1) uma convocação de reunião da Executiva, que em circunstâncias normais não causaria polêmica, pode ser feita, com toda a legitimidade, por decisão da maioria (a mesma que garante, estatutariamente, a convocação do Diretório – cap. 9, art. 41 – e o quorum para deliberações – cap. 18, art. 81 do nosso Estatuto). Sem isso, uma eventual minoria nessa instância teria poder de paralisar o partido, o que não é razoável e, suponho e desejo, não é o objetivo de vocês; esperava que, ao questionar esta convocação do dia 31.03, vs. sugerissem outra data, quando “vencida plenamente a segunda etapa da III Conferência Eleitoral”. Ficou o vazio e reitero: que data vs. propõem? Sim, é urgente “debruçar-se sobre as eventuais divergências ocorridas no transcorrer do processo nos municípios e nos estados”. Por isso, considerando que a Conferência Nacional está prevista para 10/11 de abril, a reunião é essencial e urgente. Suponho e desejo que não haja decisão de não participar mais de encontros de um colegiado por não se ter maioria nele, adotando postura (não declarada) de fração;
2) não ouvi nem li ninguém falando ou escrevendo que o site da Liderança do PSOL ”foi retirado do ar”. O que causou e causa indignação é que o site da Bancada na Câmara dos Deputados (com sua rica e respeitosa diversidade) sofreu alteração das senhas no domínio do Registro.br/Comitê Gestor de Internet no Brasil - à revelia dos deputados - aos 50 minutos e 28 segundos do dia 25/03/10 (mesmo dia da ação sobre o site do PSOL Nacional, que é “de responsabilidade do Diretório Nacional” – como define o cap. 14, art. 73 do nosso Estatuto). Modificações feitas por HHLMO – heloisa.psol@uol.com.br (confirmado por registro.br). Trata-se de uma intervenção injustificável e disparatada, que coloca a comunicação virtual da Liderança não fora do ar, mas sob inexplicável tutela. Nosso site jamais fez qq. referência à pré-candidatura A, B ou C, exceto para informar dos debates entre os três companheiros (que, lembremo-nos, transcorreram em alto nível político, contrastando com certos movimentos e percepções de agora);
3) entendo que, ao invés dessas iniciativas abruptas sobre sites, seria mais saudável usar os próprios instrumentos de comunicação do partido para questionar afirmações tais ou quais; ou mesmo sugerir, neste período mais tenso pré-Conferência, a partir de consultas prévias, um mediador de conteúdos relativos a ela, obviamente ouvindo as outras partes (ao invés de colocar nosso competente e independente José Luis Fevereiro nessa situação desconfortável, que o levou, como era de se esperar, a declinar do convite unilateral);
4) o caminho é óbvio: conferir os dados e a fidedignidade de todos os registros de encontros de base sobre os quais foram levantadas sérias dúvidas e suspeitas - consola saber que a maioria dos estados não têm questionamentos graves -, reconhecer possíveis irregularidades, legitimar as delegações autênticas e representativas e decidir, democraticamente, diretrizes de programa de governo e candidato. Respeito à vontade real e comprovada das bases, à Direção e ao Estatuto pactuado que nos rege, para ao menos interferirmos como esquerda coerente no pleito nacional deste ano, que suponho ainda ser do interesse de todos os que não se sentem contemplados pelos projetos de PT/PMDB/PSDB/DEM/PV (e seus caudatários) em disputa;
5) por fim, um desabafo pessoal (e sempre político): parece um pesadelo - e é uma irresponsabilidade para com nosso povo – a quadra de disputa interna fratricida em que alguns de nós estamos colocando o PSOL, abrindo mão das mediações mínimas necessárias para tocar o partido às vésperas de um duro embate eleitoral – refiro-me ao geral, da sociedade, que é o que mais conta. Às vezes fico com a impressão de que alguns vícios dos nossos inimigos de classe foram introjetadas na nossa estrutura, para inviabilizá-la. Saint Just, jacobino na Revolução Francesa, desencantado com os caminhos do processo ao qual doara sua vida, disse que “todas as artes produziram maravilhas, menos a arte de governar, que só produziu monstros”. Se caminhamos assim no (des)governo do PSOL, o que faremos no exercício do poder público? Logo esses problemas e a forma desajuizada de tratá-los vão repercutir fora (o que ainda não aconteceu pela nossa irrelevância política atual), e ficará difícil falar de “um novo partido contra a velha política”;
6) sinceramente, espero MUITO que vocês, parte tão importante do PSOL, não se afastem dos foruns de deliberação do partido, e voltem a somar esforços nessa construção tão difícil quanto necessária – ainda acreditamos! - para o povo trabalhador brasileiro e para a re-significação de um projeto libertário, que não pode dispensar nenhum(a) lutador(a) social. Nem ser jogado fora dessa maneira autofágica, que as pessoas comuns jamais entenderão.
Saudações socialistas e… teimosamente pascais (que ensina que a MORTE não tem a última palavra),
31 de mar. de 2010
30 de mar. de 2010
Militância se organiza para eleger Plínio candidato do PSOL à Presidência em 2010.
Neste fim de semana foram realizadas as conferências eleitorais estaduais do Partido Socialismo e Liberdade em todo o país. Pelo quadro de delegados eleitos à 3ª Conferência Nacional Eleitoral fica claro que a base do partido já decidiu: em 2010 o PSOL vai de “Plínio presidente!”.
Ao todo, são reconhecidos 156 delegados à Conferência Nacional, que será realizada nos dias 10 e 11 de abril, na cidade do Rio de Janeiro. Do universo de representantes dos estados eleitos como delegados à etapa nacional 79 são apoiadores de Plínio Arruda Sampaio. Além desses, 67 estão apoiando Martiniano Cavalcante e 10 defendem a pré-candidatura de Babá.
A vitória de Plínio vai garantir ao PSOL aparecer no processo eleitoral como uma verdadeira alternativa de esquerda, que priorizará a contraposição à falsa polarização PT-PSDB, mas se colocará também contra a candidatura do PV (que defender o modelo neoliberal praticado no país, a liberação dos transgênicos, a transposição do rio São Francisco e outras agendas que vão na contramão de um projeto ecossocialista).
Além disso, com Plínio Arruda Sampaio à frente da disputa presidencial, ganha impulso a perspectiva para a a retomada da Frente de Esquerda (PSOL, PSTU e PCB), que por sua vez favorece a manutenção e ampliação das bancadas parlamentares do PSOL e a possibilidade das legendas parceiras na Frente também buscarem representação legislativa.
Na relação com os movimentos sociais, a candidatura de Plínio também colocará o PSOL num patamar diferenciado, dialogando com os setores organizados da sociedade e apoiando as lutas dos trabalhadores e o processo de reorganização sindical em curso (que em junho será marcado pelo CONCLAT e a fundação de uma nova central sindical de esquerda no país).
Ao todo, são reconhecidos 156 delegados à Conferência Nacional, que será realizada nos dias 10 e 11 de abril, na cidade do Rio de Janeiro. Do universo de representantes dos estados eleitos como delegados à etapa nacional 79 são apoiadores de Plínio Arruda Sampaio. Além desses, 67 estão apoiando Martiniano Cavalcante e 10 defendem a pré-candidatura de Babá.
A vitória de Plínio vai garantir ao PSOL aparecer no processo eleitoral como uma verdadeira alternativa de esquerda, que priorizará a contraposição à falsa polarização PT-PSDB, mas se colocará também contra a candidatura do PV (que defender o modelo neoliberal praticado no país, a liberação dos transgênicos, a transposição do rio São Francisco e outras agendas que vão na contramão de um projeto ecossocialista).
Além disso, com Plínio Arruda Sampaio à frente da disputa presidencial, ganha impulso a perspectiva para a a retomada da Frente de Esquerda (PSOL, PSTU e PCB), que por sua vez favorece a manutenção e ampliação das bancadas parlamentares do PSOL e a possibilidade das legendas parceiras na Frente também buscarem representação legislativa.
Na relação com os movimentos sociais, a candidatura de Plínio também colocará o PSOL num patamar diferenciado, dialogando com os setores organizados da sociedade e apoiando as lutas dos trabalhadores e o processo de reorganização sindical em curso (que em junho será marcado pelo CONCLAT e a fundação de uma nova central sindical de esquerda no país).
28 de mar. de 2010
TERCEIRA CONFERÊNCIA ELEITORAL DE MINAS GERAIS
Foi realizada ontem, 27/03/10, em BH a nossa terceira conferência eleitoral. Num clima claramente favorável aos companheiros do MTL e do MES, foram conhecidos os nomes que irão representar o partido nas eleições de Outubro, tanto na proporcional quanto na majoritária.
Também foram apresentados os candidatos a deputado estadual, federal e os dois nomes escolhidos para concorrerem ao senado.
Quanto aos delegados que irão representar o partido em Abril (10 e 11), no Rio, na terceira conferência eleitoral nacional que irá apontar o nome do candidato a presidência, pesou a organização do MTL e do MES que elegeram 12(doze) delegados e a chapa de oposição elegeu apena um. Isto quer dizer que Minas levará para a conferência eleitoral 12(doze) votos para o companheiro Martiniano e apenas um para o companheiro Plínio Arruda.
Segue abaixo os nomes dos nossos candidatos para Outubro:
Governador: João Batista (atual presidente PSOL/MG).
Senadores: Fabiano (atual presidente PSOL Montes Claros) e Marilda (membro do MTL e da direção estadual MG).
Também foram apresentados os candidatos a deputado estadual, federal e os dois nomes escolhidos para concorrerem ao senado.
Quanto aos delegados que irão representar o partido em Abril (10 e 11), no Rio, na terceira conferência eleitoral nacional que irá apontar o nome do candidato a presidência, pesou a organização do MTL e do MES que elegeram 12(doze) delegados e a chapa de oposição elegeu apena um. Isto quer dizer que Minas levará para a conferência eleitoral 12(doze) votos para o companheiro Martiniano e apenas um para o companheiro Plínio Arruda.
