6 de out. de 2011

A Renovação do Brasil Deve Ser Profunda.

Por Carlos Cardoso Aveline



A ausência de vitórias fáceis e de curto prazo na luta pela ética na política brasileira não deve ser fonte de frustração para os cidadãos conscientes. Ao contrário: o fato é uma boa demonstração de que não há fita adesiva ou band-aid sendo usados para disfarçar a profunda ferida ética do país.
Sabe-se que o parlamento está parcialmente corrompido devido ao tráfico de influências de setores influentes do poder executivo, em conluio com conglomerados financeiros.
O problema da falta de ética na administração pública não é recente, e é cultural.
Já na corte de Dom João VI no Brasil, entre 1808 e 1821, havia dois personagens que tinham um comportamento ético bastante comparável ao que temos visto no Brasil neste início de século 21. Eram Joaquim de Azevedo, responsável pelas compras de estoques da Casa Real, e Bento Targini, que comandava as finanças do Reino. Ambos alcançaram a nobreza e até foram nomeados viscondes enquanto roubavam o dinheiro público, e a população expressava seus sentimentos através destes versos:

Quem furta pouco é ladrão
Quem furta muito é barão
Quem mais furta e esconde
Passa de barão a visconde.

E ainda:

Furta Azevedo no Paço
Targini rouba no Erário
E o povo aflito carrega
Pesada cruz ao calvário. [1]


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