29 de set. de 2012

Ações de Cristina na economia e na mídia argentinas a aproximam de Chávez

"Não queremos virar a Venezuela", dizem cartazes levados por manifestantes reunidos nos últimos meses, na Praça de Maio e em outros pontos da capital argentina.
Os panelaços em Buenos Aires, comandados pelas classes média e média alta, são uma demonstração de que os opositores encontraram um novo e incômodo rótulo para colar na presidente argentina, Cristina Kirchner.
As diferenças entre os dois países são grandes, mas medidas recentes trouxeram ecos de Caracas ao clima argentino. "[Exceto Chávez], a única outra personalidade que reúne em termos populares uma forte presença midiática e que prega uma esquerda para não dizer populista, popular, anti-imperalista é Cristina Kirchner", disse recentemente o jornalista e escritor da "New Yorker" Jon Lee Anderson, um observador das duas últimas décadas políticas na região.

Editoria de Arte/Folhapress

A Argentina possui mais vigor institucional do que seu aliado ao norte, um "regime híbrido" com desmontagem paulatina do sistema de pesos e contrapesos do sistema democrático.
E até agora, apesar dos rumores, Cristina não fez nenhum movimento para mudar a Constituição e conseguir direito a tentar terceiro mandato, como fez Chávez.
Mas, na Argentina, os jornais opositores são alvo de pressões intensas por parte do kirchnerismo, e há leis que os prejudicam aprovadas no Congresso, como a que estatiza o papel-jornal e a que veta que um grupo de mídia atue em várias frentes.
Na Venezuela, o cenário é o mesmo, mas há agravantes: o governo não renovou a concessão da então maior TV do país, a RCTV, em 2007, lançando um manto de temor sobre os demais grupos. Há casos de jornalistas e editores detidos por reportagens.
As últimas medidas do governo argentino com relação à compra de dólares e à exigência de explicações para quem quer viajar aumentaram a sensação de parte da sociedade de que o país pode seguir o caminho da nação comandada por Chávez.
Na Venezuela, a compra de dólares é muito mais controlada, havendo mais de uma cotação da moeda norte-americana, dependendo do comprador e da intenção.
Os argentinos se preocupam com o fato de algumas decisões de Cristina apontarem para o mesmo rumo. A expropriação da petrolífera YPF, quebrando contratos com a Repsol, causou forte repercussão negativa entre os que pensam que o governo deveria zelar pela reputação do país internacionalmente.
Além disso, a promiscuidade entre Judiciário e governo se faz mais evidente nas tentativas dos kirchneristas de proteger o vice, Amado Boudou, das acusações de tráfico de influência.
Tanto o juiz como o promotor que cuidavam do caso foram substituídos.
Também aponta uma semelhança com o sistema venezuelano a crescente intervenção do Estado na economia, o que os kirchneristas chamam de "modelo", que caracteriza sua gestão.