Segue abaixo os nomes dos nossos candidatos para Outubro:
Governador: João Batista (atual presidente PSOL/MG).
Senadores: Fabiano (atual presidente PSOL Montes Claros) e Marilda (membro do MTL e da direção estadual MG).
26 de mar. de 2010
URGENTE: NOTA AO PARTIDO ACERCA DO SITE DO PSOL
Companheiro(as),
Na madrugada de hoje o site do PSOL estava fora do ar. Diante disso acionamos o provedor responsável pela sua administração para verificar a existência de algum problema técnico.
Conforme o provedor Locaweb, fomos surpreendidos pela informação que houve uma transferência da hospedagem do site do PSOL para outro provedor. Esta operação foi realizada a revelia dos responsáveis pelo site, a Secretaria de Comunicação e a Secretaria Geral.
Segundo registros do comitê gestor da internet no Brasil (registro.br) o apontamento da hospedagem foi transferido para uma entidade denominada Trabalho Solidário, de Hador Omar, responsável técnico anterior pela administração do site e ex-assessor da secretaria de comunicação da gestão do ex-secretário de comunicação Martiniano Cavalcanti. Trata-se de uma ação a revelia das instâncias partidárias. Esta operação, além de alterar o controle do site, modificou as senhas e invadiu o e-mail da Secretaria Geral que recebia as informações da realização das plenárias municipais.
Trata-se de assunto da maior gravidade, pois o site estava sendo conduzido de comum acordo entre todas as chapas, pela Executiva Nacional em atribuição às suas secretarias responsáveis. Assim, nem a Secretaria de Comunicação e nem a Secretaria Geral têm mais o controle do site e dos e-mails. Qualquer informação no site não é da responsabilidade dessas secretarias.
Esta ação busca inviabilizar a realização da Conferência para a escolha das candidaturas do PSOL, mas a militância e a direção partidária garantirão sua realização. Chamamos todos à ampla participação nas conferências municipais e construção da Conferência Nacional.
Afrânio Bopprè
Secretário geral do PSOL
Edson Miagusko
Secretário de comunicação do PSOL
Na madrugada de hoje o site do PSOL estava fora do ar. Diante disso acionamos o provedor responsável pela sua administração para verificar a existência de algum problema técnico.
Conforme o provedor Locaweb, fomos surpreendidos pela informação que houve uma transferência da hospedagem do site do PSOL para outro provedor. Esta operação foi realizada a revelia dos responsáveis pelo site, a Secretaria de Comunicação e a Secretaria Geral.
Segundo registros do comitê gestor da internet no Brasil (registro.br) o apontamento da hospedagem foi transferido para uma entidade denominada Trabalho Solidário, de Hador Omar, responsável técnico anterior pela administração do site e ex-assessor da secretaria de comunicação da gestão do ex-secretário de comunicação Martiniano Cavalcanti. Trata-se de uma ação a revelia das instâncias partidárias. Esta operação, além de alterar o controle do site, modificou as senhas e invadiu o e-mail da Secretaria Geral que recebia as informações da realização das plenárias municipais.
Trata-se de assunto da maior gravidade, pois o site estava sendo conduzido de comum acordo entre todas as chapas, pela Executiva Nacional em atribuição às suas secretarias responsáveis. Assim, nem a Secretaria de Comunicação e nem a Secretaria Geral têm mais o controle do site e dos e-mails. Qualquer informação no site não é da responsabilidade dessas secretarias.
Esta ação busca inviabilizar a realização da Conferência para a escolha das candidaturas do PSOL, mas a militância e a direção partidária garantirão sua realização. Chamamos todos à ampla participação nas conferências municipais e construção da Conferência Nacional.
Afrânio Bopprè
Secretário geral do PSOL
Edson Miagusko
Secretário de comunicação do PSOL
24 de mar. de 2010
NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE DIVULGAÇÕES ACERCA DA CONFERENCIA DO PSOL
Qua, 24 de Março de 2010 09:57
Nota com dados fictícios e irreais começou a circular internamente ao PSOL e aponta um dos candidatos como vitorioso. São dados que buscam produzir uma cortina de fumaça para induzir a uma determinada leitura. Até o momento, nem todos os dados estão centralizados junto à Secretaria Geral do PSOL – responsável estatutária pela condução do processo conferencial e a quem caberá verificar a metodologia de cálculos alem de a Executiva do PSOL ter que analisar os recursos dentro do prazo regimental.
A conferencia do PSOL vai ocorrer nos dias 10 e 11 de abril e ela será soberana.
A lealdade militante, o respeito aos milhares de filiados e filiadas que constroem cotidianamente o PSOL e às instâncias partidárias não pode ser atropelado desta forma. Divergências à parte, não é aceitável que tais métodos sejam utilizados em nosso partido.
A militância do PSOL está de parabéns por ter se envolvido nos debates pré-conferenciais e estar se preparando para decidir os rumos do partido na III Conferência Eleitoral Nacional, nos dias 10 e 11 de abril, no Rio de Janeiro. A participação de cada um dos delegados e delegadas eleitos nas etapas municipais é fundamental para garantir o sucesso das conferências estaduais e de nossa Conferência Nacional.
Afrânio Boppré
Secretário Geral do PSOL
Nota com dados fictícios e irreais começou a circular internamente ao PSOL e aponta um dos candidatos como vitorioso. São dados que buscam produzir uma cortina de fumaça para induzir a uma determinada leitura. Até o momento, nem todos os dados estão centralizados junto à Secretaria Geral do PSOL – responsável estatutária pela condução do processo conferencial e a quem caberá verificar a metodologia de cálculos alem de a Executiva do PSOL ter que analisar os recursos dentro do prazo regimental.
A conferencia do PSOL vai ocorrer nos dias 10 e 11 de abril e ela será soberana.
A lealdade militante, o respeito aos milhares de filiados e filiadas que constroem cotidianamente o PSOL e às instâncias partidárias não pode ser atropelado desta forma. Divergências à parte, não é aceitável que tais métodos sejam utilizados em nosso partido.
A militância do PSOL está de parabéns por ter se envolvido nos debates pré-conferenciais e estar se preparando para decidir os rumos do partido na III Conferência Eleitoral Nacional, nos dias 10 e 11 de abril, no Rio de Janeiro. A participação de cada um dos delegados e delegadas eleitos nas etapas municipais é fundamental para garantir o sucesso das conferências estaduais e de nossa Conferência Nacional.
Afrânio Boppré
Secretário Geral do PSOL
21 de mar. de 2010
Plínio anima militância em Feira de Santana.
Na quinta-feira (18 de março) Plínio esteve em Feira de Santana, segundo maior município do Estado da Bahia – a famosa princesa do Sertão. “O dia foi muito produtivo, a receptividade com o companheiro Plínio foi super positiva e começou cedo, com ida às rádios locais mais escutadas na cidade para entrevistas muito bem avaliadas pela audiência. No final da tarde, organizamos um debate na Universidade Estadual”, informou Cléo Emídio, membro do diretório estadual baiano e da direção municipal do PSOL.
À noite, aconteceu o debate “Socialismo e a questão local” – um tema sobre o qual a militância do PSOL em Feira de Santana vem se aprofundando bastante. Segundo Gilvanildo de Souza, militante do PSOL e dirigente do Centro Acadêmico de História da UEFS, “o debate superou todas as nossas expectativas. O plenário ficou lotado, foram quase 150 participantes, tinha gente sentada até no chão!”
Registrou-se a presença do reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana; de militantes do MST, da Consulta Popular e do Movimento Sem Teto; artistas locais, estudantes, professores e populares, além da militância do PSOL na cidade.
“Tinha gente do PSTU, militantes anarquistas e até do PT! Plínio consegue dialogar muito bem com todos os setores, desde os intelectuais, passando pela juventude. E com uma linguagem simples, mas profunda, conquistou as pessoas mais simples e que não tiveram acesso a uma educação adequada. Por isso, achamos que só Plínio tem a capacidade de aglutinar os diversos setores da esquerda em torno de um programa realmente socialista democrático e popular”, complementa Gilvanildo.
O debate, com a participação do professor Eurelino Coelho, foi avaliado pela militância local como muito rico. Discutiu-se a necessidade do poder local popular, além de ter havido também questionamentos da platéia . Plínio falou sobre os problemas e pautas gerais do Brasil e como elas afetam a vida cotidiana nas cidades, a exemplo da falta de emprego. Para finalizar fez uma provocação aos estudantes presentes, que boicotem o REUNI, visto ser esse um programa que continua a depredação do Ensino Superior Público, agora implementado pelo governo Lula.
À noite, aconteceu o debate “Socialismo e a questão local” – um tema sobre o qual a militância do PSOL em Feira de Santana vem se aprofundando bastante. Segundo Gilvanildo de Souza, militante do PSOL e dirigente do Centro Acadêmico de História da UEFS, “o debate superou todas as nossas expectativas. O plenário ficou lotado, foram quase 150 participantes, tinha gente sentada até no chão!”
Registrou-se a presença do reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana; de militantes do MST, da Consulta Popular e do Movimento Sem Teto; artistas locais, estudantes, professores e populares, além da militância do PSOL na cidade.
“Tinha gente do PSTU, militantes anarquistas e até do PT! Plínio consegue dialogar muito bem com todos os setores, desde os intelectuais, passando pela juventude. E com uma linguagem simples, mas profunda, conquistou as pessoas mais simples e que não tiveram acesso a uma educação adequada. Por isso, achamos que só Plínio tem a capacidade de aglutinar os diversos setores da esquerda em torno de um programa realmente socialista democrático e popular”, complementa Gilvanildo.
