A nomeação de Xi, atual vice, já estava encaminhada havia cinco anos, desde o último Congresso do partido, em 2007.
Filho de um líder comunista histórico e uma incógnita em temas importantes, principalmente reformas, ele substituirá Hu Jintao, cujo governo de dez anos foi marcado pela ascensão da China de sexta para segunda economia mundial, mas com uma explosão da desigualdade social e sem as esperadas reformas na estrutura política altamente hierarquizada e avessa a vozes críticas ao regime autoritário.
A primeira grande transição política em uma década eleva ao poder a quinta geração de líderes chineses, mais educada e sem o carisma pessoal que marcou as primeiras décadas sob Mao Tse-tung e Deng Xiaoping.
O principal desafio é manter o crescimento econômico das últimas décadas sem perder a estabilidade política. Caberá ao novo governo a implantação de metas do atual Plano Quinquenal (2011-2015), como a melhoria da distribuição de renda, a criação de uma rede de proteção social mais ampla, o estímulo ao consumo e uma melhor administração do ambiente.
Os novos líderes chegam ao poder em meio a uma desaceleração econômica mais forte do que o esperado e recém-saídos da grave crise política envolvendo o ex-dirigente Bo Xilai, que tinha grande influência interna. Cotado para o comitê até o início do ano, ele se envolveu no assassinato de um empresário britânico, com revelações de corrupção e abuso de poder.
O partido sinalizou que enfrentará melhor a corrupção, motivo de sucessivos escândalos, com um grande desgaste na opinião pública. Atual vice-premiê para assuntos econômicos, Wang Qishan deve assumir a Comissão Central para Inspeção de Disciplina, encarregada de fiscalizar desvios de conduta internos. Ele é tido como um negociador duro e experiente.
Formalmente, o Comitê Permanente foi escolhido pelos 25 membros do Politburo, indicados entre os 205 integrantes com direito a voto do Comitê Central. Este, por sua vez, foi nomeado ontem, ao final do 18º. Congresso do partido, com a participação de 2.270 delegados. Na prática, a nova cúpula foi escolhida após meses de negociações entre as diversas facções internas.
O Congresso, realizado a cada cinco anos, também aprovou uma alteração na Constituição do partido para incluir o termo "Perspectiva Científica sobre o Desenvolvimento", espécie de mote do governo Hu Jintao. A partir de agora, o termo de Hu tem status de teoria, no mesmo patamar do pensamento ideológico dos antecessores Mao Tsé-tung, Deng Xiaoping e Jiang Zemin.
Outra mudança na Constitucional foi a adição do termo "progresso ecológico", em referência aos crescentes problemas ambientais enfrentados pela China.
FONTE: FOLHA.COM
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