistros daqueles que têm em suas mãos o destino da humanidade, pensando absurdamente que se pode impor semelhante ordem mundial.
Que escreví nas últimas cinco reflexões com as quais ocupei o espaço do Granma e do sitio Web CubaDebate entre 30 de maio e 10 de junho de 2010?
Já os elementos básicos de um futuro muito próximo foram lançados ao ar e não têm marcha atrás possível. Os impactantes acontecimentos da Copa do Mundo de Futebol na África do Sul, no curso de uns breves dias, captaram nossas mentes.
Apenas temos tempo de respirar durante as seis horas que se transmitem ao vivo e direto pela televisão de quase todos os países do mundo.
Tendo presenciado já os encontros entre as equipes mais prestigiosas em só seis dias, e aplicando meus pouco confiáveis pontos de vista, me atrevo a considerar que entre Argentina, Brasil, Alemanha, Inglaterra e Espanha está o campeão da Copa.
Já não sobra equipe proeminente que não tenha mostrado suas garras de leão nesse esporte, onde antes não se via mais do que pessoas correndo no extenso campo de uma baliza à outra. Hoje, graças a nomes famosos como Maradona e Messi, conhecedor ds proezas do primeiro como o melhor jogador da história desse esporte e seu critério de que o outro é igual ou melhor do que ele, posso já distinguir o papel de cada um dos 11 jogadores.
Conheci também nesses dias que a nova bola de futebol é de geometría variável no ar, mais veloz e quica muito mais. Os próprios jogadores, começando pelos goleiros, se queixam destas novas características, mas inclusive os atacantes e a defesa também se queixam, e bastante, já que a bola vai mais rápido e em toda sua vida eles aprenderam a manejar outra. São os dirigentes da FIFA que decidem sobre o assunto em cada Copa do Mundo.
Dessa vez transfiguraram esse esporte; é outro, ainda que se siga chamando igual. Os fanáticos, que não conhecem as mudanças introducidas na bola - que é a alma de um grande número de atividades esportivas - e enchem as arquibancadas de qualquer estádio, são os que gozam a beleza e todos as aceitarão sob o mágico nome do glorioso futebol. Até Maradona, que foi o melhor jogador de sua história, se resignará tranquilamente a que outros atletas façam mais gols, a maior distância, mais espetaculares e com mais pontaría do que ele, na mesma baliza, e do mesmo tamanho, que aquela na qual sua fama alcançou um sinal tão alto.
Com bola amadora era distinto, as batidas passavam da madeira ao aluminio, ou deste à madeira, só se estabeleciam determinados requisitos.
Os poderosos clubes profissionais dos Estados Unidos decidiram aplicar normas rígidas com relação à batida e outra série de requisitos tradicionais, que mantêm as características do velho esporte. Realmente, deram ao espectáculo especial interesse e também os enormes lucros que o público e os anúncios publicitários pagam.
Na atual voragem esportiva, um esporte extraordinário e nobre como o volei, do qual tanto se gosta em nosso país, está imerso em sua Liga Mundial, o torneio mais importante para esta especialidade a cada ano, excetuando os títulos que derivam do primeiro lugar nas competições olímpicas ou os campeonatos mundiais.
Sexta e sábado da semana passada, na Cidade Desportiva, se efetuaram os penúltimos jogos que tiveram lugar em Cuba. Nossa equipe até agora não perdeu uma só partida. O último adversário foi nada menos que a Alemanha. Entre seus atletas, estava um gigante alemão de 2,14 metros de altura, que é um excelente arrematador. Foi uma verdadeira façanha ganhar todos os set, exceto o terceiro da segunda partida. Os membros da nossa equipe, muito jovens todos, um dos quais tem só 16 anos, demonstraram uma surpreendente capacidade de reação. O atual campeão da Europa é a Polônia e a equipe alemã obteve a vitória nos dois encontros que teve contra aquela equipe. Antes desses êxitos, ninguém supôs que a equipe de Cuba estaria de novo entre os melhores do mundo.
Desgraçadamente, por outro lado, na esfera política, o caminho está saturado de enormes riscos.
Um assunto que assinalei anteriormente, entre os elementos básicos de um futuro muito próximo, lançados ao ar, que já não têm retrocesso possível, é o afundamento do Cheonan, navio insigna da marinha sul-coreana, que naufragou em 26 de março, em questão de minutos, ocasionando a morte de 46 marinheiros e dezenas de feridos.
O governo da Coreia do Sul ordenou uma investigação para saber se o fato foi consequência de uma explosão interna ou externa. Ao comprovar que procedía do exterior, acusou o governo de Pyongyang pelo afundamento da nave. A Coreia do Norte só dispunha de um velho modelo de torpedo, de fabricação soviética. Carecía-se de qualquer outro elemento, exceto a lógica mais simples. Não se podía sequer imaginar outra causa.
No passado mês de março, como primeiro passo, o governo da Coreia do Sul ordenou a ativação de alto-falantes de propaganda em 11 pontos da fronteira comum desmilitarizada que separa as duas Coreias.
O alto comando das Forças Armadas da República Popular Democrática da Coreia, por sua parte, declarou que destruiria os alto-falantes tão logo se iniciasse essa atividade. Ela fora suspensa desde o ano de 2004. A República Popular Democrática da Coreia declarou textualmente que convertiria Seúl num "mar de fogo".
Na sexta-feira passada, o Exército da Coreia do Sul anunciou que a iniciaria tão logo o Conselho de Segurança anunciasse suas medidas pelo afundamento do navio sul-coreano Cheonan. Ambas as repúblicas coreanas já estão com o dedo no gatilho.
O governo da Coreia do Sul não podía imaginar que seu estreito aliado, os Estados Unidos, colocaria uma mina no fundo do Cheonan, como relata num artigo o jornalista investigador Wayne Madsen, publicado por Global Research em 1º de junho de 2010, com uma explicação coerente do sucedido. Fundamenta-se no fato de que a Coreia do Norte não possui nenhum tipo de foguete ou instrumento algum para afundar o Cheonan, que não pudesse ser detetado pelos sofisticados equipamentos do caça submarino.
A Coreia do Norte fora acusada de algo que não fez, o que determinou a viagem urgente de Kim Jong Il à China em trem blindado.
Quando esses fatos se produzem subitamente, na mente do governo da Coreia do Sul não havia nem há espaço para outra causa possível.
Em meio ao ambiente esportivo e alegre, o céu se ensombrece cada vez mais.
As intenções dos Estados Unidos são óbvias desde há tempos, à medida que seu governo atua obrigado por seus próprios designos sem alternativas possíveis.
Seu propósito - acostumados à imposição de seus designos pela força -, é que Israel ataque as instalações produtoras de urânio enriquecido no Irã, utilizando os mais modernos aviões e o sofisticado armamento que irresponsavelmente lhe fornece a superpotência. Esta sugeriu a Israel, que não tem fronteiras com o Irã, a solicitar da Arábia Saudita permissão para sobrevoar um comprido e estreito corredor aéreo, encurtando consideravelmente a distância entre o ponto de partida dos aviões atacantes e os objetivos a destruir.
De acordo com o plano, que em partes essenciais foi divulgado pela Inteligência de Israel, ondas de aviões atacarão uma e outra vez para esmagar os objetivos.
No sábado passado, 12 de junho, importantes órgãos de imprensa ocidentais publicaram a noticia sobre um corredor aéreo concedido pela Arábia Saudita a Israel, préviamente acordado com o Departamento de Estado norte-americano, com o objetivo de realizar ensaios de voos com os caça-bombardeiros israelenses para atacar de surpresa o Irã, que estes já haviam levado a cabo no espaço aéreo saudita.
Porta-vozes de Israel nada negaram, limitando-se só a declarar que os mencionados países sentiam mais temor do desenvolvimento nuclear iraniano do que o próprio Israel.
Em 13 de junho, quando o Times de Londres publicou uma informação tomada de fontes de inteligência, assegurando que a Arábia Saudita divulgou um acordo que concede autorização a Israel para a passagem por um corredor aéreo sobre seu território para o ataque ao Irã, o Presidente Ahmadinejad declarou, ao receber as credenciais do novo Embaixador saudita em Teherã, Mohamad Ibn Abbas al Kalabi, que havia muitos inimigos que não desejavam relações próximas entre ambos os países, "...Mas se Irã e Arábia Saudita permanecem um ao lado do outro, esses inimigos renunciarão a continuar com a agressão...".
