28 de nov. de 2009

Eleições, outra tensa escalada da crise em Honduras.


Ambiente de intimidação militar às vésperas das eleições hondurenhas

Tegucigalpa, 28 nov. (PL) ─ Em meio ao maior aparato militar e policial que de que se tem notícia em Honduras, o país se aproxima das eleições de amanhã, impugnadas pelos setores populares e políticos democráticos.
As Forças Armadas reforçaram a presença de soldados por toda a nação, crescente desde o golpe de Estado de 28 de junho, e inclusive incorporou mais de cinco mil reservistas do Exército às fileiras.
O chefe do Estado Maior Conjunto, general Romeo Vázquez, assegurou que inclusive estão prontas tropas especiais para mover-se rapidamente em helicópteros para qualquer ponto do país em que for necessário no dia da votação.
O porta-voz da policía, Orlin Cerrato, informou que esse corpo está intensificando suas operações, entre elas os patrulhamentos e os bloqueios.
O que estamos fazendo é ter mais presença nas ruas, estamos trabalhando cem por cento juntos com as Forças Armadas, disse.
As eleições estão impugnadas pela Frente Nacional contra o golpe de Estado, que os considera uma farsa fraudulenta para validar o golpe militar que derrocou o presidente Manuel Zelaya.
O estadista adiantou que impugnará legalmente as eleições, ao denunciá-las como ilegais por sua realização por um regime de fato repressivo que destruiu a legalidade democrática de Honduras.
A Frente chamou ontem a população a manter-se amanhã em suas moradias das 6 às 18 horas e não ir a votar para não validar a farsa dos golpistas.
Líderes dessa aliança de forças sociais e políticas, como Juan Barahona e Rafael Alegría, explicaram durante uma manifestação nessa sexta-feira que se tratará de "um toque de recolher popular".
Alegría precisou que a medida evitará também que os hondurenhos sejam reprimidos pelos quase 30 mil militares e policiais espalhados no país pelo regime de fato.
Enquanto isso, na nortista cidade de San Pedro Sula, a segunda do país e seu empório industrial, as organizações da Frente convocaram uma marcha neste domingo para expressar o repúdio às eleições.
Barahona assegurou que a resistência tornará patente, de diversas formas, mas pacíficas, o repúdio do povo do povo às eleições, com as quais ─ denunció ─ a oligarquia golpista aspira perpetuar seu poder.
Os porta-vozes do regime e os meios de difusão, em sua maioría propriedade dos grupos de poder que apoiam o golpe, mantêm nesse sábado uma intensa campanha para lograr a afluência dos votantes às urnas.
Porta-vozes do governo de fato, as Forças Armadas, a policía, o Tribunal Eleitoral e o Ministério Público, advertiram que qualquer intento de boicotar a votação será perseguido e castigado com penas de encarceramento
O fiscal geral, Luis Alberto Rubí, disse ter passado instruções aos 530 fiscais do país para procederem contra quems tratar de boicotar o sufrágio, contra os quais anunciou penas de quatro anos de prisão.
Nas eleições participam os cinco partidos reconhecidos legalmente, ainda que três deles, inclusive um dos dois tradicionais, o Liberal, sufreram fortes dissidências internas por sua complicidade com o golpe.
Fonte: Prensa Latina

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