O debate, com a participação do professor Eurelino Coelho, foi avaliado pela militância local como muito rico. Discutiu-se a necessidade do poder local popular, além de ter havido também questionamentos da platéia . Plínio falou sobre os problemas e pautas gerais do Brasil e como elas afetam a vida cotidiana nas cidades, a exemplo da falta de emprego. Para finalizar fez uma provocação aos estudantes presentes, que boicotem o REUNI, visto ser esse um programa que continua a depredação do Ensino Superior Público, agora implementado pelo governo Lula.
19 de mar. de 2010
Nota aos apoiadores das candidaturas de Plínio e Babá.
Por meio desta nota conjunta que vai assinada pelas coordenações das pré-candidaturas de Plínio e Babá queremos nos manifestar sobre o fato de nossa Fundação Lauro Campos, entidade vinculada ao PSOL lançar e distribuir nacionalmente uma publicação dirigida ao processo de escolha do candidato do partido à presidência da República e intitulada “PSOL 50 EM DEBATE”.
Esta publicação não é oficial e foi decidida fora das instâncias partidárias além de sequer obter o conhecimento das pré-candidaturas de Plínio Arruda Sampaio e João Batista Babá sobre seu conteúdo e forma.
Tal publicação reproduziu materiais de campanha dos candidatos sem se preocupar em garantir um critério democrático elementar que seria o igual espaço para que os mesmos pudessem expressar suas posições. O maior prejudicado foi o companheiro Plínio Arruda Sampaio que teve apenas uma página e uma coluna de um total de dez páginas da revista. Além disso, a escolha das fotos foi cuidadosa. As melhores são as de Martiniano Cavalcante. As piores são as de Plínio. O texto de apresentação é de Roberto Robaina.
A Fundação Lauro Campos é atualmente presidida por Martiniano Cavalcante. O presidente de seu Conselho Curador é Carlos Roberto Robaina. Martiniano vem a ser um dos postulantes da candidatura do PSOL à presidência da República. Robaina é um dos coordenadores da campanha de Cavalcante.
As Coordenações Nacionais das campanhas de Babá e de Plínio de Arruda Sampaio vêm a público denunciar e repudiar o ocorrido. A publicação mencionada assemelha-se a uma peça de campanha de Martiniano Cavalcante, realizada com recursos de todo o partido. Por isso, recomendamos não distribuir este material e ampliar o grau de engajamento e militância de nossas candidaturas apelando para o exercício ético, fraterno e respeitoso Coordenações Nacionais da Campanha de Plínio Arruda Sampaio e João Batista Babá.
São Paulo, 15 de março de 2010.
Esta publicação não é oficial e foi decidida fora das instâncias partidárias além de sequer obter o conhecimento das pré-candidaturas de Plínio Arruda Sampaio e João Batista Babá sobre seu conteúdo e forma.
Tal publicação reproduziu materiais de campanha dos candidatos sem se preocupar em garantir um critério democrático elementar que seria o igual espaço para que os mesmos pudessem expressar suas posições. O maior prejudicado foi o companheiro Plínio Arruda Sampaio que teve apenas uma página e uma coluna de um total de dez páginas da revista. Além disso, a escolha das fotos foi cuidadosa. As melhores são as de Martiniano Cavalcante. As piores são as de Plínio. O texto de apresentação é de Roberto Robaina.
A Fundação Lauro Campos é atualmente presidida por Martiniano Cavalcante. O presidente de seu Conselho Curador é Carlos Roberto Robaina. Martiniano vem a ser um dos postulantes da candidatura do PSOL à presidência da República. Robaina é um dos coordenadores da campanha de Cavalcante.
As Coordenações Nacionais das campanhas de Babá e de Plínio de Arruda Sampaio vêm a público denunciar e repudiar o ocorrido. A publicação mencionada assemelha-se a uma peça de campanha de Martiniano Cavalcante, realizada com recursos de todo o partido. Por isso, recomendamos não distribuir este material e ampliar o grau de engajamento e militância de nossas candidaturas apelando para o exercício ético, fraterno e respeitoso Coordenações Nacionais da Campanha de Plínio Arruda Sampaio e João Batista Babá.
São Paulo, 15 de março de 2010.
11 de mar. de 2010
AOS QUE CONSTROEM O PSOL.
Divulgamos abaixo texto escrito pelo companheiro Chico Alencar, militante do PSOL carioca e deputado federal eleito por nosso partido, sobre o processo de organização da 3a Conferência Eleitoral Nacional do partido. Que as palavras de Chico façam eco de norte a sul do Brasil e em Minas.
Como filiado e parlamentar do Partido Socialismo em Liberdade tento chegar à sensibilidade e à razão daquele(a)s milhares de camaradas que, em dificílimas condições, estão construindo esse partido, para lembrar, para além do meu voto no companheiro Plínio de Arruda Sampaio, que: 1) na falta de nosso maior nome público, Heloísa Helena, que legitimamente optou por disputar uma cadeira no Senado por Alagoas, reconheço nos três valorosos postulantes à nossa candidatura presidencial uma atitude de despojamento e espírito coletivo admiráveis, dadas as condições reconhecidamente adversas em que enfrentarão essa batalha majoritária; 2) todo o processo de escolha do nosso nome à presidência do país tem que estar fortemente comprometido com nossos princípios irrenunciáveis de bom debate político, participação da base e decisão democrática, a ser respeitada por todos, sem exceção. Nada de reuniões secretas, cartoriais e/ou de arrebanhamento despolitizado. Seria deplorável gastarmos a maior parte do tempo de nossa Convenção Nacional Eleitoral discutindo recursos de suspeição contra reuniões de tirada de delegados; Para evitar isso, basta cumprir pra valer as regras pactuadas na Executiva Nacional; 3) os debates entre Babá, Martiniano e Plínio têm sido, ao que vi e sei, respeitosos e de alto nível político: sua reverberação, portanto, deve continuar nessa linha, e não serem peças propagandísticas e laudatórias do candidato daquele(a) que reporta o evento, num ‘jornalismo’ pra lá de interessado; 4) é preciso também aprofundar as linhas de nosso projeto para o país, sintetizado em um programa alternativo aos projetos assemelhados (do PT/PMDB, PSDB/DEM e PV) que será defendido por qualquer que seja o nosso candidato. Nunca é demais lembrar que o PSOL se forja em torno de ideias, causas e propostas, e não de personalidades, e que os debates entre companheiros são diálogo (e não monólogos) para produção ‘freireana’ de uma síntese, uma formulação superior, para a qual TODOS estão contribuindo; façamos de nossas convenções municipais, que vão até o dia 21, exemplos históricos (e não histéricos) de argumentação política e mobilização militante pré-eleitoral; 5) os inimigos, sustentáculos do sistema, estão lá fora, por sinal muito à vontade com nossa demora em definir programa, perfil e nominatas para a peleja institucional; se entrarmos num absurdo vale-tudo fratricida, a burguesia hegemônica agradecerá pelo incômodo a menos. Nenhum de nós tem o direito de contribuir para essa derrocada. VIVA A LUTA DAS MULHERES! QUE NÓS, HOMENS, APRENDAMOS SEMPRE COM SUA EMANCIPAÇÃO! Rio, véspera do 8 de Março de 2010. Chico Alencar (deputado federal pelo PSOL/RJ)
Divulgamos abaixo texto escrito pelo companheiro Chico Alencar, militante do PSOL carioca e deputado federal eleito por nosso partido, sobre o processo de organização da 3a Conferência Eleitoral Nacional do partido. Que as palavras de Chico façam eco de norte a sul do Brasil e em Minas. Como filiado e parlamentar do Partido Socialismo em Liberdade tento chegar à sensibilidade e à razão daquele(a)s milhares de camaradas que, em dificílimas condições, estão construindo esse partido, para lembrar, para além do meu voto no companheiro Plínio de Arruda Sampaio, que: 1) na falta de nosso maior nome público, Heloísa Helena, que legitimamente optou por disputar uma cadeira no Senado por Alagoas, reconheço nos três valorosos postulantes à nossa candidatura presidencial uma atitude de despojamento e espírito coletivo admiráveis, dadas as condições reconhecidamente adversas em que enfrentarão essa batalha majoritária; 2) todo o processo de escolha do nosso nome à presidência do país tem que estar fortemente comprometido com nossos princípios irrenunciáveis de bom debate político, participação da base e decisão democrática, a ser respeitada por todos, sem exceção. Nada de reuniões secretas, cartoriais e/ou de arrebanhamento despolitizado. Seria deplorável gastarmos a maior parte do tempo de nossa Convenção Nacional Eleitoral discutindo recursos de suspeição contra reuniões de tirada de delegados; Para evitar isso, basta cumprir pra valer as regras pactuadas na Executiva Nacional; 3) os debates entre Babá, Martiniano e Plínio têm sido, ao que vi e sei, respeitosos e de alto nível político: sua reverberação, portanto, deve continuar nessa linha, e não serem peças propagandísticas e laudatórias do candidato daquele(a) que reporta o evento, num ‘jornalismo’ pra lá de interessado; 4) é preciso também aprofundar as linhas de nosso projeto para o país, sintetizado em um programa alternativo aos projetos assemelhados (do PT/PMDB, PSDB/DEM e PV) que será defendido por qualquer que seja o nosso candidato. Nunca é demais lembrar que o PSOL se forja em torno de ideias, causas e propostas, e não de personalidades, e que os debates entre companheiros são diálogo (e não monólogos) para produção ‘freireana’ de uma síntese, uma formulação superior, para a qual TODOS estão contribuindo; façamos de nossas convenções municipais, que vão até o dia 21, exemplos históricos (e não histéricos) de argumentação política e mobilização militante pré-eleitoral; 5) os inimigos, sustentáculos do sistema, estão lá fora, por sinal muito à vontade com nossa demora em definir programa, perfil e nominatas para a peleja institucional; se entrarmos num absurdo vale-tudo fratricida, a burguesia hegemônica agradecerá pelo incômodo a menos. Nenhum de nós tem o direito de contribuir para essa derrocada. VIVA A LUTA DAS MULHERES! QUE NÓS, HOMENS, APRENDAMOS SEMPRE COM SUA EMANCIPAÇÃO!