Do ponto de vista iraniano, a meu juízo, essas declarações se justificavam, quaisquer que fossem suas razões para fazê-las. Possivelmente não desejava ferir no mais mínimo seus vizinhos árabes.
Os ianques não disseram uma palavra, só para refletir mais do que nunca seu desejo ardente de varrer o governo nacionalista que dirige o Irã.
Há que se perguntar agora, quando o Conselho de Segurança analisará o afundamento do Cheonan, que fora navio insigna da Armada Sul-coreana; que conduta seguirá depois que os dedos nos gatilhos das armas na península coreana as disparem; se é certo ou não que a Arábia Saudita, de acordo com o Departamento de Estado, autorizou um corredor aéreo para que ondas de modernos bombardeiros israelenses ataquem as instalações iranianas, o que possibilita inclusive o emprego das armas nucleares fornecidas pelos Estados Unidos.
Entre um jogo e outro da Copa do Mundo de Futebol, as diabólicas notícias vão deslizando pouco a pouco, de modo que ninguém se ocupe delas.
Fidel Castro Ruz
16 de junho de 2010
Fonte: CubaDebate
Conhecemos sua forma sinuosa e arteira de atuar; o impetuoso crescimento econômico alcançado a partir do desenvolvimento técnico e científico; as enormes riquezas acumuladas às custas da imensa maioria de seu povo trabalhador e dos do resto do mundo por uma exígua minoria que, nesse país e nos demais, dispõe e desfruta de riquezas sem límite.
Quem se queixa cada vez mais senão os trabalhadores, os profissionais, os que prestam serviços à população, os aposentados, os que carecem de emprego, as crianças de rua, as pessoas desprovidas de conhecimentos elementares, que constituem a imensa maioria dos quase sete bilhões de habitantes do planeta, cujos recursos vitais se esgotam visivelmente?
Como os tratam as chamadas forças da ordem, que deveriam protegê-los?
A quem golpeiam os policiais, armados de todos os instrumentos de repressão possível?
Não preciso descrever fatos que os povos em todas as partes, incluído o dos Estados Unidos, observam através dos televisores, dos computadores e de outros meios de informação de massa.
Um pouco mais difícil é desentranhar os projetos sinistros daqueles que têm em suas mãos o destino da humanidade, pensando absurdamente que se pode impor semelhante ordem mundial.
Que escreví nas últimas cinco reflexões com as quais ocupei o espaço do Granma e do sitio Web CubaDebate entre 30 de maio e 10 de junho de 2010?
Já os elementos básicos de um futuro muito próximo foram lançados ao ar e não têm marcha atrás possível. Os impactantes acontecimentos da Copa do Mundo de Futebol na África do Sul, no curso de uns breves dias, captaram nossas mentes.
Apenas temos tempo de respirar durante as seis horas que se transmitem ao vivo e direto pela televisão de quase todos os países do mundo.
Tendo presenciado já os encontros entre as equipes mais prestigiosas em só seis dias, e aplicando meus pouco confiáveis pontos de vista, me atrevo a considerar que entre Argentina, Brasil, Alemanha, Inglaterra e Espanha está o campeão da Copa.
Já não sobra equipe proeminente que não tenha mostrado suas garras de leão nesse esporte, onde antes não se via mais do que pessoas correndo no extenso campo de uma baliza à outra. Hoje, graças a nomes famosos como Maradona e Messi, conhecedor ds proezas do primeiro como o melhor jogador da história desse esporte e seu critério de que o outro é igual ou melhor do que ele, posso já distinguir o papel de cada um dos 11 jogadores.
Conheci também nesses dias que a nova bola de futebol é de geometría variável no ar, mais veloz e quica muito mais. Os próprios jogadores, começando pelos goleiros, se queixam destas novas características, mas inclusive os atacantes e a defesa também se queixam, e bastante, já que a bola vai mais rápido e em toda sua vida eles aprenderam a manejar outra. São os dirigentes da FIFA que decidem sobre o assunto em cada Copa do Mundo.
Dessa vez transfiguraram esse esporte; é outro, ainda que se siga chamando igual. Os fanáticos, que não conhecem as mudanças introducidas na bola - que é a alma de um grande número de atividades esportivas - e enchem as arquibancadas de qualquer estádio, são os que gozam a beleza e todos as aceitarão sob o mágico nome do glorioso futebol. Até Maradona, que foi o melhor jogador de sua história, se resignará tranquilamente a que outros atletas façam mais gols, a maior distância, mais espetaculares e com mais pontaría do que ele, na mesma baliza, e do mesmo tamanho, que aquela na qual sua fama alcançou um sinal tão alto.
Com bola amadora era distinto, as batidas passavam da madeira ao aluminio, ou deste à madeira, só se estabeleciam determinados requisitos.
Os poderosos clubes profissionais dos Estados Unidos decidiram aplicar normas rígidas com relação à batida e outra série de requisitos tradicionais, que mantêm as características do velho esporte. Realmente, deram ao espectáculo especial interesse e também os enormes lucros que o público e os anúncios publicitários pagam.
Na atual voragem esportiva, um esporte extraordinário e nobre como o volei, do qual tanto se gosta em nosso país, está imerso em sua Liga Mundial, o torneio mais importante para esta especialidade a cada ano, excetuando os títulos que derivam do primeiro lugar nas competições olímpicas ou os campeonatos mundiais.
Sexta e sábado da semana passada, na Cidade Desportiva, se efetuaram os penúltimos jogos que tiveram lugar em Cuba. Nossa equipe até agora não perdeu uma só partida. O último adversário foi nada menos que a Alemanha. Entre seus atletas, estava um gigante alemão de 2,14 metros de altura, que é um excelente arrematador. Foi uma verdadeira façanha ganhar todos os set, exceto o terceiro da segunda partida. Os membros da nossa equipe, muito jovens todos, um dos quais tem só 16 anos, demonstraram uma surpreendente capacidade de reação. O atual campeão da Europa é a Polônia e a equipe alemã obteve a vitória nos dois encontros que teve contra aquela equipe. Antes desses êxitos, ninguém supôs que a equipe de Cuba estaria de novo entre os melhores do mundo.
Desgraçadamente, por outro lado, na esfera política, o caminho está saturado de enormes riscos.
Um assunto que assinalei anteriormente, entre os elementos básicos de um futuro muito próximo, lançados ao ar, que já não têm retrocesso possível, é o afundamento do Cheonan, navio insigna da marinha sul-coreana, que naufragou em 26 de março, em questão de minutos, ocasionando a morte de 46 marinheiros e dezenas de feridos.
O governo da Coreia do Sul ordenou uma investigação para saber se o fato foi consequência de uma explosão interna ou externa. Ao comprovar que procedía do exterior, acusou o governo de Pyongyang pelo afundamento da nave. A Coreia do Norte só dispunha de um velho modelo de torpedo, de fabricação soviética. Carecía-se de qualquer outro elemento, exceto a lógica mais simples. Não se podía sequer imaginar outra causa.
No passado mês de março, como primeiro passo, o governo da Coreia do Sul ordenou a ativação de alto-falantes de propaganda em 11 pontos da fronteira comum desmilitarizada que separa as duas Coreias.
O alto comando das Forças Armadas da República Popular Democrática da Coreia, por sua parte, declarou que destruiria os alto-falantes tão logo se iniciasse essa atividade. Ela fora suspensa desde o ano de 2004. A República Popular Democrática da Coreia declarou textualmente que convertiria Seúl num "mar de fogo".
Na sexta-feira passada, o Exército da Coreia do Sul anunciou que a iniciaria tão logo o Conselho de Segurança anunciasse suas medidas pelo afundamento do navio sul-coreano Cheonan. Ambas as repúblicas coreanas já estão com o dedo no gatilho.
O governo da Coreia do Sul não podía imaginar que seu estreito aliado, os Estados Unidos, colocaria uma mina no fundo do Cheonan, como relata num artigo o jornalista investigador Wayne Madsen, publicado por Global Research em 1º de junho de 2010, com uma explicação coerente do sucedido. Fundamenta-se no fato de que a Coreia do Norte não possui nenhum tipo de foguete ou instrumento algum para afundar o Cheonan, que não pudesse ser detetado pelos sofisticados equipamentos do caça submarino.
