6 de mar. de 2013

PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE NACIONAL DO PSOL

Nosso pronunciamento de hoje sobre a perda de Hugo Chaves:

"Sr. presidente, Sras. e Srs. deputados,

É com imensa tristeza que subimos hoje a esta tribuna. Despediu-se na tarde de ontem, após longa agonia e luta incansável pela vida, o presidente Hugo Chávez. Ainda jovem, aos 58 anos, Chávez agora entra para a história como o homem que iniciou uma retomada da luta anti-imperialista em nosso continente. Perdemos uma referência para a América Latina, especialmente para aqueles que, como dizia Che Guevara, não deixam de se indignar com as injustiças do mundo. Somos, portanto, companheiros de Hugo Chávez.

Já dissemos aqui que a Venezuela mudou muito nestes últimos anos sob a Revolução Bolivariana. Não apenas pela luta anti-imperialista, mas pelos muitos avanços concretos, pouco divulgados por aqui que, só foram possíveis porque o povo venezuelano deu uma chance ao socialismo bolivariano, que acabou com o analfabetismo, estendeu a atenção pública da saúde à maioria da população, disseminou as escolas de período integral, instituiu a Reforma Agrária, retomou para controle do Estado setores estratégicos da economia e criou as missiones – para dar atenção social aos desamparados de sempre.

Foi este “socialismo do século XXI”, como definia Chávez, que promoveu uma grande transformação na questão habitacional, criou mercados públicos onde, apesar de não haver abundância, se encontrava o básico que não havia antes, a preços populares. Que aumentou vagas universitárias e criou bolsas de estudo num sistema mais justo e mais eficaz. Chávez democratizou o ensino superior na Venezuela com a certeza de que estava plantando o futuro do país.

Tudo isso foi possível porque Chávez promoveu uma inversão das prioridades do país, começando por democratizar os benefícios gerados pelo petróleo, promovendo a distribuição de renda e a melhoria dos serviços públicos para aqueles que mais precisam. Estes que, por séculos, foram abandonados pela elite, que monopolizava as riquezas do país em seu benefício exclusivo.

No último dia 7 de outubro, Hugo Chávez foi reeleito presidente da Venezuela, com cerca de 54% dos votos válidos, para governar o país por mais seis anos. O resultado da eleição, que contou com observadores internacionais, foi reconhecido pelo candidato da oposição Enrique Capriles. Chavez não pode assumir, acometido pelo câncer, uma companhia insólita, persistente e aterradora, que o presidente, no entanto, enfrentou com a coragem de quem sabia que sua vida já não era apenas sua, mas de milhões.

Há no país o sentimento da maioria de que, hoje, a Venezuela é mais justa e humana do que quando a elite econômica governava, tão insensível às demandas populares e preocupada apenas em manter seus privilégios. São os milhões de pobres e remediados que viram sua vida melhorar com nunca antes que convalesceram com ele nestes últimos anos, e que agora choram a sua morte.

Chávez é tão atacado pelas elites latino-americanas porque elas sabem que o bolivarianismo é um exemplo para toda a América Latina e se espalhou pelo Equador e Bolívia. Agora, o digno e corajoso povo venezuelano se depara novamente com a História. Sabemos que o socialismo não é apenas um modelo econômico, mas também um processo pedagógico de emancipação humana. De busca pelas raízes da solidariedade, da justiça e da igualdade, e que quando descobertos, tornam-se uma invencível força coletiva.

É isso que esperamos agora. Que o povo venezuelano chore a morte de seu líder, mas aprenda a lição de Hugo Chávez: nunca desistir, pois o avanço do socialismo é um projeto de milhões. Que tenha a sabedoria para dizer ao grande capital e para aqueles que querem agora se aproveitar deste momento para retomar velhos projetos de dominação, e que aqui, na América Latina, é a democracia social e a soberania popular que imperam.

Hugo Chávez, presente.
Viva a Venezuela. Viva o socialismo.

Muito obrigado."