Rio, véspera do 8 de Março de 2010. Chico Alencar (deputado federal pelo PSOL/RJ)
Como filiado e parlamentar do Partido Socialismo em Liberdade tento chegar à sensibilidade e à razão daquele(a)s milhares de camaradas que, em dificílimas condições, estão construindo esse partido, para lembrar, para além do meu voto no companheiro Plínio de Arruda Sampaio, que: 1) na falta de nosso maior nome público, Heloísa Helena, que legitimamente optou por disputar uma cadeira no Senado por Alagoas, reconheço nos três valorosos postulantes à nossa candidatura presidencial uma atitude de despojamento e espírito coletivo admiráveis, dadas as condições reconhecidamente adversas em que enfrentarão essa batalha majoritária; 2) todo o processo de escolha do nosso nome à presidência do país tem que estar fortemente comprometido com nossos princípios irrenunciáveis de bom debate político, participação da base e decisão democrática, a ser respeitada por todos, sem exceção. Nada de reuniões secretas, cartoriais e/ou de arrebanhamento despolitizado. Seria deplorável gastarmos a maior parte do tempo de nossa Convenção Nacional Eleitoral discutindo recursos de suspeição contra reuniões de tirada de delegados; Para evitar isso, basta cumprir pra valer as regras pactuadas na Executiva Nacional; 3) os debates entre Babá, Martiniano e Plínio têm sido, ao que vi e sei, respeitosos e de alto nível político: sua reverberação, portanto, deve continuar nessa linha, e não serem peças propagandísticas e laudatórias do candidato daquele(a) que reporta o evento, num ‘jornalismo’ pra lá de interessado; 4) é preciso também aprofundar as linhas de nosso projeto para o país, sintetizado em um programa alternativo aos projetos assemelhados (do PT/PMDB, PSDB/DEM e PV) que será defendido por qualquer que seja o nosso candidato. Nunca é demais lembrar que o PSOL se forja em torno de ideias, causas e propostas, e não de personalidades, e que os debates entre companheiros são diálogo (e não monólogos) para produção ‘freireana’ de uma síntese, uma formulação superior, para a qual TODOS estão contribuindo; façamos de nossas convenções municipais, que vão até o dia 21, exemplos históricos (e não histéricos) de argumentação política e mobilização militante pré-eleitoral; 5) os inimigos, sustentáculos do sistema, estão lá fora, por sinal muito à vontade com nossa demora em definir programa, perfil e nominatas para a peleja institucional; se entrarmos num absurdo vale-tudo fratricida, a burguesia hegemônica agradecerá pelo incômodo a menos. Nenhum de nós tem o direito de contribuir para essa derrocada. VIVA A LUTA DAS MULHERES! QUE NÓS, HOMENS, APRENDAMOS SEMPRE COM SUA EMANCIPAÇÃO! Rio, véspera do 8 de Março de 2010. Chico Alencar (deputado federal pelo PSOL/RJ)
Divulgamos abaixo texto escrito pelo companheiro Chico Alencar, militante do PSOL carioca e deputado federal eleito por nosso partido, sobre o processo de organização da 3a Conferência Eleitoral Nacional do partido. Que as palavras de Chico façam eco de norte a sul do Brasil e em Minas. Como filiado e parlamentar do Partido Socialismo em Liberdade tento chegar à sensibilidade e à razão daquele(a)s milhares de camaradas que, em dificílimas condições, estão construindo esse partido, para lembrar, para além do meu voto no companheiro Plínio de Arruda Sampaio, que: 1) na falta de nosso maior nome público, Heloísa Helena, que legitimamente optou por disputar uma cadeira no Senado por Alagoas, reconheço nos três valorosos postulantes à nossa candidatura presidencial uma atitude de despojamento e espírito coletivo admiráveis, dadas as condições reconhecidamente adversas em que enfrentarão essa batalha majoritária; 2) todo o processo de escolha do nosso nome à presidência do país tem que estar fortemente comprometido com nossos princípios irrenunciáveis de bom debate político, participação da base e decisão democrática, a ser respeitada por todos, sem exceção. Nada de reuniões secretas, cartoriais e/ou de arrebanhamento despolitizado. Seria deplorável gastarmos a maior parte do tempo de nossa Convenção Nacional Eleitoral discutindo recursos de suspeição contra reuniões de tirada de delegados; Para evitar isso, basta cumprir pra valer as regras pactuadas na Executiva Nacional; 3) os debates entre Babá, Martiniano e Plínio têm sido, ao que vi e sei, respeitosos e de alto nível político: sua reverberação, portanto, deve continuar nessa linha, e não serem peças propagandísticas e laudatórias do candidato daquele(a) que reporta o evento, num ‘jornalismo’ pra lá de interessado; 4) é preciso também aprofundar as linhas de nosso projeto para o país, sintetizado em um programa alternativo aos projetos assemelhados (do PT/PMDB, PSDB/DEM e PV) que será defendido por qualquer que seja o nosso candidato. Nunca é demais lembrar que o PSOL se forja em torno de ideias, causas e propostas, e não de personalidades, e que os debates entre companheiros são diálogo (e não monólogos) para produção ‘freireana’ de uma síntese, uma formulação superior, para a qual TODOS estão contribuindo; façamos de nossas convenções municipais, que vão até o dia 21, exemplos históricos (e não histéricos) de argumentação política e mobilização militante pré-eleitoral; 5) os inimigos, sustentáculos do sistema, estão lá fora, por sinal muito à vontade com nossa demora em definir programa, perfil e nominatas para a peleja institucional; se entrarmos num absurdo vale-tudo fratricida, a burguesia hegemônica agradecerá pelo incômodo a menos. Nenhum de nós tem o direito de contribuir para essa derrocada. VIVA A LUTA DAS MULHERES! QUE NÓS, HOMENS, APRENDAMOS SEMPRE COM SUA EMANCIPAÇÃO!
Rio, véspera do 8 de Março de 2010. Chico Alencar (deputado federal pelo PSOL/RJ)
10 de mar. de 2010
O vírus da apatia .
É intrigante: conquistada a democracia, ainda que em transição pactuada com a ditadura civil-militar de 64/84, afinal tivemos a eleição de um sociólogo e de um metalúrgico oriundos da resistência ao regime, filiados a partidos de ideário social-democrata e socialista. Mas, na última década e meia desses governos, cresceram a despolitização e a desorganização da sociedade como um todo, e dos trabalhadores em particular. Pesquisa realizada pelo Ipsos Public Affairs em nove regiões metropolitanas, concluída em janeiro de 2010, mostra que apenas três de cada dez brasileiros conseguem identificar corretamente o nome de um ministro, um senador ou um deputado federal. A acomodação das organizações políticas e de seus líderes ao alheamento político das massas foi crescente e... interessada.
Apesar disso, "la nave va", pois as forças dominantes na economia, na política e na produção do imaginário social nacional não necessitaram, até o momento, de uma repaginação da estrutura partidária. As práticas patrimonialistas, mesclando autoritarismo, demagogia e clientelismo, e imbricando interesses privados e públicos, seguem sustentando governos e viabilizando vitórias eleitorais. Todos, "modernos" e "atrasados", num assemelhamento crescente das legendas, navegam nas águas aparentemente tranquilas da economia. Sempre se dizendo "progressistas", controlam a vida pública brasileira, animando a "platéia" com uma polarização de fantasia nas disputas eleitorais. A anemia da cidadania crítica facilita a afirmação de personalismos e da "cultura do favor", terreno fértil para essas deformações.
Todos os grandes partidos brasileiros - e a maioria dos pequenos - são sócios nada honorários do clube da degradação política nacional, da qual o escândalo mais recente, do escabroso "mensalão" do DEM, é emblema documentado.
Esse modelo político formalmente representativo, apesar do descrédito popular (que produz mais apatia que ativismo crítico), parece intocável. Tanto FHC quanto Lula, ao longo dos últimos 15 anos, proclamaram a urgência da "mãe de todas as reformas", a política. Mas as bases de sustentação de seus governos rejeitaram essas conclamações retóricas da "vanguarda do atraso". Não se muda o que tem assegurado vitórias e "governabilidade". O Legislativo tem pouca autonomia: o Executivo continua "domesticando" a maioria dos Parlamentos, usando métodos legais e, por vezes, ilegais.
Os partidos e a própria política, no sentido lato, tornaram-se fins em si mesmos, com interesses específicos, corporativos, na defesa monolítica e monocórdia do "caminho único". Procedimentos predadores e egoístas são naturalizados.
Fora dessa rede apodrecida vigora uma espécie de neoconformismo esclarecido: "não há outro jeito de se fazer política no Brasil", reza o senso comum distópico. Mas ainda há quem aposte em participação, formulação de programas e mobilização em torno de ideais e causas. Nem tudo está perdido.
Chivo Alencar é professor e deputado federal (PSol-RJ)
Apesar disso, "la nave va", pois as forças dominantes na economia, na política e na produção do imaginário social nacional não necessitaram, até o momento, de uma repaginação da estrutura partidária. As práticas patrimonialistas, mesclando autoritarismo, demagogia e clientelismo, e imbricando interesses privados e públicos, seguem sustentando governos e viabilizando vitórias eleitorais. Todos, "modernos" e "atrasados", num assemelhamento crescente das legendas, navegam nas águas aparentemente tranquilas da economia. Sempre se dizendo "progressistas", controlam a vida pública brasileira, animando a "platéia" com uma polarização de fantasia nas disputas eleitorais. A anemia da cidadania crítica facilita a afirmação de personalismos e da "cultura do favor", terreno fértil para essas deformações.
Todos os grandes partidos brasileiros - e a maioria dos pequenos - são sócios nada honorários do clube da degradação política nacional, da qual o escândalo mais recente, do escabroso "mensalão" do DEM, é emblema documentado.