A Coreia do Norte fora acusada de algo que não fez, o que determinou a viagem urgente de Kim Jong Il à China em trem blindado.
Quando esses fatos se produzem subitamente, na mente do governo da Coreia do Sul não havia nem há espaço para outra causa possível.
Em meio ao ambiente esportivo e alegre, o céu se ensombrece cada vez mais.
As intenções dos Estados Unidos são óbvias desde há tempos, à medida que seu governo atua obrigado por seus próprios designos sem alternativas possíveis.
Seu propósito - acostumados à imposição de seus designos pela força -, é que Israel ataque as instalações produtoras de urânio enriquecido no Irã, utilizando os mais modernos aviões e o sofisticado armamento que irresponsavelmente lhe fornece a superpotência. Esta sugeriu a Israel, que não tem fronteiras com o Irã, a solicitar da Arábia Saudita permissão para sobrevoar um comprido e estreito corredor aéreo, encurtando consideravelmente a distância entre o ponto de partida dos aviões atacantes e os objetivos a destruir.
De acordo com o plano, que em partes essenciais foi divulgado pela Inteligência de Israel, ondas de aviões atacarão uma e outra vez para esmagar os objetivos.
No sábado passado, 12 de junho, importantes órgãos de imprensa ocidentais publicaram a noticia sobre um corredor aéreo concedido pela Arábia Saudita a Israel, préviamente acordado com o Departamento de Estado norte-americano, com o objetivo de realizar ensaios de voos com os caça-bombardeiros israelenses para atacar de surpresa o Irã, que estes já haviam levado a cabo no espaço aéreo saudita.
Porta-vozes de Israel nada negaram, limitando-se só a declarar que os mencionados países sentiam mais temor do desenvolvimento nuclear iraniano do que o próprio Israel.
Em 13 de junho, quando o Times de Londres publicou uma informação tomada de fontes de inteligência, assegurando que a Arábia Saudita divulgou um acordo que concede autorização a Israel para a passagem por um corredor aéreo sobre seu território para o ataque ao Irã, o Presidente Ahmadinejad declarou, ao receber as credenciais do novo Embaixador saudita em Teherã, Mohamad Ibn Abbas al Kalabi, que havia muitos inimigos que não desejavam relações próximas entre ambos os países, "...Mas se Irã e Arábia Saudita permanecem um ao lado do outro, esses inimigos renunciarão a continuar com a agressão...".
Do ponto de vista iraniano, a meu juízo, essas declarações se justificavam, quaisquer que fossem suas razões para fazê-las. Possivelmente não desejava ferir no mais mínimo seus vizinhos árabes.
Os ianques não disseram uma palavra, só para refletir mais do que nunca seu desejo ardente de varrer o governo nacionalista que dirige o Irã.
Há que se perguntar agora, quando o Conselho de Segurança analisará o afundamento do Cheonan, que fora navio insigna da Armada Sul-coreana; que conduta seguirá depois que os dedos nos gatilhos das armas na península coreana as disparem; se é certo ou não que a Arábia Saudita, de acordo com o Departamento de Estado, autorizou um corredor aéreo para que ondas de modernos bombardeiros israelenses ataquem as instalações iranianas, o que possibilita inclusive o emprego das armas nucleares fornecidas pelos Estados Unidos.
Entre um jogo e outro da Copa do Mundo de Futebol, as diabólicas notícias vão deslizando pouco a pouco, de modo que ninguém se ocupe delas.
Fidel Castro Ruz
16 de junho de 2010
Fonte: CubaDebate
20 de jun. de 2010
Viúva de Saramago evoca Jorge Amado durante cremação do escritor português.
A viúva de José Saramago, a jornalista espanhola Pilar del Río, evocou o escritor brasileiro Jorge Amado (1912-2001) ao transmitir uma mensagem aos amigos e familiares que acompanharam, na manhã deste domingo (20), a cremação do marido no cemitério do Alto de São João, em Lisboa.
De acordo com relato do editor de Saramago, Zeferino Coelho, Pilar contou uma história segundo a qual o romancista baiano, que era amigo de seu colega português, teria se preocupado mais com os jornais, para saber as notícias do mundo, do que com a eventual queda do avião em que estava e que estava passando por uma pane.
Segundo Coelho, a intenção de Pilar foi lembrar que Saramago também tinha, até o fim da vida, essa atenção permanente com as coisas que aconteciam no mundo e ao seu redor.
A cerimônia de cremação do corpo do escritor português terminou por volta das 9h30 (horário de Brasília). Quando a fumaça começou a sair da chaminé do crematório, as pessoas aplaudiram demoradamente, gritaram o nome do escritor, sendo que várias se emocionaram e foram ao choro.
Várias centenas de pessoas acompanharam a cerimônia, do lado de fora do crematório, além de autoridades e um batalhão de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos de Portugal e do mundo.
De acordo com relato do editor de Saramago, Zeferino Coelho, Pilar contou uma história segundo a qual o romancista baiano, que era amigo de seu colega português, teria se preocupado mais com os jornais, para saber as notícias do mundo, do que com a eventual queda do avião em que estava e que estava passando por uma pane.
Segundo Coelho, a intenção de Pilar foi lembrar que Saramago também tinha, até o fim da vida, essa atenção permanente com as coisas que aconteciam no mundo e ao seu redor.
A cerimônia de cremação do corpo do escritor português terminou por volta das 9h30 (horário de Brasília). Quando a fumaça começou a sair da chaminé do crematório, as pessoas aplaudiram demoradamente, gritaram o nome do escritor, sendo que várias se emocionaram e foram ao choro.
Várias centenas de pessoas acompanharam a cerimônia, do lado de fora do crematório, além de autoridades e um batalhão de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos de Portugal e do mundo.
15 de jun. de 2010
As eleições e o monopólio da mídia.
Plínio Arruda Sampaio
Na última quinzena estive em diversas cidades do Brasil. No dia 19 de maio, fui a Brasília, onde participei da “Primeira Marcha Nacional contra a Homofobia” e falei para estudantes da UnB. De lá, voei para Francisco Beltrão, no Paraná, onde me esperavam três mil assentados de reforma agrária para ouvir uma palestra sobre agroecologia.
A parada seguinte foi em Fortaleza, no Ceará, a fim de discutir o Programa de Governo, nos dias 22 e 23 de maio. No dia 24, participei de debate sobre as violações aos direitos humanos na Semana de Jornalismo da PUC-SP e, à noite de um seminário de lançamento da campanha em defesa da convivência familiar promovido pelo Conselho Regional de Serviço Social, também na capital paulista.
Neste mesmo período a OAB, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a rádio CBN anunciaram debates com os três pré-candidatos do sistema. O pré-candidato do PSOL não foi convidado.
E, na sequência, percorri as capitais do Sul do país (Curitiba, Santa Catarina e Porto Alegre), nos dias 26 a 28, em diversas atividades. À exceção de Porto Alegre e Santa Catarina, onde a mídia em geral e os veículos impressos em particular repercutiram as atividades, o silêncio foi quase total.
No sábado dia, 29, pela manhã, participei de outro debate, no TUCA, promovido pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e à Educação Popular. À tarde, a candidata pelo PV Marina Silva participou do debate. Pois bem, os grandes órgãos de imprensa, à exceção do Terra, apesar de avisados, não deram uma linha de informação sobre minha presença nessas atividades apesar de cobrirem a presença da candidata do PV no evento. É a cortina de silencio sobre a candidatura que não pode ser noticiada.
Por que?
A “justificativa” é que o candidato é nanico e nem aparece nas pesquisas.
O fato é que o pré-candidato do PSOL é socialista e, como tal, tem uma proposta diametralmente opostas dos três preferidos da grande mídia.
O verdadeiro motivo da omissão da minha pré-candidatura parece buscar justificar a exclusão dos debates na TV. Embora o PSOL tenha o direito legal que reivindicará de estar nos mesmos, tendo em vista que tem bancada na Câmara dos Deputados.
Apesar dos três candidatos melhor colocados nas pesquisas ostentem elevados índices de preferência popular – impulsionados pela exposição massiva e cotidiana nas redes de TV, rádios e jornais – a burguesia não quer debater temas perigosos para eles. E isso é exatamente o que a candidatura do PSOL fará.
Temas “perigosos” são as soluções reais para os problemas da classe trabalhadora: emprego, terra para trabalhar e morar, educação, saúde, segurança e previdência social. Não convém que o povo conheça tais soluções, pois, se a atual tendência de aplicação de capitais estrangeiros no Brasil vier a se alterar (e a direita sabe que isto pode acontecer a qualquer momento) o “saco de bondades” do governo Lula terá de ser substituídos pelo “saco de maldades” do próximo governo seja quem for o eleito. E a mudança de ocupante da cadeira precisa ser vista pelo povo como a “única alternativa”.
Como realizar esta mágica se o povo tiver tomado pelo conhecimento da existência de alternativa?
A conduta da grande imprensa mostra bem a limitação da “democracia brasileira”. Sem uma pressão de opinião pública sobre esses veículos de comunicação, será impossível romper o círculo vicioso: não merece noticiário por que não aparece nas pesquisas e não aparece nas pesquisas porque não aparece no noticiário.
Na última quinzena estive em diversas cidades do Brasil. No dia 19 de maio, fui a Brasília, onde participei da “Primeira Marcha Nacional contra a Homofobia” e falei para estudantes da UnB. De lá, voei para Francisco Beltrão, no Paraná, onde me esperavam três mil assentados de reforma agrária para ouvir uma palestra sobre agroecologia.
A parada seguinte foi em Fortaleza, no Ceará, a fim de discutir o Programa de Governo, nos dias 22 e 23 de maio. No dia 24, participei de debate sobre as violações aos direitos humanos na Semana de Jornalismo da PUC-SP e, à noite de um seminário de lançamento da campanha em defesa da convivência familiar promovido pelo Conselho Regional de Serviço Social, também na capital paulista.
Neste mesmo período a OAB, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a rádio CBN anunciaram debates com os três pré-candidatos do sistema. O pré-candidato do PSOL não foi convidado.
E, na sequência, percorri as capitais do Sul do país (Curitiba, Santa Catarina e Porto Alegre), nos dias 26 a 28, em diversas atividades. À exceção de Porto Alegre e Santa Catarina, onde a mídia em geral e os veículos impressos em particular repercutiram as atividades, o silêncio foi quase total.
No sábado dia, 29, pela manhã, participei de outro debate, no TUCA, promovido pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e à Educação Popular. À tarde, a candidata pelo PV Marina Silva participou do debate. Pois bem, os grandes órgãos de imprensa, à exceção do Terra, apesar de avisados, não deram uma linha de informação sobre minha presença nessas atividades apesar de cobrirem a presença da candidata do PV no evento. É a cortina de silencio sobre a candidatura que não pode ser noticiada.
Por que?
A “justificativa” é que o candidato é nanico e nem aparece nas pesquisas.
O fato é que o pré-candidato do PSOL é socialista e, como tal, tem uma proposta diametralmente opostas dos três preferidos da grande mídia.
O verdadeiro motivo da omissão da minha pré-candidatura parece buscar justificar a exclusão dos debates na TV. Embora o PSOL tenha o direito legal que reivindicará de estar nos mesmos, tendo em vista que tem bancada na Câmara dos Deputados.
Apesar dos três candidatos melhor colocados nas pesquisas ostentem elevados índices de preferência popular – impulsionados pela exposição massiva e cotidiana nas redes de TV, rádios e jornais – a burguesia não quer debater temas perigosos para eles. E isso é exatamente o que a candidatura do PSOL fará.
Temas “perigosos” são as soluções reais para os problemas da classe trabalhadora: emprego, terra para trabalhar e morar, educação, saúde, segurança e previdência social. Não convém que o povo conheça tais soluções, pois, se a atual tendência de aplicação de capitais estrangeiros no Brasil vier a se alterar (e a direita sabe que isto pode acontecer a qualquer momento) o “saco de bondades” do governo Lula terá de ser substituídos pelo “saco de maldades” do próximo governo seja quem for o eleito. E a mudança de ocupante da cadeira precisa ser vista pelo povo como a “única alternativa”.
Como realizar esta mágica se o povo tiver tomado pelo conhecimento da existência de alternativa?
A conduta da grande imprensa mostra bem a limitação da “democracia brasileira”. Sem uma pressão de opinião pública sobre esses veículos de comunicação, será impossível romper o círculo vicioso: não merece noticiário por que não aparece nas pesquisas e não aparece nas pesquisas porque não aparece no noticiário.
12 de jun. de 2010
PSOL realiza ato em solidariedade aos povos da Grécia e de Honduras.
No Congresso da Classe Trabalhadora – CONCLAT, o PSOL demonstrou sua solidariedade ativa aos povos em luta e deu um passo à frente na política internacionalista
Aproveitando o CONCLAT, o PSOL realizou uma importante atividade internacional, que unificou todas as forças internas do partido. O ato homenageou a luta dos gregos e hondurenhos e reuniu centenas de militantes. Sua qualidade política e democrática foi possível devido ao acúmulo internacionalista do PSOL, que deu saltos a partir do Seminário Internacional de agosto de 2009.
Graças ao trabalho de estreitamento político com organizações socialistas aliadas, o PSOL garantiu uma delegação internacional de grande representatividade e qualidade política no CONCLAT. Estiveram presentes: Sotiris Martalis, da Grécia, membro da direção de SIRYZA (Coalizão de Esquerda Radical) e da Federação de Trabalhadores do Serviço Público; Juan Barahona, principal líder da Frente Nacional de Resistência Popular de Honduras (FNRP). Também foram convidados a usar da palavra Sergio Garcia, dirigente do MST da Argentina e Jean Puyades, do NPA da França
A iniciativa de trazer a Sotiris e Barahona foi da Secretaria de Relações Internacionais do PSOL junto com a Fundação Lauro Campos, e seu presidente Martiniano Cavalcante. Também juntas, a Secretaria e a Fundação produziram uma edição especial da Revista Socialismo e Liberdade sobre a crise econômica européia e os novos acirramentos da luta de classes. No Ato foi lançada a nova edição da Revista. O companheiro Rodrigo Paixão, do PSOL e da Intersindical, teve também um papel importante na conformação da delegação do PSOL no Congresso do CONCLAT é nesta iniciativa.
A SYRIZA, organização de Sotiris Martalis, é uma frente que reúne 11 partidos da esquerda grega, e que tem sido um pólo de organização das manifestações massivas contra as medidas de austeridade do governo. Já a FNRP é a principal organização de massas hondurenha que combateu aguerridamente o golpe de Estado e não reconhece as eleições de novembro. Hoje é a maior força política e social representante de um projeto alternativo de poder para Honduras.
O ato foi organizado junto com Intersindical e MAS (Movimento Avançando Sindical), a atividade foi aberta pelo Secretário-Geral do PSOL, Afrânio Boppré, que falou da importância do estudo da dinâmica da crise, suas repercussões no Brasil e a necessidade de uma resposta unitária da esquerda. Em seguida, Pedro Fuentes , Secretário de Relações Internacionais do PSOL, apresentou os dois convidados, Sotiris Martalis da Grécia e Juan Barahona de Honduras. Homenageou a luta destes dois povos, e os presenteou com a camiseta do PSOL.
Sotiris Martalis tomou a palavra, e emocionou aos presentes: "Estamos construindo uma alternativa concreta de unidade entre trabalhadores da iniciativa privada e os trabalhadores do serviço público. A Grécia tem tradição de lutas populares, como demonstra o levante da juventude em 2008. Mas meu país é atualmente um laboratório das elites e de seus planos de austeridade, que são direcionados aos PIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha). Por isso, o que ocorre na Grécia pode se alastrar. Lá há um movimento sindical muito forte e com peso da esquerda. Estamos realizando novas iniciativas políticas conjuntas, a necessidade de levantar um plano econômico alternativo, e mais do que nunca, uma alternativa de esquerda unitária. Podemos ter, em breve, uma explosão social na Grécia, vai depender do esforço da esquerda para apresentar uma alternativa, para que não deixemos escapar uma eventual oportunidade de lutar por outro tipo de poder. SYRIZA está apostando nesta alternativa".
Juan Barahona relatou a situação de truculência do Estado hondurenho, após o golpe que retirou Manuel Zelaya do poder. As perseguições e assassinatos clandestinos encomendados pelo Estado não param. Para o companheiro hondurenho, devemos "repudiar a repressão, que já vitimou uma centena de ativistas e dirigentes sindicais. O movimento popular deve articular esta demanda democrática, junto às suas bases, para levantar uma Assembléia Nacional Constituinte. Estamos nos organizando nos bairros mais pobres de Tegucigalpa para esta tarefa". “Ressaltou que no primeiro de maio se fiz uma grande manifestação aonde participaram 400 mil Pessoas. Barahona reforçou o papel progressivo que cumpriram os países da ALBA para isolar o governo golpista de Pepe Lobo.