Foto: Agência Câmara
Nosso pronunciamento de hoje sobre a perda de Hugo Chaves:

"Sr. presidente, Sras. e Srs. deputados,

É com imensa tristeza que subimos hoje a esta tribuna. Des...pediu-se na tarde de ontem, após longa agonia e luta incansável pela vida, o presidente Hugo Chávez. Ainda jovem, aos 58 anos, Chávez agora entra para a história como o homem que iniciou uma retomada da luta anti-imperialista em nosso continente. Perdemos uma referência para a América Latina, especialmente para aqueles que, como dizia Che Guevara, não deixam de se indignar com as injustiças do mundo. Somos, portanto, companheiros de Hugo Chávez.
 
Já dissemos aqui que a Venezuela mudou muito nestes últimos anos sob a Revolução Bolivariana. Não apenas pela luta anti-imperialista, mas pelos muitos avanços concretos, pouco divulgados por aqui que, só foram possíveis porque o povo venezuelano deu uma chance ao socialismo bolivariano, que acabou com o analfabetismo, estendeu a atenção pública da saúde à maioria da população, disseminou as escolas de período integral, instituiu a Reforma Agrária, retomou para controle do Estado setores estratégicos da economia e criou as missiones – para dar atenção social aos desamparados de sempre.
 Foi este “socialismo do século XXI”, como definia Chávez, que promoveu uma grande transformação na questão habitacional, criou mercados públicos onde, apesar de não haver abundância, se encontrava o básico que não havia antes, a preços populares. Que aumentou vagas universitárias e criou bolsas de estudo num sistema mais justo e mais eficaz. Chávez democratizou o ensino superior na Venezuela com a certeza de que estava plantando o futuro do país.
 Tudo isso foi possível porque Chávez promoveu uma inversão das prioridades do país, começando por democratizar os benefícios gerados pelo petróleo, promovendo a distribuição de renda e a melhoria dos serviços públicos para aqueles que mais precisam. Estes que, por séculos, foram abandonados pela elite, que monopolizava as riquezas do país em seu benefício exclusivo.
 No último dia 7 de outubro, Hugo Chávez foi reeleito presidente da Venezuela, com cerca de 54% dos votos válidos, para governar o país por mais seis anos. O resultado da eleição, que contou com observadores internacionais, foi reconhecido pelo candidato da oposição Enrique Capriles. Chavez não pode assumir, acometido pelo câncer, uma companhia insólita, persistente e aterradora, que o presidente, no entanto, enfrentou com a coragem de quem sabia que sua vida já não era apenas sua, mas de milhões.
 Há no país o sentimento da maioria de que, hoje, a Venezuela é mais justa e humana do que quando a elite econômica governava, tão insensível às demandas populares e preocupada apenas em manter seus privilégios. São os milhões de pobres e remediados que viram sua vida melhorar com nunca antes que convalesceram com ele nestes últimos anos, e que agora choram a sua morte.
 Chávez é tão atacado pelas elites latino-americanas porque elas sabem que o bolivarianismo é um exemplo para toda a América Latina e se espalhou pelo Equador e Bolívia. Agora, o digno e corajoso povo venezuelano se depara novamente com a História. Sabemos que o socialismo não é apenas um modelo econômico, mas também um processo pedagógico de emancipação humana. De busca pelas raízes da solidariedade, da justiça e da igualdade, e que quando descobertos, tornam-se uma invencível força coletiva.
 É isso que esperamos agora. Que o povo venezuelano chore a morte de seu líder, mas aprenda a lição de Hugo Chávez: nunca desistir, pois o avanço do socialismo é um projeto de milhões. Que tenha a sabedoria para dizer ao grande capital e para aqueles que querem agora se aproveitar deste momento para retomar velhos projetos de dominação, e que aqui, na América Latina, é a democracia social e a soberania popular que imperam.

Hugo Chávez, presente.
Viva a Venezuela. Viva o socialismo.

Muito obrigado."

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