Uma crítica e um pedido de reflexão sobre as escolhas políticas do governo Dilma. Esse foi o enfoque do pronunciamento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), na última semana, no plenário do Senado.
Ao analisar a política do governo federal, Randolfe concluiu que as recentes ações do governo Dilma, sinalizam uma escolha por um modelo de privatizações. Modelo muito criticado por Dilma em sua campanha eleitoral para presidente em 2010.
“É uma escolha política, embora não me pareça que seja originalmente o projeto que conduziu, inicialmente, o presidente Lula e que conduziu, posteriormente, a presidente Dilma Rousseff. Não foi esse. Lembremos, inclusive, que a presidente Dilma foi eleita com uma forte crítica ao modelo privatizante adotado nos anos 90, principalmente pela coalizão do PSDB e Democratas”, disse Randolfe.
Ele lembrou o programa do governo que prevê a privatização de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias, geração e transmissão de energia elétrica, petróleo e gás. Atingindo um valor total de R$ 235 bilhões em concessões para investidores externos. Além disso, criticou o fato de que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dificulta o acesso ao crédito para empresas brasileiras, enquanto oferece facilidades para investidores estrangeiros. “As garantias do estado e os créditos do BNDES, deveriam ser voltados para o investidor nacional”, disse ele.
MP dos Portos
Como exemplo a opção do governo Dilma pelo modelo de privatização, Randolfe falou da Medida Provisória (MP) 595/2012, a MP dos Portos. Ele reafirma que os portos precisam de modernização, mas lamenta que um setor estratégico como esse seja entregue a estrangeiros.
Ele destaca que a MP, na prática, vai representar a privatização do setor. Diz que o Governo planeja ceder à iniciativa privada o controle de um setor que além de estratégico para a soberania e o desenvolvimento do país, é um setor lucrativo. “A modernização tem de ser com a privatização, com a entrega dos portos para a iniciativa privada? Qual vai ser o grau retorno? Qual vai ser o retorno para a economia nacional desse modelo de privatização?”, questiona ele.
Segundo Randolfe, esse plano de concessões e privatizações prevê o repasse para a gestão privada de 7,5 mil quilômetros de rodovias, 10 mil quilômetros de ferrovias. Os aeroportos já privatizados e, agora, os terminais portuários brasileiros.
Modelo agrícola
Outro ponto abordado por Randolfe foi o atual modelo agrícola brasileiro. Para o senador amapaense, esse modelo continua baseado na importação de insumos, defensivos e sementes, sem agregar valor na economia nacional. Um modelo que ele para ele, perpetua o do início do século XX, baseado sobremaneira em monoculturas extensivas, voltadas única e exclusivamente para a exportação de commodities.
”Ainda produzimos farelo para ser consumido pelos porcos europeus – e aí eu falo da espécie animal mesmo dita”, concluiu Randolfe.
Fonte: Mandato senador Randolfe Rodrigues
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