O Deputado Amauri Soares (MAS/Corrente Prestista) reafirmou a necessidade de uma nova organização Internacional. Fernando Silva, o Tostão, da Executiva do PSOL, ressaltou os elementos que compõem a nova fase da crise econômica, e como ela pode se desenvolver em 2011. Fabiano Garrido, da Secretaria de Comunicação do PSOL, ponderou que a unidade da esquerda não pode ser abstrata. Para ele "temos que somar forças já, na insistência pela Frente de Esquerda, que tem em Plínio Sampaio seu melhor nome e reserva moral dos socialistas brasileiros".
Saudaram o evento Jean Puyades do NPA (França) e Sérgio Garcia do MST (Argentina). Sergio comparou a situação da Grécia atual com a Argentina em 2001, convocando a responsabilidade dos setores mais lúcidos da esquerda socialista.
Pedro Fuentes encerrou o ato anunciando uma medida concreta de solidariedade internacional: a participação de Juan Barahona na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal em Brasília (junto aos deputados do PSOL) no dia 8 de junho. Garantiu que o intercâmbio com delegações gregas, brasileiras, argentinas, francesas, hondurenhas em solidariedade as novas greves gerais na Europa será permanente.
Foi um avanço para a atuação internacionalista de todo PSOL, pesando o fato de que o CONCLAT terminou frustrado, por responsabilidade dos intentos permanentes de assegurar sua hegemonia pelo PSTU. Para o PSOL, foi um passo adiante. O PSOL deve se orgulhar da aliança com SYRIZA, uma organização revolucionária ampla, com implantação na classe operária e participação ativa na vida política da Grécia. Além disso, o PSOL estreitou ainda mais suas relações com a resistência hondurenha, com quem têm que assumir mais resposavilidades.
Vários companheiros do PSOL viabilizaram importantes tarefas organizativas e políticas, entre eles Denise Simeão (imprensa), Thiago Aguiar (tradução), entre outros.
Esta atividade demonstra o caráter marcadamente internacionalista do PSOL, e lança novas tarefas e desafios. Novos passos são possíveis, porque uma grande maioria do PSOL tem atuado de forma unitária na militância internacional, engajando-se e colaborando reciprocamente. É indispensável que o PSOL seja cada vez mais internacionalista e, por isso, mais forte e unitário.
Pedro Fuentes
Secretaria de Relações Internacionais PSOL
te: 005511 24952367 005561 91772367 005511 66395487
Aproveitando o CONCLAT, o PSOL realizou uma importante atividade internacional, que unificou todas as forças internas do partido. O ato homenageou a luta dos gregos e hondurenhos e reuniu centenas de militantes. Sua qualidade política e democrática foi possível devido ao acúmulo internacionalista do PSOL, que deu saltos a partir do Seminário Internacional de agosto de 2009.
Graças ao trabalho de estreitamento político com organizações socialistas aliadas, o PSOL garantiu uma delegação internacional de grande representatividade e qualidade política no CONCLAT. Estiveram presentes: Sotiris Martalis, da Grécia, membro da direção de SIRYZA (Coalizão de Esquerda Radical) e da Federação de Trabalhadores do Serviço Público; Juan Barahona, principal líder da Frente Nacional de Resistência Popular de Honduras (FNRP). Também foram convidados a usar da palavra Sergio Garcia, dirigente do MST da Argentina e Jean Puyades, do NPA da França
A iniciativa de trazer a Sotiris e Barahona foi da Secretaria de Relações Internacionais do PSOL junto com a Fundação Lauro Campos, e seu presidente Martiniano Cavalcante. Também juntas, a Secretaria e a Fundação produziram uma edição especial da Revista Socialismo e Liberdade sobre a crise econômica européia e os novos acirramentos da luta de classes. No Ato foi lançada a nova edição da Revista. O companheiro Rodrigo Paixão, do PSOL e da Intersindical, teve também um papel importante na conformação da delegação do PSOL no Congresso do CONCLAT é nesta iniciativa.
A SYRIZA, organização de Sotiris Martalis, é uma frente que reúne 11 partidos da esquerda grega, e que tem sido um pólo de organização das manifestações massivas contra as medidas de austeridade do governo. Já a FNRP é a principal organização de massas hondurenha que combateu aguerridamente o golpe de Estado e não reconhece as eleições de novembro. Hoje é a maior força política e social representante de um projeto alternativo de poder para Honduras.
O ato foi organizado junto com Intersindical e MAS (Movimento Avançando Sindical), a atividade foi aberta pelo Secretário-Geral do PSOL, Afrânio Boppré, que falou da importância do estudo da dinâmica da crise, suas repercussões no Brasil e a necessidade de uma resposta unitária da esquerda. Em seguida, Pedro Fuentes , Secretário de Relações Internacionais do PSOL, apresentou os dois convidados, Sotiris Martalis da Grécia e Juan Barahona de Honduras. Homenageou a luta destes dois povos, e os presenteou com a camiseta do PSOL.
Sotiris Martalis tomou a palavra, e emocionou aos presentes: "Estamos construindo uma alternativa concreta de unidade entre trabalhadores da iniciativa privada e os trabalhadores do serviço público. A Grécia tem tradição de lutas populares, como demonstra o levante da juventude em 2008. Mas meu país é atualmente um laboratório das elites e de seus planos de austeridade, que são direcionados aos PIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha). Por isso, o que ocorre na Grécia pode se alastrar. Lá há um movimento sindical muito forte e com peso da esquerda. Estamos realizando novas iniciativas políticas conjuntas, a necessidade de levantar um plano econômico alternativo, e mais do que nunca, uma alternativa de esquerda unitária. Podemos ter, em breve, uma explosão social na Grécia, vai depender do esforço da esquerda para apresentar uma alternativa, para que não deixemos escapar uma eventual oportunidade de lutar por outro tipo de poder. SYRIZA está apostando nesta alternativa".
Juan Barahona relatou a situação de truculência do Estado hondurenho, após o golpe que retirou Manuel Zelaya do poder. As perseguições e assassinatos clandestinos encomendados pelo Estado não param. Para o companheiro hondurenho, devemos "repudiar a repressão, que já vitimou uma centena de ativistas e dirigentes sindicais. O movimento popular deve articular esta demanda democrática, junto às suas bases, para levantar uma Assembléia Nacional Constituinte. Estamos nos organizando nos bairros mais pobres de Tegucigalpa para esta tarefa". “Ressaltou que no primeiro de maio se fiz uma grande manifestação aonde participaram 400 mil Pessoas. Barahona reforçou o papel progressivo que cumpriram os países da ALBA para isolar o governo golpista de Pepe Lobo.
O Deputado Amauri Soares (MAS/Corrente Prestista) reafirmou a necessidade de uma nova organização Internacional. Fernando Silva, o Tostão, da Executiva do PSOL, ressaltou os elementos que compõem a nova fase da crise econômica, e como ela pode se desenvolver em 2011. Fabiano Garrido, da Secretaria de Comunicação do PSOL, ponderou que a unidade da esquerda não pode ser abstrata. Para ele "temos que somar forças já, na insistência pela Frente de Esquerda, que tem em Plínio Sampaio seu melhor nome e reserva moral dos socialistas brasileiros".
Saudaram o evento Jean Puyades do NPA (França) e Sérgio Garcia do MST (Argentina). Sergio comparou a situação da Grécia atual com a Argentina em 2001, convocando a responsabilidade dos setores mais lúcidos da esquerda socialista.
Pedro Fuentes encerrou o ato anunciando uma medida concreta de solidariedade internacional: a participação de Juan Barahona na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal em Brasília (junto aos deputados do PSOL) no dia 8 de junho. Garantiu que o intercâmbio com delegações gregas, brasileiras, argentinas, francesas, hondurenhas em solidariedade as novas greves gerais na Europa será permanente.