Esse modelo político formalmente representativo, apesar do descrédito popular (que produz mais apatia que ativismo crítico), parece intocável. Tanto FHC quanto Lula, ao longo dos últimos 15 anos, proclamaram a urgência da "mãe de todas as reformas", a política. Mas as bases de sustentação de seus governos rejeitaram essas conclamações retóricas da "vanguarda do atraso". Não se muda o que tem assegurado vitórias e "governabilidade". O Legislativo tem pouca autonomia: o Executivo continua "domesticando" a maioria dos Parlamentos, usando métodos legais e, por vezes, ilegais.
Os partidos e a própria política, no sentido lato, tornaram-se fins em si mesmos, com interesses específicos, corporativos, na defesa monolítica e monocórdia do "caminho único". Procedimentos predadores e egoístas são naturalizados.
Fora dessa rede apodrecida vigora uma espécie de neoconformismo esclarecido: "não há outro jeito de se fazer política no Brasil", reza o senso comum distópico. Mas ainda há quem aposte em participação, formulação de programas e mobilização em torno de ideais e causas. Nem tudo está perdido.
Chivo Alencar é professor e deputado federal (PSol-RJ)
9 de mar. de 2010
O Haiti é aqui e lá.
Internacional
Jornal da APUG
Às vezes nos perdemos nos acontecimentos de nosso universo pessoal, do mundo do trabalho, da família e nos afazeres cotidianos, e as tragédias sociais e acontecimentos distantes parecem não nos dizer respeito. Em 12 de janeiro de 2010, um terrível terremoto atingiu o povo haitiano. Além de prédios atingidos, milhares de pessoas morreram.
Na perspectiva de que "nada que é humano nos deve ser estranho", o Jornal da APUG entrevistou o professor, jornalista e militante haitiano Franck Seguy, que participou da abertura do 29◦ Congresso do ANDES-SN, realizado de 25 a 31 de janeiro, em Belém do Pará. Na entrevista exclusiva concedida ao Jornal da APUG, Seguy afirmou que é preciso que todos saibam da verdadeira história do Haiti e explica porque o terremoto que colocou o Haiti nas manchetes dos jornais de todo o mundo é apenas uma face da tragédia que assola o país mais pobre das Américas.
J.A.- Porque o Sr. afirmou em sua palestra que o povo brasileiro não sabe o que de fato está acontecendo no Haiti? E porque essa calamidade deve abrir os olhos do mundo para o seu país.
Franck Seguy - Porque apesar da imensa solidariedade dos brasileiros, na sua maioria não sabem que o terremoto é apenas a ponta do iceberg da tragédia social que se abate sobre os haitianos. Primeiro porque as calamidades já acontecem no cotidiano do Haiti e a intensidade dos últimos terremotos e a quantidade de pessoas mortas além de serem excepcionais vão agravar ainda mais a construção sócio-histórica do país. No Haiti, existe uma expressão "República de Porto Príncipe", pra dizer que o país estava reduzido à capital. Uma cidade construída para receber 250 mil pessoas, mas onde havia 3 milhões morando lá. Essas pessoas deixaram a região natal para morar na capital porque é lá que estão, praticamente, os únicos hospitais, a universidade pública, a administração também. Tudo estava concentrado em Porto Príncipe e agora nem mais ela existe. E, para piorar a situação, o terremoto gerou uma situação de aproveitamento político-militar de ocupação, principalmente dos EUA.
J.A.- Mas os EUA, o Brasil e os outros países não estão apenas ajudando o povo e o país a se recuperar?
Franck Seguy - É preciso que todos saibam que o Haiti foi o primeiro país independente da América Latina, mas não foi tolerado nem pelo colonizador francês, nem pelos Estados Unidos, país escravocrata. O Haiti é um país que, com a cumplicidade das elites, teve que, no curso do século XIX, pagar à França sua independência, e que, no século XX, sofreu vinte anos de ocupação americana (de 1915 a 1934) para finalmente cair nas mãos cruéis da família Duvalier, com a bênção dos Estados Unidos, em nome do anticomunismo. Esta dominação e exploração da oligarquia local se aprofundaram com a abertura dos mercados, arruinando a agricultura local; com os ajustes estruturais, impossibilitando investimentos sociais e com a legitimação da classe dominante, a elite moralmente repugnante, que sempre levou o povo à miséria, à exploração e ao abandono. Agora, com o terremoto, é a 4◦ vez que os EUA ocupam o Haiti. Na primeira vez, em 1915, eles expulsaram milhares de haitianos para Cuba, República Dominicana. Tomaram as melhores terras, escravizaram milhares de cidadãos. Agora, o que eles querem é que as companhias norte-americanas reconstruam o país e termine de exaurir o que resta de riquezas no país, a preocupação efetiva não é com o povo. Mas eu pergunto, pra que tanto soldados se o que o povo precisa é de médicos, enfermeiros, paramédicos. O país não está em guerra, mas a maioria dos países estão enviando basicamente soldados. Hoje há no Haiti mais de 1 milhão de pessoas desabrigadas, doentes, famintas e desamparadas socialmente. E a "intervenção humanitária" em curso por parte dos Estados Unidos se faz acompanhar de uma força-tarefa de 20 mil soldados que tomou controle do aeroporto e das instalações portuárias e que junto com uma força quantitativamente igual, a da MINUSTAH, comandada pelo Brasil, coordena praticamente tudo no país, hoje. Esta intervenção americana é a terceira em dezesseis anos. A reação dos EUA foi olímpica, bateu recorde de rapidez e midiática, digna do Oscar do Oportunismo, sequer se lembrando de dialogar com a ONU e planejar melhor as coisas com a missão brasileira que já vinha liderando as operações por lá. Passaram a controlar do jeito deles toda a ajuda estrangeira e, o que foi efetivamente controverso, mandaram inicialmente 12.000 soldados para "passear" no Haiti, como se o povo nativo fosse apático e não tivesse braços para acolher os feridos e pernas para avançar no enfrentamento de seus dramas, contando necessariamente com o suporte já estabelecido (e que passaria por emergencial ampliação) de vários organismos e serviços humanitários, incluindo relevantes ações cubanas de saúde. Tanto foi assim que depois do terremoto, o Presidente Préval enfrenta uma oposição que exige sua demissão por incompetência: permitiu que os EUA passassem a mandar e deixou a sobrevivência do país nos braços de potências estrangeiras.
J.A. Qual tem sido o papel da MINUSTAH (Missão das Nações Unidas Para a Estabilização do Haiti, instituída em abril de 2004 e coordenada pelo Brasil)?
Franck Seguy - A Minustah só tem tido o papel de reprimir o povo, os estudantes, os professores. O inverso do que é mostrado na mídia. O papel do Brasil, infelizmente, tem sido o de reprimir o povo haitiano. A perseguição aos dirigentes de esquerda e militantes sociais aumentou e muito depois do terremoto, alguns estão sendo assassinados como foi o exemplo do professor Jean Anil Louis-Juste, professor de Sociologia e Presidente da ASIA (Associação Universitária Dessaliniana). O professor Jean Anil havia estudado no Brasil, feito mestrado e doutorado na UFPE e tinha pouco tempo que havia retornado ao Haiti.
J.A. Mas a ajuda internacional não tem sido efetiva?
Franck Seguy - Olha, o Haiti já vive numa situação de tragédia ambiental, social e econômica há algum tempo. Em 2004, houve um furacão, desabrigando milhares de pessoas, e apenas 2% do discurso de ajuda humanitária foram efetivados. Hoje não será diferente, as promessas são muitas, mas é preciso perceber que os empréstimos oferecidos se converterão em dívidas futuras e a maioria das doações não se efetivarão. Numa situação de miséria extrema e cataclisma ambiental e social, o que estamos vendo mesmo é o aumento da repressão e dos interesses imperialistas que querem acabar de destruir o meus país. Ou o Haiti se liberta ou irá desaparecer.
J.A. A calamidade que se instaurou no Haiti veio abrir os olhos do mundo para a pobreza da população?
Franck Seguy - Eu acho que não. Como eu já disse, calamidades já aconteceram várias vezes no Haiti. A intensidade dos últimos terremotos e a quantidade de pessoas mortas são excepecionais, mas a calamidade no Haiti é a regra. O Caribe é uma região onde acontecem todos os anos muitos furacões. Em 2008, passaram 4 furações pelo Haiti. A pobreza no Haiti é uma construção sócio-histórica. Nas duas colonizações que sofremos, a espanhola e a francesa, tivemos 45% do meio ambiente haitiano destruídos. Com a primeira ocupação militar norte-americana, as empresas dos Estados Unidos continuaram destruindo sistematicamente o meio-ambiente. Uma parte do território do Haiti se transformou em deserto. No final dos anos 70, os Estados Unidos mataram todos os porcos haitianos porque o porco era a maior facilidade dos camponeses para se sustentarem e eles (EUA) precisavam de mão-de-obra para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar da República Dominicana. As terras camponesas foram roubadas e transformadas em desertos. A pobreza no Haiti não é algo que vem do céu ou de outro lugar. Após a independência do Haiti, houve diversas ocupações militares no país e qualquer pessoa que conseguiu se organizar contra as ocupações foi assassinada. O Eduardo Galeano (jornalista e escritor uruguaio) fala que o Haiti está pagando um preço muito alto por ter sido o primeiro país a se libertar da escravidão. No Haiti, a escravidão foi abolida primeiro. A chamada comunidade internacional se liga contra este exemplo que ela não quer mais ver se repetir na história. Querem mostrar que o Haiti errou. Deveria ter esperado mais o país se libertar, para libertar seus escravos. Esse exemplo que ele deu ao mundo foi errado. Até esses terremotos estão sendo usados contra a população do Haiti. Já ouvi sobre muitos brasileiros solidários que doaram comida e água, mas o Exército brasileiro não as entregou como o povo brasileiro esperava.
