A posse de Enrique Peña Nieto como presidente do México, neste sábado, foi
marcada por protestos de parlamentares dentro da Câmara dos Deputados e
confrontos entre a polícia e manifestantes armados fora da sede da
Câmara. "Prometo cumprir e fazer cumprir a Constituição dos Estados Unidos
Mexicanos e as leis dela decorrentes, e desempenhar com lealdade e
patrioticamente o cargo de Presidente da República", jurou Peña Nieto, do
Partido Revolucionário Institucional (PRI).
A sessão, prevista para às 9h (14h no horário de Brasília), começou com cerca
de 45 minutos de atraso e em meio ao protesto dos legisladores. "Termina um
governo ilegítimo e começa o pesadelo da imposição, ilegitimidade, a restauração
começa, voltaremos ao passado", afirmou o deputado Ricardo Monreal.
Nas ruas, cerca de 3.000 manifestantes protestaram. Alguns deles tentaram
furar o cerco policial. Ao menos vinte pessoas ficaram feridas em confrontos,
segundo fontes médicas. "Nós não esperávamos algo tão violento", comentou um dos
cerca de 200 soldados que cercaram o Palácio Legislativo, onde a Polícia Federal
instalou, há vários dias, cercas metálicas de três metros de altura.
Pelo menos cinco soldados ficaram feridos, um deles foi atingido no rosto por
uma pedra, dois por um coquetel molotov, e dois outros pelo mesmo gás
lacrimogêneo lançado para repelir os manifestantes.
Várias organizações críticas ao novo poder, entre elas o movimento estudantil
#YoSoy132, realizaram manifestações na capital e em outras cidades. Uma delas
aconteceu próximo à emblemática estátua do Anjo da Independência, liderada pelo
líder da esquerda Andrés Manuel López Obrador - que perdeu as duas últimas
eleições e que acusa Nieto de ter comprado milhões de votos para ganhar a
eleição presidencial
Cerimônia
A cerimônia de posse neste sábado foi assistida por Joe Biden,
vice-presidente dos Estados Unidos (em nome do presidente Barack Obama) e pelo
príncipe Felipe da Espanha. Também marcaram presença o governador geral do
Canadá e os presidentes da Costa Rica, Honduras, Colômbia, Panamá, Nicarágua,
Guatemala e Peru, bem como o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.
Na madrugada, o então presidente Felipe Calderón entregou o comando do país
para Peña Nieto, em uma cerimônia simbólica. Em seguida, tomaram posse os novos
membros do gabinete da segurança. "Hoje começo a exercer o honroso cargo de
presidente" do México, afirmou Peña Nieto no fim da cerimônia, que durou apenas
cinco minutos, durante a qual os dois presidentes apertaram as mãos.
A cerimônia foi acompanhada por senadores e deputados, reunidos em sessão
solene do Congresso, e por membros do Poder Judicial, como exige a constituição.
Peña Nieto, que havia prometido um gabinete "inclusivo", como forma de
desvincular o PRI do seu passado autoritário e hegemônico, nomeou três
independentes (Política Social, Segurança Pública e Relações Exteriores), mas
reservou as principais secretarias a pessoas próximas.
O México está imerso em uma onda de violência que já causou milhares de
mortes e desaparecimentos, como resultado dos conflitos entre cartéis de drogas
que disputam as rotas para os Estados Unidos e a guerra que Calderón lançou, em
2006, para combatê-los.
. Todas as alegações rejeitadas pelo Tribunal Eleitoral.
FONTE: IG.COM
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