Foi um avanço para a atuação internacionalista de todo PSOL, pesando o fato de que o CONCLAT terminou frustrado, por responsabilidade dos intentos permanentes de assegurar sua hegemonia pelo PSTU. Para o PSOL, foi um passo adiante. O PSOL deve se orgulhar da aliança com SYRIZA, uma organização revolucionária ampla, com implantação na classe operária e participação ativa na vida política da Grécia. Além disso, o PSOL estreitou ainda mais suas relações com a resistência hondurenha, com quem têm que assumir mais resposavilidades.
Vários companheiros do PSOL viabilizaram importantes tarefas organizativas e políticas, entre eles Denise Simeão (imprensa), Thiago Aguiar (tradução), entre outros.
Esta atividade demonstra o caráter marcadamente internacionalista do PSOL, e lança novas tarefas e desafios. Novos passos são possíveis, porque uma grande maioria do PSOL tem atuado de forma unitária na militância internacional, engajando-se e colaborando reciprocamente. É indispensável que o PSOL seja cada vez mais internacionalista e, por isso, mais forte e unitário.
Pedro Fuentes
Secretaria de Relações Internacionais PSOL
te: 005511 24952367 005561 91772367 005511 66395487
8 de jun. de 2010
Saiba o que é o capitalismo.
Questões Ideológicas
Atílio Boron
Sex, 04 de junho de 2010 11:35
Atilio Boron
O capitalismo tem legiões de apologistas. Muitos o são de boa fé, produto de sua ignorância e pelo fato de que, como dizia Marx, o sistema é opaco e sua natureza exploradora e predatória não é evidente aos olhos de mulheres e homens. Outros o defendem porque são seus grandes beneficiários e amealham enormes fortunas graças às suas injustiças e iniqüidades. Há ainda outros ('gurus' financeiros, 'opinólogos' e 'jornalistas especializados', acadêmicos 'pensantes' e os diversos expoentes desse "pensamento único") que conhecem perfeitamente bem os custos sociais que o sistema impõe em termos de degradação humana e ambiental. Mas esses são muito bem pagos para enganar as pessoas e prosseguem incansavelmente com seu trabalho. Eles sabem muito bem, aprenderam muito bem, que a "batalha de idéias" para a qual nos convocou Fidel é absolutamente estratégica para a preservação do sistema, e não aplacam seus esforços.
Para contra-atacar a proliferação de versões idílicas acerca do capitalismo e sua capacidade de promover o bem-estar geral, examinemos alguns dados obtidos de documentos oficiais do sistema das Nações Unidas. Isso é extremamente didático quando se escuta, ainda mais no contexto da crise atual, que a solução dos problemas do capitalismo se consegue com mais capitalismo; ou que o G-20, o FMI, a Organização Mundial do Comércio e o Banco Mundial, arrependidos de seus erros passados, poderão resolver os problemas que asfixiam a humanidade. Todas essas instituições são incorrigíveis e irreformáveis, e qualquer esperança de mudança não é nada mais que ilusão. Seguem propondo o mesmo, mas com um discurso diferente e uma estratégia de "relações públicas" desenhada para ocultar suas verdadeiras intenções. Quem tiver duvidas, olhe o que estão propondo para "solucionar" a crise na Grécia: as mesmas receitas que aplicaram e continuam aplicando na América Latina e na África desde os anos 80!
A seguir, alguns dados (com suas respectivas fontes) recentemente sistematizados pelo CROP, o Programa Internacional de Estudos Comparativos sobre a Pobreza, radicado na Universidade de Bergen, Noruega. O CROP está fazendo um grande esforço para, desde uma perspectiva crítica, combater o discurso oficial sobre a pobreza, elaborado há mais de 30 anos pelo Banco Mundial e reproduzido incansavelmente pelos grandes meios de comunicação, autoridades governamentais, acadêmicos e "especialistas" vários.
População mundial: 6.800 bilhões, dos quais...
* 1,020 bilhão são desnutridos crônicos (FAO, 2009)
* 2 bilhões não possuem acesso a medicamentos (http://www.fic.nih.gov/)
* 884 milhões não têm acesso à água potável (OMS/UNICEF, 2008)
* 924 milhões estão "sem teto" ou em moradias precárias (UN Habitat, 2003)
* 1,6 bilhão não têm eletricidade (UN HABITAT, "Urban Energy")
* 2,5 bilhões não têm sistemas de drenagens ou saneamento (OMS/UNICEF, 2008)
* 774 milhões de adultos são analfabetos (http://www.uis.unesco.org/)
* 18 milhões de mortes por ano devido à pobreza, a maioria de crianças menores de 5 anos (OMS).
* 218 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, trabalham precariamente em condições de escravidão e em tarefas perigosas ou humilhantes, como soldados, prostitutas, serventes, na agricultura, na construção ou indústria têxtil (OIT: A eliminação do trabalho infantil: um objetivo ao nosso alcance, 2006).
Entre 1988 e 2002, os 25% mais pobres da população mundial reduziram sua participação na renda global de 1,16% para 0,92%, enquanto os opulentos 10% mais ricos acrescentaram mais às suas fortunas, passando de dispor de 64,7% para 71,1% da riqueza mundial. O enriquecimento de uns poucos tem como seu reverso o empobrecimento de muitos.
Somente esse 6,4% de aumento da riqueza dos mais ricos seria suficiente para duplicar a renda de 70% da população mundial, salvando inumeráveis vidas e reduzindo as penúrias e sofrimentos dos mais pobres. Entenda-se bem: tal coisa se conseguiria se simplesmente fosse possível redistribuir o enriquecimento adicional produzido entre 1988 e 2002 dos 10% mais ricos. Mas nem sequer algo tão elementar como isso é aceitável para as classes dominantes do capitalismo mundial.
Conclusão: se não se combate a pobreza (que nem se fale de erradicá-la sob o capitalismo) é porque o sistema obedece a uma lógica implacável centrada na obtenção do lucro, o que concentra riqueza e aumenta incessantemente a pobreza e a desigualdade sócio-econômica.
Depois de cinco séculos de existência eis o que o capitalismo tem a oferecer. O que estamos esperando para mudar o sistema? Se a humanidade tem futuro, será claramente socialista. Com o capitalismo, em compensação, não haverá futuro para ninguém. Nem para os ricos nem para os pobres. A frase de Friedrich Engels e também de Rosa Luxemburgo, "socialismo ou barbárie", é hoje mais atual e vigente do que nunca. Nenhuma sociedade sobrevive quando seu impulso vital reside na busca incessante do lucro e seu motor é a ganância. Mais cedo que tarde provoca a desintegração da vida social, a destruição do meio ambiente, a decadência política e uma crise moral. Ainda temos tempo, mas já não tanto.
Atilio A. Boron é diretor do PLED, Programa Latinoamericano de Educación a Distancia em Ciências Sociais, Buenos Aires, Argentina.
Atílio Boron
Sex, 04 de junho de 2010 11:35
Atilio Boron
O capitalismo tem legiões de apologistas. Muitos o são de boa fé, produto de sua ignorância e pelo fato de que, como dizia Marx, o sistema é opaco e sua natureza exploradora e predatória não é evidente aos olhos de mulheres e homens. Outros o defendem porque são seus grandes beneficiários e amealham enormes fortunas graças às suas injustiças e iniqüidades. Há ainda outros ('gurus' financeiros, 'opinólogos' e 'jornalistas especializados', acadêmicos 'pensantes' e os diversos expoentes desse "pensamento único") que conhecem perfeitamente bem os custos sociais que o sistema impõe em termos de degradação humana e ambiental. Mas esses são muito bem pagos para enganar as pessoas e prosseguem incansavelmente com seu trabalho. Eles sabem muito bem, aprenderam muito bem, que a "batalha de idéias" para a qual nos convocou Fidel é absolutamente estratégica para a preservação do sistema, e não aplacam seus esforços.
Para contra-atacar a proliferação de versões idílicas acerca do capitalismo e sua capacidade de promover o bem-estar geral, examinemos alguns dados obtidos de documentos oficiais do sistema das Nações Unidas. Isso é extremamente didático quando se escuta, ainda mais no contexto da crise atual, que a solução dos problemas do capitalismo se consegue com mais capitalismo; ou que o G-20, o FMI, a Organização Mundial do Comércio e o Banco Mundial, arrependidos de seus erros passados, poderão resolver os problemas que asfixiam a humanidade. Todas essas instituições são incorrigíveis e irreformáveis, e qualquer esperança de mudança não é nada mais que ilusão. Seguem propondo o mesmo, mas com um discurso diferente e uma estratégia de "relações públicas" desenhada para ocultar suas verdadeiras intenções. Quem tiver duvidas, olhe o que estão propondo para "solucionar" a crise na Grécia: as mesmas receitas que aplicaram e continuam aplicando na América Latina e na África desde os anos 80!