J.A. Você acredita que o Haiti um dia será realmente livre?
Franck Seguy- Eu acho que vai acontecer duas coisas: ou o Haiti vai desaparecer ou vai se libertar. Na consciência do povo haitiano, não há outro meio como viver. Para o povo falta o meio para lutar por sua liberdade agora. Mas isso é uma coisa que está escrito na bandeira haitiana: "Viver livre ou morrer". Não conhecemos outra opção. Há outros esforços que incentivam outra opção. Mas o haitiano conhece apenas essas duas opções. Não será o Brasil ou os Estados Unidos ou as Nações Unidas que, finalmente, possibilitarão aos haitianos uma cidadania real. A (re)construção do país se fará na tomada de consciência de todos os segmentos da população. A catástrofe a enfrentar não resulta só do terremoto de janeiro de 2010, mas da história sofrida do povo do Haiti.
Jornal da APUG
Às vezes nos perdemos nos acontecimentos de nosso universo pessoal, do mundo do trabalho, da família e nos afazeres cotidianos, e as tragédias sociais e acontecimentos distantes parecem não nos dizer respeito. Em 12 de janeiro de 2010, um terrível terremoto atingiu o povo haitiano. Além de prédios atingidos, milhares de pessoas morreram.
Na perspectiva de que "nada que é humano nos deve ser estranho", o Jornal da APUG entrevistou o professor, jornalista e militante haitiano Franck Seguy, que participou da abertura do 29◦ Congresso do ANDES-SN, realizado de 25 a 31 de janeiro, em Belém do Pará. Na entrevista exclusiva concedida ao Jornal da APUG, Seguy afirmou que é preciso que todos saibam da verdadeira história do Haiti e explica porque o terremoto que colocou o Haiti nas manchetes dos jornais de todo o mundo é apenas uma face da tragédia que assola o país mais pobre das Américas.
J.A.- Porque o Sr. afirmou em sua palestra que o povo brasileiro não sabe o que de fato está acontecendo no Haiti? E porque essa calamidade deve abrir os olhos do mundo para o seu país.
Franck Seguy - Porque apesar da imensa solidariedade dos brasileiros, na sua maioria não sabem que o terremoto é apenas a ponta do iceberg da tragédia social que se abate sobre os haitianos. Primeiro porque as calamidades já acontecem no cotidiano do Haiti e a intensidade dos últimos terremotos e a quantidade de pessoas mortas além de serem excepcionais vão agravar ainda mais a construção sócio-histórica do país. No Haiti, existe uma expressão "República de Porto Príncipe", pra dizer que o país estava reduzido à capital. Uma cidade construída para receber 250 mil pessoas, mas onde havia 3 milhões morando lá. Essas pessoas deixaram a região natal para morar na capital porque é lá que estão, praticamente, os únicos hospitais, a universidade pública, a administração também. Tudo estava concentrado em Porto Príncipe e agora nem mais ela existe. E, para piorar a situação, o terremoto gerou uma situação de aproveitamento político-militar de ocupação, principalmente dos EUA.
J.A.- Mas os EUA, o Brasil e os outros países não estão apenas ajudando o povo e o país a se recuperar?
Franck Seguy - É preciso que todos saibam que o Haiti foi o primeiro país independente da América Latina, mas não foi tolerado nem pelo colonizador francês, nem pelos Estados Unidos, país escravocrata. O Haiti é um país que, com a cumplicidade das elites, teve que, no curso do século XIX, pagar à França sua independência, e que, no século XX, sofreu vinte anos de ocupação americana (de 1915 a 1934) para finalmente cair nas mãos cruéis da família Duvalier, com a bênção dos Estados Unidos, em nome do anticomunismo. Esta dominação e exploração da oligarquia local se aprofundaram com a abertura dos mercados, arruinando a agricultura local; com os ajustes estruturais, impossibilitando investimentos sociais e com a legitimação da classe dominante, a elite moralmente repugnante, que sempre levou o povo à miséria, à exploração e ao abandono. Agora, com o terremoto, é a 4◦ vez que os EUA ocupam o Haiti. Na primeira vez, em 1915, eles expulsaram milhares de haitianos para Cuba, República Dominicana. Tomaram as melhores terras, escravizaram milhares de cidadãos. Agora, o que eles querem é que as companhias norte-americanas reconstruam o país e termine de exaurir o que resta de riquezas no país, a preocupação efetiva não é com o povo. Mas eu pergunto, pra que tanto soldados se o que o povo precisa é de médicos, enfermeiros, paramédicos. O país não está em guerra, mas a maioria dos países estão enviando basicamente soldados. Hoje há no Haiti mais de 1 milhão de pessoas desabrigadas, doentes, famintas e desamparadas socialmente. E a "intervenção humanitária" em curso por parte dos Estados Unidos se faz acompanhar de uma força-tarefa de 20 mil soldados que tomou controle do aeroporto e das instalações portuárias e que junto com uma força quantitativamente igual, a da MINUSTAH, comandada pelo Brasil, coordena praticamente tudo no país, hoje. Esta intervenção americana é a terceira em dezesseis anos. A reação dos EUA foi olímpica, bateu recorde de rapidez e midiática, digna do Oscar do Oportunismo, sequer se lembrando de dialogar com a ONU e planejar melhor as coisas com a missão brasileira que já vinha liderando as operações por lá. Passaram a controlar do jeito deles toda a ajuda estrangeira e, o que foi efetivamente controverso, mandaram inicialmente 12.000 soldados para "passear" no Haiti, como se o povo nativo fosse apático e não tivesse braços para acolher os feridos e pernas para avançar no enfrentamento de seus dramas, contando necessariamente com o suporte já estabelecido (e que passaria por emergencial ampliação) de vários organismos e serviços humanitários, incluindo relevantes ações cubanas de saúde. Tanto foi assim que depois do terremoto, o Presidente Préval enfrenta uma oposição que exige sua demissão por incompetência: permitiu que os EUA passassem a mandar e deixou a sobrevivência do país nos braços de potências estrangeiras.
J.A. Qual tem sido o papel da MINUSTAH (Missão das Nações Unidas Para a Estabilização do Haiti, instituída em abril de 2004 e coordenada pelo Brasil)?
Franck Seguy - A Minustah só tem tido o papel de reprimir o povo, os estudantes, os professores. O inverso do que é mostrado na mídia. O papel do Brasil, infelizmente, tem sido o de reprimir o povo haitiano. A perseguição aos dirigentes de esquerda e militantes sociais aumentou e muito depois do terremoto, alguns estão sendo assassinados como foi o exemplo do professor Jean Anil Louis-Juste, professor de Sociologia e Presidente da ASIA (Associação Universitária Dessaliniana). O professor Jean Anil havia estudado no Brasil, feito mestrado e doutorado na UFPE e tinha pouco tempo que havia retornado ao Haiti.
J.A. Mas a ajuda internacional não tem sido efetiva?
Franck Seguy - Olha, o Haiti já vive numa situação de tragédia ambiental, social e econômica há algum tempo. Em 2004, houve um furacão, desabrigando milhares de pessoas, e apenas 2% do discurso de ajuda humanitária foram efetivados. Hoje não será diferente, as promessas são muitas, mas é preciso perceber que os empréstimos oferecidos se converterão em dívidas futuras e a maioria das doações não se efetivarão. Numa situação de miséria extrema e cataclisma ambiental e social, o que estamos vendo mesmo é o aumento da repressão e dos interesses imperialistas que querem acabar de destruir o meus país. Ou o Haiti se liberta ou irá desaparecer.
J.A. A calamidade que se instaurou no Haiti veio abrir os olhos do mundo para a pobreza da população?
Franck Seguy - Eu acho que não. Como eu já disse, calamidades já aconteceram várias vezes no Haiti. A intensidade dos últimos terremotos e a quantidade de pessoas mortas são excepecionais, mas a calamidade no Haiti é a regra. O Caribe é uma região onde acontecem todos os anos muitos furacões. Em 2008, passaram 4 furações pelo Haiti. A pobreza no Haiti é uma construção sócio-histórica. Nas duas colonizações que sofremos, a espanhola e a francesa, tivemos 45% do meio ambiente haitiano destruídos. Com a primeira ocupação militar norte-americana, as empresas dos Estados Unidos continuaram destruindo sistematicamente o meio-ambiente. Uma parte do território do Haiti se transformou em deserto. No final dos anos 70, os Estados Unidos mataram todos os porcos haitianos porque o porco era a maior facilidade dos camponeses para se sustentarem e eles (EUA) precisavam de mão-de-obra para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar da República Dominicana. As terras camponesas foram roubadas e transformadas em desertos. A pobreza no Haiti não é algo que vem do céu ou de outro lugar. Após a independência do Haiti, houve diversas ocupações militares no país e qualquer pessoa que conseguiu se organizar contra as ocupações foi assassinada. O Eduardo Galeano (jornalista e escritor uruguaio) fala que o Haiti está pagando um preço muito alto por ter sido o primeiro país a se libertar da escravidão. No Haiti, a escravidão foi abolida primeiro. A chamada comunidade internacional se liga contra este exemplo que ela não quer mais ver se repetir na história. Querem mostrar que o Haiti errou. Deveria ter esperado mais o país se libertar, para libertar seus escravos. Esse exemplo que ele deu ao mundo foi errado. Até esses terremotos estão sendo usados contra a população do Haiti. Já ouvi sobre muitos brasileiros solidários que doaram comida e água, mas o Exército brasileiro não as entregou como o povo brasileiro esperava.
J.A. Você acredita que o Haiti um dia será realmente livre?
