31 de mar. de 2010

Chico Alencar responde “Nota de Esclarecimento” e pede participação de todos nos fóruns do partido.

1) uma convocação de reunião da Executiva, que em circunstâncias normais não causaria polêmica, pode ser feita, com toda a legitimidade, por decisão da maioria (a mesma que garante, estatutariamente, a convocação do Diretório – cap. 9, art. 41 – e o quorum para deliberações – cap. 18, art. 81 do nosso Estatuto). Sem isso, uma eventual minoria nessa instância teria poder de paralisar o partido, o que não é razoável e, suponho e desejo, não é o objetivo de vocês; esperava que, ao questionar esta convocação do dia 31.03, vs. sugerissem outra data, quando “vencida plenamente a segunda etapa da III Conferência Eleitoral”. Ficou o vazio e reitero: que data vs. propõem? Sim, é urgente “debruçar-se sobre as eventuais divergências ocorridas no transcorrer do processo nos municípios e nos estados”. Por isso, considerando que a Conferência Nacional está prevista para 10/11 de abril, a reunião é essencial e urgente. Suponho e desejo que não haja decisão de não participar mais de encontros de um colegiado por não se ter maioria nele, adotando postura (não declarada) de fração;
2) não ouvi nem li ninguém falando ou escrevendo que o site da Liderança do PSOL ”foi retirado do ar”. O que causou e causa indignação é que o site da Bancada na Câmara dos Deputados (com sua rica e respeitosa diversidade) sofreu alteração das senhas no domínio do Registro.br/Comitê Gestor de Internet no Brasil - à revelia dos deputados - aos 50 minutos e 28 segundos do dia 25/03/10 (mesmo dia da ação sobre o site do PSOL Nacional, que é “de responsabilidade do Diretório Nacional” – como define o cap. 14, art. 73 do nosso Estatuto). Modificações feitas por HHLMO – heloisa.psol@uol.com.br (confirmado por registro.br). Trata-se de uma intervenção injustificável e disparatada, que coloca a comunicação virtual da Liderança não fora do ar, mas sob inexplicável tutela. Nosso site jamais fez qq. referência à pré-candidatura A, B ou C, exceto para informar dos debates entre os três companheiros (que, lembremo-nos, transcorreram em alto nível político, contrastando com certos movimentos e percepções de agora);
3) entendo que, ao invés dessas iniciativas abruptas sobre sites, seria mais saudável usar os próprios instrumentos de comunicação do partido para questionar afirmações tais ou quais; ou mesmo sugerir, neste período mais tenso pré-Conferência, a partir de consultas prévias, um mediador de conteúdos relativos a ela, obviamente ouvindo as outras partes (ao invés de colocar nosso competente e independente José Luis Fevereiro nessa situação desconfortável, que o levou, como era de se esperar, a declinar do convite unilateral);
4) o caminho é óbvio: conferir os dados e a fidedignidade de todos os registros de encontros de base sobre os quais foram levantadas sérias dúvidas e suspeitas - consola saber que a maioria dos estados não têm questionamentos graves -, reconhecer possíveis irregularidades, legitimar as delegações autênticas e representativas e decidir, democraticamente, diretrizes de programa de governo e candidato. Respeito à vontade real e comprovada das bases, à Direção e ao Estatuto pactuado que nos rege, para ao menos interferirmos como esquerda coerente no pleito nacional deste ano, que suponho ainda ser do interesse de todos os que não se sentem contemplados pelos projetos de PT/PMDB/PSDB/DEM/PV (e seus caudatários) em disputa;
5) por fim, um desabafo pessoal (e sempre político): parece um pesadelo - e é uma irresponsabilidade para com nosso povo – a quadra de disputa interna fratricida em que alguns de nós estamos colocando o PSOL, abrindo mão das mediações mínimas necessárias para tocar o partido às vésperas de um duro embate eleitoral – refiro-me ao geral, da sociedade, que é o que mais conta. Às vezes fico com a impressão de que alguns vícios dos nossos inimigos de classe foram introjetadas na nossa estrutura, para inviabilizá-la. Saint Just, jacobino na Revolução Francesa, desencantado com os caminhos do processo ao qual doara sua vida, disse que “todas as artes produziram maravilhas, menos a arte de governar, que só produziu monstros”. Se caminhamos assim no (des)governo do PSOL, o que faremos no exercício do poder público? Logo esses problemas e a forma desajuizada de tratá-los vão repercutir fora (o que ainda não aconteceu pela nossa irrelevância política atual), e ficará difícil falar de “um novo partido contra a velha política”;
6) sinceramente, espero MUITO que vocês, parte tão importante do PSOL, não se afastem dos foruns de deliberação do partido, e voltem a somar esforços nessa construção tão difícil quanto necessária – ainda acreditamos! - para o povo trabalhador brasileiro e para a re-significação de um projeto libertário, que não pode dispensar nenhum(a) lutador(a) social. Nem ser jogado fora dessa maneira autofágica, que as pessoas comuns jamais entenderão.

Saudações socialistas e… teimosamente pascais (que ensina que a MORTE não tem a última palavra),

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