A seguir, alguns dados (com suas respectivas fontes) recentemente sistematizados pelo CROP, o Programa Internacional de Estudos Comparativos sobre a Pobreza, radicado na Universidade de Bergen, Noruega. O CROP está fazendo um grande esforço para, desde uma perspectiva crítica, combater o discurso oficial sobre a pobreza, elaborado há mais de 30 anos pelo Banco Mundial e reproduzido incansavelmente pelos grandes meios de comunicação, autoridades governamentais, acadêmicos e "especialistas" vários.
População mundial: 6.800 bilhões, dos quais...
* 1,020 bilhão são desnutridos crônicos (FAO, 2009)
* 2 bilhões não possuem acesso a medicamentos (http://www.fic.nih.gov/)
* 884 milhões não têm acesso à água potável (OMS/UNICEF, 2008)
* 924 milhões estão "sem teto" ou em moradias precárias (UN Habitat, 2003)
* 1,6 bilhão não têm eletricidade (UN HABITAT, "Urban Energy")
* 2,5 bilhões não têm sistemas de drenagens ou saneamento (OMS/UNICEF, 2008)
* 774 milhões de adultos são analfabetos (http://www.uis.unesco.org/)
* 18 milhões de mortes por ano devido à pobreza, a maioria de crianças menores de 5 anos (OMS).
* 218 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, trabalham precariamente em condições de escravidão e em tarefas perigosas ou humilhantes, como soldados, prostitutas, serventes, na agricultura, na construção ou indústria têxtil (OIT: A eliminação do trabalho infantil: um objetivo ao nosso alcance, 2006).
Entre 1988 e 2002, os 25% mais pobres da população mundial reduziram sua participação na renda global de 1,16% para 0,92%, enquanto os opulentos 10% mais ricos acrescentaram mais às suas fortunas, passando de dispor de 64,7% para 71,1% da riqueza mundial. O enriquecimento de uns poucos tem como seu reverso o empobrecimento de muitos.
Somente esse 6,4% de aumento da riqueza dos mais ricos seria suficiente para duplicar a renda de 70% da população mundial, salvando inumeráveis vidas e reduzindo as penúrias e sofrimentos dos mais pobres. Entenda-se bem: tal coisa se conseguiria se simplesmente fosse possível redistribuir o enriquecimento adicional produzido entre 1988 e 2002 dos 10% mais ricos. Mas nem sequer algo tão elementar como isso é aceitável para as classes dominantes do capitalismo mundial.
Conclusão: se não se combate a pobreza (que nem se fale de erradicá-la sob o capitalismo) é porque o sistema obedece a uma lógica implacável centrada na obtenção do lucro, o que concentra riqueza e aumenta incessantemente a pobreza e a desigualdade sócio-econômica.
Depois de cinco séculos de existência eis o que o capitalismo tem a oferecer. O que estamos esperando para mudar o sistema? Se a humanidade tem futuro, será claramente socialista. Com o capitalismo, em compensação, não haverá futuro para ninguém. Nem para os ricos nem para os pobres. A frase de Friedrich Engels e também de Rosa Luxemburgo, "socialismo ou barbárie", é hoje mais atual e vigente do que nunca. Nenhuma sociedade sobrevive quando seu impulso vital reside na busca incessante do lucro e seu motor é a ganância. Mais cedo que tarde provoca a desintegração da vida social, a destruição do meio ambiente, a decadência política e uma crise moral. Ainda temos tempo, mas já não tanto.
Atilio A. Boron é diretor do PLED, Programa Latinoamericano de Educación a Distancia em Ciências Sociais, Buenos Aires, Argentina.
7 de jun. de 2010
Saudação de Plínio ao Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat).
Teve início neste sábado o Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat), na cidade de Santos, São Paulo. A atividade reúne cerca de três mil pessoas, com a participação de convidados de 24 países. Até amanhã (6 de junho) será discutida a criação de uma nova central sindical independente de partidos e governos, autônoma e comprometida com a defesa dos interesses dos trabalhadores. Plínio Arruda Sampaio, pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, havia se comprometido a participar da abertura do evento. Mas um problema familiar o impediu. Por isso Plínio encaminhou ao encontro a carta abaixo.
Prezados camaradas,
Saúdo com grande alegria o Congresso da Classe Trabalhadora – o CONCLAT que realmente está a serviço dos trabalhadores, e não aquele que aconteceu na semana passada, apenas para legitimar a submissão da maioria das centrais sindicais que existem no país, incluindo a CUT, ao governo Lula e o apoio a sua candidata.
As derrotas sofridas pela classe trabalhadora com o avanço da contra-revolução neoliberal causaram, entre muitos prejuízos, a fragmentação da esquerda. Daí a enorme importância do encontro que hoje reúne a Pastoral Operária e as organizações socialistas – Intersindical, Conlutas, MTST, MTL, MAS e outras – no esforço de construção de uma nova central sindical a serviço da classe trabalhadora.
A classe trabalhadora sabe, por experiência própria, que as medidas de “ajuste fiscal” caem sempre sobre as costas dos que criam as riquezas do país pelo seu trabalho.
Neste CONCLAT, os trabalhadores, em um gesto de lucidez e generosidade, estão dando uma lição extraordinária de maturidade política aos partidos socialistas que não se renderam ao governo Lula e à ordem, bem como a toda a sociedade.
Quero, neste momento, empenhar minha integral solidariedade à proposta de criação da nova central sindical no Brasil. Ela dará mais força à pressão operária e será o grande instrumento de ação para intervir até o momento em que, despertadas do sonambulismo em que se encontram imersas, as massas populares decidirem sair às ruas para defender seus direitos.
Oxalá os partidos socialistas, espelhando-se no exemplo de sua base operária, tomassem a decisão de reeditar a Frente de Esquerda de 2006. Gostaria mesmo de dizer que ela é, em 2010, mais necessárias do que na eleição presidencial passada. A direita, aparentemente dividida em três candidaturas, está na realidade bem unida em torno da implementação do modelo neoliberal. Além disso, tudo indica que, a continuar a crise econômica que, avalio, tem caráter estrutural, o “saco de bondades” do governo Lula será substituído pelo saco de maldades do novo governante, seja ele quem for.
Para enfrentar essa ameaça, a esquerda socialista deve apresentar-se com um sólido programa de lutas, construído unitariamente e em total sintonia com as reivindicações e aspirações da classe trabalhadora. Por isso, reafirmo que ainda não desisti da Frente de Esquerda e que ainda há tempo para consolidá-la até o período legal de encerramento das convenções partidárias. A luta pelo socialismo daria também um passo a frente com a unidade política dos partidos socialistas na disputa presidencial deste ano.
Finalizo reiterando meus cumprimentos à nova central ora gestada e desejando todo êxito a esse projeto. Viva o socialismo! Viva a classe trabalhadora! Viva a nova central sindical combativa, autônoma e independente que nasce deste encontro.
São Paulo, 05 de junho de 2010.
Plínio Arruda Sampaio“
Prezados camaradas,
Saúdo com grande alegria o Congresso da Classe Trabalhadora – o CONCLAT que realmente está a serviço dos trabalhadores, e não aquele que aconteceu na semana passada, apenas para legitimar a submissão da maioria das centrais sindicais que existem no país, incluindo a CUT, ao governo Lula e o apoio a sua candidata.
As derrotas sofridas pela classe trabalhadora com o avanço da contra-revolução neoliberal causaram, entre muitos prejuízos, a fragmentação da esquerda. Daí a enorme importância do encontro que hoje reúne a Pastoral Operária e as organizações socialistas – Intersindical, Conlutas, MTST, MTL, MAS e outras – no esforço de construção de uma nova central sindical a serviço da classe trabalhadora.
A classe trabalhadora sabe, por experiência própria, que as medidas de “ajuste fiscal” caem sempre sobre as costas dos que criam as riquezas do país pelo seu trabalho.
Neste CONCLAT, os trabalhadores, em um gesto de lucidez e generosidade, estão dando uma lição extraordinária de maturidade política aos partidos socialistas que não se renderam ao governo Lula e à ordem, bem como a toda a sociedade.