Franck Seguy- Eu acho que vai acontecer duas coisas: ou o Haiti vai desaparecer ou vai se libertar. Na consciência do povo haitiano, não há outro meio como viver. Para o povo falta o meio para lutar por sua liberdade agora. Mas isso é uma coisa que está escrito na bandeira haitiana: "Viver livre ou morrer". Não conhecemos outra opção. Há outros esforços que incentivam outra opção. Mas o haitiano conhece apenas essas duas opções. Não será o Brasil ou os Estados Unidos ou as Nações Unidas que, finalmente, possibilitarão aos haitianos uma cidadania real. A (re)construção do país se fará na tomada de consciência de todos os segmentos da população. A catástrofe a enfrentar não resulta só do terremoto de janeiro de 2010, mas da história sofrida do povo do Haiti.
7 de mar. de 2010
O ministro Mantega anunciou: “Em janeiro, o governo pagou de juros da dívida interna, 12 BILHÕES E 200 MILHÕES de reais.
É a palavra do ministro da Fazenda, está bem, não por ele, mas pelo cargo. Todo satisfeito, aparecendo na televisão, divulgou esses números que estão no título, referentes ao primeiro mês de 2010.
Como ninguém tem a menor dúvida que essa dívida, estabelecida através da fixação dos juros, não diminuirá de forma alguma, é a coisa mais fácil estabelecer o que será pago em 12 meses, com o dinheiro retirado dos impostos.
Multiplicando esses 12 BILHÕES E 200 MILHÕES, pagos em apenas 1 mês, não é necessário nem maquininha de calcular, para chegar ao total que o governo terá pago neste malogrado, tumultuado e complicado ano de 2010.
Multiplicando esses mais de 12 BILHÕES anunciados e referendados pelo ministro da Fazenda, pelos 12 meses do ano, a constatação: terão sido pagos a banqueiros, seguradoras e empresas globalizantes, exatamente 146 BILHÕES E 400 MILHÕES de reais.
Isso com o juro de 8,75%, que já se tem certeza de que não ficará nesse nível. É praticamente certo, que esses 8,75% em duas ou três vezes serão elevados para 10 por cento.
Como a “dívida” está em 1 TRILHÃO E 600 BILHÕES, quando chegar a 10%, será mais fácil e mais criminoso, concluir que o que chamam de amortização, mas não amortiza nada, estará em 160 BILHÕES ANUAIS.
O ministro só falou sobre o primeiro mês de 2010, porque não queria se exceder em palavras. (Para ele, chega o excesso de juros e de pagamentos). Mas se quisesse falar sobre 2009, Mantega teria que constatar: no ano passado os juros passaram dos 150 BILHÕES, pois os juros pagos só chegaram nesse mínimo de 8,75%, durante uma parte do ano.
Não quero fazer considerações a respeito do que poderia ser realizado com essa ROUBALHEIRA, investida no que o Brasil mais precisa, principalmente em infraestrutura. E a verdade calamitosa não para por aí, e os recursos de que se vale o governo para exibir a “MENOS” verdade, escondendo do cidadão-contribuinte-eleitor a realidade lancinante.
Iludindo a opinião pública, o governo (os governos, incluindo o de FHC) chama o dinheiro necessário a esses pagamentos, de ECONOMIA. Pois em 2009, só conseguiram ECONOMIZAR 90 BILHÕES para a “amortização” de no mínimo 150 BILHÕES. Então, como realizar essa mágica de pagar 150 BILHÕES, tendo apenas 90 BILHÕES?
Muito simples: os credores, (Deus me perdoe a palavra) são compreensíveis, generosos e desprendidos. Então recebem esses 90 e “jogam os outros 60, em cima do total”. Assim, até Mantega e os “terroristas de esquerda”, são capazes de entender: essa DÍVIDA jamais acabará.
Assim, mesmo que algum dia os juros caiam para 5 POR CENTO, e como a dívida não diminui, sobre esse 1 TRILHÃO E 600 BILHÕES, estaremos PAGANDO ANUALMENTE, 80 BILHÕES.
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PS – Não esqueço que no governo FHC, os juros pagos a esses sanguessugas chegaram a 44 por cento. Depois, diminuiu alguma coisa, entregou essa DÍVIDA a Lula com juros de 25 por cento.
PS2 – FHC terá que ser julgado formal ou historicamente por isso. E mais grave: pelos 4 OU 5 trilhões que retirou do patrimônio nacional. Com as privatizações criminosas, entregava empresas prósperas, e recebia MOEDAS PODRES.
PS3 – Essas MOEDAS PODRES, valiam abaixo de 50% ou até 100 por cento do valor de face. Essa Comissão de Desestatização devia ser DEVASSADA. O que condeno em Luiz Inácio Lula da Silva foi não ter feito nada para RECUPERAR O PATRIMÔNIO NACIONAL.
PS4 – Aceitou tudo, como se fosse o mais comum. Combati essa PRIVATIZAÇÃO durante todo o governo FHC.
FONTE: PSOL SABARÁ
Como ninguém tem a menor dúvida que essa dívida, estabelecida através da fixação dos juros, não diminuirá de forma alguma, é a coisa mais fácil estabelecer o que será pago em 12 meses, com o dinheiro retirado dos impostos.
Multiplicando esses 12 BILHÕES E 200 MILHÕES, pagos em apenas 1 mês, não é necessário nem maquininha de calcular, para chegar ao total que o governo terá pago neste malogrado, tumultuado e complicado ano de 2010.
Multiplicando esses mais de 12 BILHÕES anunciados e referendados pelo ministro da Fazenda, pelos 12 meses do ano, a constatação: terão sido pagos a banqueiros, seguradoras e empresas globalizantes, exatamente 146 BILHÕES E 400 MILHÕES de reais.
Isso com o juro de 8,75%, que já se tem certeza de que não ficará nesse nível. É praticamente certo, que esses 8,75% em duas ou três vezes serão elevados para 10 por cento.
Como a “dívida” está em 1 TRILHÃO E 600 BILHÕES, quando chegar a 10%, será mais fácil e mais criminoso, concluir que o que chamam de amortização, mas não amortiza nada, estará em 160 BILHÕES ANUAIS.
O ministro só falou sobre o primeiro mês de 2010, porque não queria se exceder em palavras. (Para ele, chega o excesso de juros e de pagamentos). Mas se quisesse falar sobre 2009, Mantega teria que constatar: no ano passado os juros passaram dos 150 BILHÕES, pois os juros pagos só chegaram nesse mínimo de 8,75%, durante uma parte do ano.
Não quero fazer considerações a respeito do que poderia ser realizado com essa ROUBALHEIRA, investida no que o Brasil mais precisa, principalmente em infraestrutura. E a verdade calamitosa não para por aí, e os recursos de que se vale o governo para exibir a “MENOS” verdade, escondendo do cidadão-contribuinte-eleitor a realidade lancinante.
Iludindo a opinião pública, o governo (os governos, incluindo o de FHC) chama o dinheiro necessário a esses pagamentos, de ECONOMIA. Pois em 2009, só conseguiram ECONOMIZAR 90 BILHÕES para a “amortização” de no mínimo 150 BILHÕES. Então, como realizar essa mágica de pagar 150 BILHÕES, tendo apenas 90 BILHÕES?
Muito simples: os credores, (Deus me perdoe a palavra) são compreensíveis, generosos e desprendidos. Então recebem esses 90 e “jogam os outros 60, em cima do total”. Assim, até Mantega e os “terroristas de esquerda”, são capazes de entender: essa DÍVIDA jamais acabará.
Assim, mesmo que algum dia os juros caiam para 5 POR CENTO, e como a dívida não diminui, sobre esse 1 TRILHÃO E 600 BILHÕES, estaremos PAGANDO ANUALMENTE, 80 BILHÕES.
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PS – Não esqueço que no governo FHC, os juros pagos a esses sanguessugas chegaram a 44 por cento. Depois, diminuiu alguma coisa, entregou essa DÍVIDA a Lula com juros de 25 por cento.
PS2 – FHC terá que ser julgado formal ou historicamente por isso. E mais grave: pelos 4 OU 5 trilhões que retirou do patrimônio nacional. Com as privatizações criminosas, entregava empresas prósperas, e recebia MOEDAS PODRES.
PS3 – Essas MOEDAS PODRES, valiam abaixo de 50% ou até 100 por cento do valor de face. Essa Comissão de Desestatização devia ser DEVASSADA. O que condeno em Luiz Inácio Lula da Silva foi não ter feito nada para RECUPERAR O PATRIMÔNIO NACIONAL.
PS4 – Aceitou tudo, como se fosse o mais comum. Combati essa PRIVATIZAÇÃO durante todo o governo FHC.
FONTE: PSOL SABARÁ
4 de mar. de 2010
Maioria dos parlamentares do PSOL está com Plínio.
Foi lançado nesta segunda-feira, 1º, em uma coletiva realizada no plenário Tiradentes da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, um manifesto assinado pelos três deputados estaduais (Carlos Giannazi, Marcelo Freixo e Raul Marcelo), dois deputados federais (Chico Alencar e Ivan Valente), pelo senador da sigla, José Nery, e dezenas de representantes de diretórios estaduais. Seis vereadores eleitos pela legenda também apóiam Plínio e assinam o manifesto. Já são 35 dos 61 integrantes do diretório nacional e 6 das 9 tendências internas a apoiar a pré-candidatura. O manifesto também traz assinaturas de intelectuais que já tinham manifestado apoio à pré-candidatura desde quando ela foi lançada (no 2º congresso do PSOL, em agosto do ano passado) e defende “um programa que enfrente a atual política econômica e responda à crise social”. O senador José Nery e o deputado estadual Marcelo Freixo (RJ) não puderam estar presentes em razão de compromissos previamente assumidos.
A indicação do PSOL será definida em uma conferência eleitoral que acontece nos dias 10 e 11 de abril, no Rio de Janeiro. Mas o manifesto ressalta a força da pré-candidatura.
Na opinião do líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados, Ivan Valente, Plínio “é a candidatura que pode melhor expressar o que há de luta, de resistência, de aglutinação nos setores populares e sociais”, favorecendo a unidade com o PSTU e o PCB, que em 2006 compuseram a Frente de Esquerda.
