30 de dez. de 2012

ATÉ QUANDO???

Parceria para reabrir museu

Depois de longa espera, as esperanças para a reabertura do Museu Mariano Procópio recaem sobre uma possível parceria entre a UFJF e a Prefeitura Municipal de Juiz de Fora. Dos cerca de R$ 28 milhões necessários à conclusão das obras do conjunto, em entrevista exclusiva à Tribuna na última semana, o reitor Henrique Duque mostrou disposição para captar R$ 15 milhões, ficando o restante sob responsabilidade do município. "O Bruno (Siqueira) está querendo uma ajuda no museu. Disse a ele que acho que consigo uma parte do dinheiro. A reabertura vai expandir e estimular os projetos de pesquisa de cursos, como os de história e turismo. Mas afirmei que a manutenção continuaria a cargo da Prefeitura. Ficamos de sentar no início do ano para ver como podemos caminhar juntos", assegurou o reitor Henrique Duque. "Toda a sociedade com a UFJF vai ser buscada, avaliada e tratada em todos os setores, não só na cultura. E, com certeza, vai ser estimulada na nova gestão", promete o prefeito eleito, Bruno Siqueira, por meio de sua assessoria, acrescentando que prefere aguardar sua posse para tecer qualquer comentário sobre o assunto.
De acordo com o atual diretor-superintendente do Museu, Douglas Fasolato, as conversas ainda são superficiais, mas a ideia é que a iniciativa envolva os governos estadual e federal. "A proposta é que venha a ser algo a exemplo do que existe na França, onde os museus não são federais, mas recebem recursos do governo pela sua importância." Ele salienta que o montante necessário seria utilizado na requalificação total dos dois terços do parque que ainda estão fechados, dos dois prédios históricos, do acervo e da ampliação das áreas administrativa e de exposição temporária. Porém, a reabertura pode ser antecipada mediante execução de obras emergenciais e de segurança do imóvel. "Temos um projeto global, mas isso não é impedimento para sua realização em etapas. Podemos até mesmo promover o restauro visitável. É uma forma de a população compreender a complexidade de uma obra de restauro e, com isso, se conscientizar", diz o diretor-superintendente.
O pedido de tombamento federal dos jardins e do prédio do museu que se arrasta desde 2010, segundo Fasolato, também é capaz de ser definido nos próximos meses. "Em reunião, no último dia 12, a presidente do Iphan Jurema Machado se mostrou sensível à causa e disse acreditar que o projeto seja votado logo", conta Fasolato, ressaltando que o acervo da instituição foi tombado em 1939 em âmbito federal.
Prestes a encerrar a gestão, o diretor-superintendente arrisca alguns planos a serem discutidos para o futuro, como o funcionamento de um curso ligado ao patrimônio em conjunto com a UFJF. "Queremos estimular formação de mão de obra." Ainda nos próximos meses, será lançada a primeira edição dos "Anais do Museu". O diretor realça os empréstimos de obras a outros países e destaca o que está à espera do seu sucessor. "O museu está sendo visto, está no dia a dia das pessoas. Mesmo na atual condição, tem contribuído para divulgar a cidade. O maior desafio é continuar realizando as obras com o máximo de rigor técnico, pensando no espaço, sobretudo, voltado à preservação. É preciso responsabilidade. Acredito que seja um dos poucos elementos da cidade capazes de gerar benefícios para além das fronteiras do município", afirma. "Mas é necessário continuar atento à relação da instituição com o público para que ela deixe de ser sacralizada. Só nos primeiros 11 meses deste ano, 200 mil pessoas passaram pelo parque. É um número significativo. Tenho certeza de que as ações educativas, culturais e científicas serão mantidas pela próxima gestão."
Reportagens publicadas pela Tribuna ao longo do ano mostraram que a expectativa para o Museu Mariano Procópio em 2012 girava em torno da liberação de verbas provenientes de emendas parlamentares, propostas pelos deputados federais Marcus Pestana (R$ 500 mil) e o também prefeito eleito da cidade, Bruno Siqueira (R$ 237 mil). Entre outras alternativas para a reabertura da instituição, cogitou-se a federalização do espaço, o que, segundo Fasolato, está descartada.
O parque foi fechado em setembro de 2006, tendo um terço reaberto no segundo semestre de 2008. Neste mesmo ano, em janeiro, o prédio do Museu Mariano Procópio, por apresentar trincas e fissuras, também foi trancado. Devido a vazamento de água em vários cômodos e queda de estuques, após forte chuva, a Villa Ferreira Lage teve suas portas cerradas em março de 2008.

FONTE: TRIBUNA DE MINAS.COM

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