Quero, neste momento, empenhar minha integral solidariedade à proposta de criação da nova central sindical no Brasil. Ela dará mais força à pressão operária e será o grande instrumento de ação para intervir até o momento em que, despertadas do sonambulismo em que se encontram imersas, as massas populares decidirem sair às ruas para defender seus direitos.
Oxalá os partidos socialistas, espelhando-se no exemplo de sua base operária, tomassem a decisão de reeditar a Frente de Esquerda de 2006. Gostaria mesmo de dizer que ela é, em 2010, mais necessárias do que na eleição presidencial passada. A direita, aparentemente dividida em três candidaturas, está na realidade bem unida em torno da implementação do modelo neoliberal. Além disso, tudo indica que, a continuar a crise econômica que, avalio, tem caráter estrutural, o “saco de bondades” do governo Lula será substituído pelo saco de maldades do novo governante, seja ele quem for.
Para enfrentar essa ameaça, a esquerda socialista deve apresentar-se com um sólido programa de lutas, construído unitariamente e em total sintonia com as reivindicações e aspirações da classe trabalhadora. Por isso, reafirmo que ainda não desisti da Frente de Esquerda e que ainda há tempo para consolidá-la até o período legal de encerramento das convenções partidárias. A luta pelo socialismo daria também um passo a frente com a unidade política dos partidos socialistas na disputa presidencial deste ano.
Finalizo reiterando meus cumprimentos à nova central ora gestada e desejando todo êxito a esse projeto. Viva o socialismo! Viva a classe trabalhadora! Viva a nova central sindical combativa, autônoma e independente que nasce deste encontro.
São Paulo, 05 de junho de 2010.
Plínio Arruda Sampaio“
4 de jun. de 2010
Governo corta R$ 1,3 bilhão da educação.
Governo corta R$ 1,3 bilhão da educação
Nesta semana, o governo detalhou as áreas que sofrerão os cortes adicionais de R$ 7,5 bilhões no orçamento federal. Foram retirados, por exemplo, R$ 1,28 bilhão da Educação (que já acumula perdas de R$ 2,34 bilhões no ano), R$ 1,24 bilhão no Ministério do Planejamento, R$ 906 milhões nos Transportes, e R$ 757 milhões na Fazenda. Até mesmo o Ministério do Desenvolvimento Social (que administra o Bolsa-Família) perderá R$ 205,3 milhões.
Tais cortes são justificados pelo governo sob o argumento de que é necessário conter o consumo para combater a inflação, o que poderia permitir ao Banco Central reduzir o ritmo de alta nos juros. Porém, a última reunião do Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central provocou um aumento de R$ 15 bilhões nos gastos anuais com juros da dívida ao ter aumentado em 0,75% a taxa Selic, e tudo indica que tal taxa subirá mais nas próximas reuniões.
Ou seja: as áreas sociais fundamentais têm de perder R$ 7,5 bilhões para impedir a inflação, mas os rentistas podem receber R$ 380 bilhões de juros e amortizações da dívida (como ocorreu em 2009) para gastarem à vontade, sem problema algum.
Nesta semana, o governo detalhou as áreas que sofrerão os cortes adicionais de R$ 7,5 bilhões no orçamento federal. Foram retirados, por exemplo, R$ 1,28 bilhão da Educação (que já acumula perdas de R$ 2,34 bilhões no ano), R$ 1,24 bilhão no Ministério do Planejamento, R$ 906 milhões nos Transportes, e R$ 757 milhões na Fazenda. Até mesmo o Ministério do Desenvolvimento Social (que administra o Bolsa-Família) perderá R$ 205,3 milhões.
Tais cortes são justificados pelo governo sob o argumento de que é necessário conter o consumo para combater a inflação, o que poderia permitir ao Banco Central reduzir o ritmo de alta nos juros. Porém, a última reunião do Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central provocou um aumento de R$ 15 bilhões nos gastos anuais com juros da dívida ao ter aumentado em 0,75% a taxa Selic, e tudo indica que tal taxa subirá mais nas próximas reuniões.
Ou seja: as áreas sociais fundamentais têm de perder R$ 7,5 bilhões para impedir a inflação, mas os rentistas podem receber R$ 380 bilhões de juros e amortizações da dívida (como ocorreu em 2009) para gastarem à vontade, sem problema algum.
3 de jun. de 2010
Prepotência inaceitável de Israel.
Novamente o governo de Israel dá uma demonstração de prepotência e desrespeito aos direitos humanos. E a vitima dessa violência não são apenas o Estado palestino e o povo de Gaza. Todos nós somos atingidos porque o ato criminoso afeta seriamente um direito que é de todos: o direito internacional.
O bombardeio do navio que levava alimentos e remédios para a população palestina sitiada na faixa de Gaza constitui uma violência que não pode deixar de receber a mais veemente repulsa da opinião pública mundial. Sem essa pressão, dificilmente a ONU conseguirá vencer a resistência dos Estados Unidos contra qualquer tipo de sanção ao seu aliado no Oriente Médio.
São tantas as violações do direito internacional cometidas pelo governo de Israel que corremos o risco de torná-las “acontecimentos banais”, aceitas como algo irremediável. Precisamos reagir contra essa tendência. Cada violação precisa ser repudiada com a mesma veemência da primeira e cada vez mais precisamos encontrar formas mais eficazes para combatê-las.
Nós, aqui no Brasil, precisaríamos pressionar o governo brasileiro para suspender as relações diplomáticas com o Estado de Israel até que a comunidade internacional imponha sanções efetivas ao governo desse país.
O meio de realizar essa pressão é o de sempre: o abaixo-assinado e a mobilização social. Estou levando a proposta à bancada federal do PSOL, a fim de que ela tome a iniciativa de provocar o Congresso e o Executivo. Mas não deve ser uma iniciativa partidária somente. Nossa bancada terá a delicadeza de não disputar nenhum hegemonismo no esforço que deve ser comum. Todos os partidos estão convocados.
Outra iniciativa importante é o boicote de produtos de Israel. Nos Estados Unidos, esse tipo de protesto costuma ser muito utilizado por demonstrar muita eficácia.
Outras possibilidades podem ser aventadas. Não podemos descartar nenhuma delas. O que não podemos é limitar-nos a um protesto formal cujo pouco efeito conhecemos.
* Artigo publicado nesta quarta-feira (2 de junho) na coluna ‘Contraponto’, espaço semanal divulgado pela versão eletrônica da revista Carta Capital (www.cartacapital.com.br).
O bombardeio do navio que levava alimentos e remédios para a população palestina sitiada na faixa de Gaza constitui uma violência que não pode deixar de receber a mais veemente repulsa da opinião pública mundial. Sem essa pressão, dificilmente a ONU conseguirá vencer a resistência dos Estados Unidos contra qualquer tipo de sanção ao seu aliado no Oriente Médio.
São tantas as violações do direito internacional cometidas pelo governo de Israel que corremos o risco de torná-las “acontecimentos banais”, aceitas como algo irremediável. Precisamos reagir contra essa tendência. Cada violação precisa ser repudiada com a mesma veemência da primeira e cada vez mais precisamos encontrar formas mais eficazes para combatê-las.
Nós, aqui no Brasil, precisaríamos pressionar o governo brasileiro para suspender as relações diplomáticas com o Estado de Israel até que a comunidade internacional imponha sanções efetivas ao governo desse país.
O meio de realizar essa pressão é o de sempre: o abaixo-assinado e a mobilização social. Estou levando a proposta à bancada federal do PSOL, a fim de que ela tome a iniciativa de provocar o Congresso e o Executivo. Mas não deve ser uma iniciativa partidária somente. Nossa bancada terá a delicadeza de não disputar nenhum hegemonismo no esforço que deve ser comum. Todos os partidos estão convocados.
Outra iniciativa importante é o boicote de produtos de Israel. Nos Estados Unidos, esse tipo de protesto costuma ser muito utilizado por demonstrar muita eficácia.
Outras possibilidades podem ser aventadas. Não podemos descartar nenhuma delas. O que não podemos é limitar-nos a um protesto formal cujo pouco efeito conhecemos.
* Artigo publicado nesta quarta-feira (2 de junho) na coluna ‘Contraponto’, espaço semanal divulgado pela versão eletrônica da revista Carta Capital (www.cartacapital.com.br).
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