O deputado estadual Raul Marcelo, líder da bancada do partido na Alesp, lembrou que a candidatura de Plínio será a única que poderá “falar a verdade” no processo eleitoral, “porque não terá financiamento de empreiteiras ou de bancos. Não vai ter financiamento de empresa na campanha do PSOL”, disse.
“Será a alternativa para fazer a diferença e despertar o senso crítico da população”, afirmou o deputado Carlos Giannazi, ressaltando a contraposição às candidaturas de Dilma, Serra, Ciro Gomes e Marina Silva.
Estiveram junto com Plínio e os parlamentares na coletiva representantes das executivas nacional e estadual do PSOL, o presidente do diretório paulista, Miguel Carvalho, e os ex-vereadores Aldo Santos (São Bernardo), Horácio Neto (São Caetano) e Paulo Búfalo (Campinas).
A indicação do PSOL será definida em uma conferência eleitoral que acontece nos dias 10 e 11 de abril, no Rio de Janeiro. Mas o manifesto ressalta a força da pré-candidatura.
Na opinião do líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados, Ivan Valente, Plínio “é a candidatura que pode melhor expressar o que há de luta, de resistência, de aglutinação nos setores populares e sociais”, favorecendo a unidade com o PSTU e o PCB, que em 2006 compuseram a Frente de Esquerda.
O deputado estadual Raul Marcelo, líder da bancada do partido na Alesp, lembrou que a candidatura de Plínio será a única que poderá “falar a verdade” no processo eleitoral, “porque não terá financiamento de empreiteiras ou de bancos. Não vai ter financiamento de empresa na campanha do PSOL”, disse.
“Será a alternativa para fazer a diferença e despertar o senso crítico da população”, afirmou o deputado Carlos Giannazi, ressaltando a contraposição às candidaturas de Dilma, Serra, Ciro Gomes e Marina Silva.
Estiveram junto com Plínio e os parlamentares na coletiva representantes das executivas nacional e estadual do PSOL, o presidente do diretório paulista, Miguel Carvalho, e os ex-vereadores Aldo Santos (São Bernardo), Horácio Neto (São Caetano) e Paulo Búfalo (Campinas).
1 de mar. de 2010
Movimento feminista celebra 100 anos do Dia Internacional da Mulher .
Manifestação acontece no dia 8 de março, às 10h30, na Praça do Patriarca, rebatizada há dois anos pelas mulheres de Praça da Matriarca.
Depois do ato, haverá uma caminhada das feministas pelo centro da capital paulista.
Há exatos 100 anos, a socialista alemã Clara Zetkin propôs, durante a 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, a criação de um Dia Internacional da Mulher. Havia alguns anos, diferentes datas eram marcadas por jornadas de luta feminista, organizadas sobretudo em torno da defesa do voto feminino e da denúncia contra a exploração e opressão das mulheres. A partir daí, as comemorações começaram a ter um caráter internacional. Um século se passou e hoje, em todo o mundo, o dia 8 de março é uma data de celebração e afirmação da luta das mulheres por igualdade, autonomia e liberdade. Em São Paulo, o dia será marcado por uma manifestação no centro da capital, que reunirá feministas de diferentes regiões do estado pra dizer "ainda há por que lutar!".
Com o ato, convocado por dezenas de organizações e movimentos populares, as mulheres querem celebrar as conquistas alcançadas em cem anos de mobilização coletiva, mas também mostrar que a luta por autonomia, igualdade e direitos segue atual e necessária. Bandeiras históricas como a divisão do trabalho doméstico, salário igual para trabalho igual, o combate à violência doméstica, a reivindicação de creches para todas as crianças e a defesa da legalização do aborto continuam na ordem do dia do movimento feminista.
Neste ano, estão entre as reivindicações das mulheres: a defesa da integralidade do Programa Nacional de Direitos Humanos, incluindo a resolução sobre o aborto, que foi alterada pelo governo federal; da Lei Maria da Penha, que vem sofrendo inúmeros obstáculos para sua implementação e legitimação; do Pacto Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, que embora assinado pelo governo de São Paulo até hoje não teve recursos liberados; e do Estatuto da Igualdade Racial. As feministas também denunciarão os efeitos da crise econômica na vida das mulheres, que foram as maiores vítimas do desemprego; a criminalização dos movimentos sociais e o acordo assinado entre o Brasil e o Vaticano, que viola a laicidade do Estado brasileiro. Haverá ainda manifestações de solidariedade e envio de doações às mulheres do Haiti.
Sobre o 8 de Março
Do final do século XIX até 1908, uma série de greves e repressões de trabalhadoras marcaram a construção do movimento feminista nos Estados Unidos. O primeiro "Woman’s day" foi comemorado em Chicago em 1908, e contou com a participação de 1500 mulheres. O dia foi dedicado à causa das operárias, denunciando a exploração e a opressão das mulheres e defendendo a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, incluindo o direito ao voto. De novembro de 1909 a fevereiro de 1910, uma longa greve dos operários têxteis de Nova Iorque, liderada pelas mulheres, terminou pouco antes do "Woman’s Day", realizado no Carnegie Hall, quando três mil mulheres se reuniram em favor do sufrágio, conquistado em 1920 em todo os EUA.
Neste ano, a socialista alemã Clara Zetkin propôs, na 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação do Dia Internacional da Mulher, que seguiu sendo celebrado em datas diferentes, de acordo com o calendário de lutas de cada país. Em 1914, ele foi comemorado pela primeira vez em 8 de março, na Alemanha. Mas é a ação das operárias russas no dia 8 de março de 1917, precipitando o início das ações da Revolução Russa, a razão mais provável para a fixação desta data como o Dia Internacional da Mulher. Documentos de 1921 da Conferência Internacional das Mulheres Comunistas revelam a proposta de uma feminista búlgara do 8 de março como data oficial. A partir de 1922, a celebração internacional é oficializada neste dia.
Essa história se perdeu nos grandes registros históricos, mas faz parte do passado político das mulheres e do movimento feminista de origem socialista no começo do século. Numa era de grandes transformações sociais, o Dia Internacional da Mulher transformou-se no símbolo da participação ativa das mulheres para transformarem a sua condição e a sociedade como um todo.
Depois do ato, haverá uma caminhada das feministas pelo centro da capital paulista.
Há exatos 100 anos, a socialista alemã Clara Zetkin propôs, durante a 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, a criação de um Dia Internacional da Mulher. Havia alguns anos, diferentes datas eram marcadas por jornadas de luta feminista, organizadas sobretudo em torno da defesa do voto feminino e da denúncia contra a exploração e opressão das mulheres. A partir daí, as comemorações começaram a ter um caráter internacional. Um século se passou e hoje, em todo o mundo, o dia 8 de março é uma data de celebração e afirmação da luta das mulheres por igualdade, autonomia e liberdade. Em São Paulo, o dia será marcado por uma manifestação no centro da capital, que reunirá feministas de diferentes regiões do estado pra dizer "ainda há por que lutar!".
Com o ato, convocado por dezenas de organizações e movimentos populares, as mulheres querem celebrar as conquistas alcançadas em cem anos de mobilização coletiva, mas também mostrar que a luta por autonomia, igualdade e direitos segue atual e necessária. Bandeiras históricas como a divisão do trabalho doméstico, salário igual para trabalho igual, o combate à violência doméstica, a reivindicação de creches para todas as crianças e a defesa da legalização do aborto continuam na ordem do dia do movimento feminista.
Neste ano, estão entre as reivindicações das mulheres: a defesa da integralidade do Programa Nacional de Direitos Humanos, incluindo a resolução sobre o aborto, que foi alterada pelo governo federal; da Lei Maria da Penha, que vem sofrendo inúmeros obstáculos para sua implementação e legitimação; do Pacto Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, que embora assinado pelo governo de São Paulo até hoje não teve recursos liberados; e do Estatuto da Igualdade Racial. As feministas também denunciarão os efeitos da crise econômica na vida das mulheres, que foram as maiores vítimas do desemprego; a criminalização dos movimentos sociais e o acordo assinado entre o Brasil e o Vaticano, que viola a laicidade do Estado brasileiro. Haverá ainda manifestações de solidariedade e envio de doações às mulheres do Haiti.
Sobre o 8 de Março
Do final do século XIX até 1908, uma série de greves e repressões de trabalhadoras marcaram a construção do movimento feminista nos Estados Unidos. O primeiro "Woman’s day" foi comemorado em Chicago em 1908, e contou com a participação de 1500 mulheres. O dia foi dedicado à causa das operárias, denunciando a exploração e a opressão das mulheres e defendendo a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, incluindo o direito ao voto. De novembro de 1909 a fevereiro de 1910, uma longa greve dos operários têxteis de Nova Iorque, liderada pelas mulheres, terminou pouco antes do "Woman’s Day", realizado no Carnegie Hall, quando três mil mulheres se reuniram em favor do sufrágio, conquistado em 1920 em todo os EUA.
Neste ano, a socialista alemã Clara Zetkin propôs, na 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação do Dia Internacional da Mulher, que seguiu sendo celebrado em datas diferentes, de acordo com o calendário de lutas de cada país. Em 1914, ele foi comemorado pela primeira vez em 8 de março, na Alemanha. Mas é a ação das operárias russas no dia 8 de março de 1917, precipitando o início das ações da Revolução Russa, a razão mais provável para a fixação desta data como o Dia Internacional da Mulher. Documentos de 1921 da Conferência Internacional das Mulheres Comunistas revelam a proposta de uma feminista búlgara do 8 de março como data oficial. A partir de 1922, a celebração internacional é oficializada neste dia.
Essa história se perdeu nos grandes registros históricos, mas faz parte do passado político das mulheres e do movimento feminista de origem socialista no começo do século. Numa era de grandes transformações sociais, o Dia Internacional da Mulher transformou-se no símbolo da participação ativa das mulheres para transformarem a sua condição e a sociedade como um todo.
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