Favorito na corrida a primeiro-ministro da Itália, o secretário-geral do Partido Democrático, Pier Luigi Bersani, é um veterano político formado no antigo Partido Comunista Italiano, aberto ao liberalismo econômico, que ama o cigarro toscano e fala com uma franqueza inusual.
Nascido em 29 de setembro de 1951 na Província de Piacenza, filho de um frentista, Bersani se formou em filosofia na Universidade de Bolonha com uma tese sobre São Gregório Magno, quarto papa da Igreja Católica.
Secretário do PD desde 2009, sua vida foi marcada pela figura inovadora do então secretário do Partido Comunista, Enrico Berlinguer, o pai do "eurocomunismo", como muitos jovens de sua geração. De conselheiro regional na Emilia Romagna virou presidente da região em 1993, uma das áreas mais prósperas e melhor administradas da península.
Fã de rock, com uma fisionomia séria mas afável, superou no fim do ano passado nas eleições primárias o seu principal adversário, Matteo Renzi, o jovem prefeito de Florença, de apenas 37 anos, e conquistou o respeito dos cidadãos e da classe política em geral.
Como a maioria dos militantes do PCI, entrou, após o histórico fim da formação, no Partido Democrata de Esquerda (PDS), que em 2007 virou o Partido Democrático (PD).
Foi ministro da Indústria durante o primeiro governo de Romano Prodi, em 1996. Posteriormente foi nomeado ministro dos Transportes em outro governo Prodi e ministro do Desenvolvimento Econômico entre 2006 e 2008, ano da derrota da esquerda para Silvio Berlusconi.
Graças aos cargos, ganhou projeção nacional e virou uma personalidade apreciada nos meios econômicos e industriais, apesar do pouco carisma. Também se distinguiu por promover uma onda de privatizações em setores diversos, como a energia elétrica ou a venda de medicamentos nos supermercados.
Em discursos recentes, afirmou que manterá o rigor pregado pelo atual premiê, o tecnocrata Mario Monti, mas destacou que suas prioridades serão "o emprego e reduzir a brecha da desigualdade".
Bersani é deputado italiano e também já foi deputado europeu. Fundou ao lado do colega e ex-ministro das Finanças Vincenzo Visco um centro de reflexão chamado Nens (Nova Economia, Nova Sociedade).
Para equilibrar a imagem, nos últimos meses, se cercou de jovens e promoveu mulheres dentro do partido. Também agradou os católicos ao citar o Papa João 23º (1958-1963) entre seus heróis, durante um debate na TV antes das primárias.
É casado desde 1980 com Daniela Ferrari, uma farmacêutica com a qual tem duas filhas, Elisa e Margherita.
FONTE: FOLHA.COM
24 de fev. de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário