Representantes dos três partidos não têm grandes divergências sobre a questão
Gabriel Mestieri, do R7
Representantes dos três principais pré-candidatos à Presidência da República não demonstraram grandes divergências sobre a questão ambiental durante debate nesta terça-feira (11), promovido pelo Instituto Ethos. O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, que representava Dilma Rousseff (PT), o secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano, que falava em nome de José Serra (PSDB) e o ex-secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente João Paulo Capobianco, que foi no lugar de Marina Silva (PV) defenderam a elaboração de um programa do governo que inclua iniciativas para o desenvolvimento sustentável, sem apresentar grandes pontos de conflito.O papel de contestador ficou com o pré-candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, que defendeu políticas “radicais” para meio ambiente.
Minc, que quando estava à frente da pasta chegou a ter opiniões conflitantes com Dilma, defendeu as iniciativas da pré-candidata para a área ambiental. De acordo com Minc, Dilma cedeu diversas vezes à área ambiental enquanto estava no governo, como no zoneamento da cana de açúcar, cujo plantio foi vetado em áreas protegidas, no corte dos créditos para produtores que tivessem desmatado e na construção de tetos solares do programa Minha Casa Minha Vida.
- Dilma teve posição amiga da área ambiental.
Questionado se o fato de a campanha de Marina ser dominada pelo debate ambiental não trazia vulnerabilidade à sua candidatura, Capobianco negou, ressaltando a origem da senadora como defensora dos interesses e direitos dos “povos da floresta”.
- Na luta e na defesa pelos direitos humanos está a origem dela. Em sua atuação no Senado é possível verificar inúmeras oportunidades em que ela trabalha a questão econômica, como distribuição de recursos captados pelo governo para beneficiar populações indígenas.
Já Graziano, lembrado por um entrevistador da declaração de Serra que chamaria políticos do PT e do PV para o governo, foi questionado se seria necessária, num eventual governo tucano, uma ruptura na área ambiental em relação à gestão Lula. O secretário fez elogios a Minc para dizer que não vê necessidade de grandes mudanças.
- Não vejo que grandes rupturas seriam feitas, até porque quando Minc era ministro trabalhamos muito juntos. Tivemos boa afinidade em muitas questões.
Plínio aproveitou as declarações de Graziano para afirmar que ele é o único candidato que difere dos demais, dizendo-se “ecossocialista”, em contraposição aos “ecocapitalistas”. Ele afirmou que num eventual governo do PSOL não exploraria o petróleo do pré-sal, não construiria a usina de Belo Monte e interromperia a transposição do rio São Francisco.
- Eles querem acabar com degradação [do meio ambiente], mas sem mexer demais no lucro [das empresas] não pode ir adiante. É por isso que eles podem trabalhar juntos, porque não há diferença.
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