FONTE: FOLHA.COM

'Foi um alívio', lembra autor do voto que decidiu impeachment de Collor

"Meu voto, pela dignidade, por aquilo que Minas Gerais representa, é sim. Viva o Brasil." Com essa frase, o então deputado federal Paulo Romano, do PFL mineiro, sentenciava a abertura do processo de impeachment contra o presidente Fernando Collor de Melo na Câmara dos Deputados, em 29 de setembro de 1992.
Há 20 anos, completos neste sábado, o "sim" decisivo provocou euforia no Congresso e uma onda de comemorações em todo o País. Telões foram espalhados em praças das principais capitais, onde a população se reunia, contando voto a voto, e vibrando como em um jogo de Copa do Mundo.
Naquele dia, Paulo Romano, que entrou no Congresso como suplente e cumpriu somente três anos e dois meses de mandato, estava no fundo do plenário em Brasília e, até chegar o seu momento de falar, não fazia ideia de que o seu voto seria o definitivo. "Demorei para chegar até o microfone. Estava uma zueira total, nem dava para ouvir o que eu falei", relembrou Romano, em conversa com o  iG .
"Eu não considerava aquele um julgamento político. A nação estava mobilizada e representada pela juventude nas ruas. Foi uma sensação de alívio político. (...) Foi um dos raros momentos do dia a dia do Congresso em que tivemos um alinhamento forte entre os anseios da nação e da Câmara." Seu discurso também não estava preparado, diz ele. "Um deputado estava doente, outro deputado não votou. Além da ordem alfabética tinha a ordem pelos Estados também. Eu fiquei sabendo na hora ( que daria o voto definitivo )."
 Romano, que hoje é, em Minas Gerais, secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, disse que poucos dias antes da votação ninguém tinha certeza do que iria acontecer. Esperava-se que o processo de impeachment fosse aberto, mas não que seria legitimado com esmagadora maioria. Dos 503 deputados, 480 estavam presentes. Desses, 441 votaram a favor, e 38 contra.
O PFL, seu partido na época, integrava a base aliada do governo Collor, e chegou a ocupar ministérios importantes como o da Educação, com Carlos Chiarelli, e da Saúde, de Alceni Guerra. Apesar disso, o partido já avaliava a dificuldade de manter o ex-presidente, alvo desde maio de denúncias de um esquema de corrupção no governo que envolvia seu ex-tesoureiro de campanha, PC Farias .
No dia da votação, segundo Romano, o partido tinha liberado seus deputados a votar de acordo com suas posições. "Eu fui o primeiro ( do PFL ) a abrir meu voto, certamente aquilo chamou atenção. Fui procurado para mudar minha posição, que eu tinha assumido em coletiva ( de imprensa ). Com certeza não ia mudar de voto. Era uma questão de foro íntimo", disse.
Mas o clima que antecedeu o fatídico 29 de setembro, segundo ele, era de pressão sobre os congressistas. "Foi um clima muito tenso para mim, porque eu fui procurado por membros do governo, ministros, gente que tinha ligação íntima com o presidente", afirma. Segundo Romano, nas vésperas da votação, ele e o próprio Collor tiveram uma conversa reservada, durante cerca de 50 minutos, na qual o ex-presidente teria tentado convencê-lo a mudar de opinião.
Romano afirma que o então presidente dizia que um impeachment seria danoso para o País e que as denúncias do chamado esquema PC eram um "absurdo". "Eu insisti com ele que ( minha posição ) não tinha nenhuma relação de foro político. Minha decisão era de foro íntimo. Ele falou que aquilo era um 'linchamento político'. Ele usou essa expressão. Eu disse para ele que não era. Que era uma maneira de ele se reconciliar com a nação."
O dia 29 de setembro de 1992 configurou-se, para o deputado, um alívio. "Foi muito desgastante esse quadro anterior. Isso sedimentou minhas convicções de maneira que quando chegou aquela oportunidade de dizer que eu estava favorável ao impeachment foi um alívio. Eu senti aquele calor da cidadania, da mobilização que tinha fora do Congresso. Foi o fim de um processo que, afinal de contas, foi importante para a democracia."
Apesar da importância histórica que seu "sim" teve em 1992, Romano nunca mais voltou a ter cargo legislativo. Ele tentou uma reeleição em 1994, mas saiu derrotado nas urnas. "Carreira política propriamente dita eu não tive. Entrei, mas não fui reeleito. Aí entendi que não era meu perfil também. Estava acostumado com o executivo, para ver os resultados mais de perto."
Ligado aos governos Aécio Neves e Antonio Anastasia, ambos do PSDB em Minas Gerais, Romano é, desde 2006, secretário de Agricultura. Antes, foi da Secretaria de Recursos Hídricos dentro do Ministério do Meio Ambiente, no governo Fernando Henrique Cardoso . "O ambiente na política não me estimulava muito." Ainda assim, Romano participou das campanhas de Anastasia e Aécio em 2010. "Participei como cidadão", afirma.
Quanto à presença de Collor atualmente nos corredores do Senado, Romano é cauteloso. "Não caberia fazer julgamento, do ponto de vista do direito de ele voltar ( à cena política ). Como um criminoso que vai para a cadeia para cumprir pena por um determinado delito, quando retorna, volta com sua plena condição de cidadão", afirmou. "Ele representa o Estado de Alagoas no Senado. No jogo democrático, a população de Alagoas entendeu que ele merecia."

FONTE: IG.COM


28 de set. de 2012

Obama e Netanyahu concordam em impedir bomba atômica do Irã

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, concordaram nesta sexta-feira com a necessidade de impedir que o Irã tenha uma bomba atômica.
Obama falou por telefone com o líder israelense, que usou seu discurso de quinta (27) na ONU (Organização das Nações Unidas) para pressionar que os EUA estabeleçam uma "linha vermelha" para o Irã.
De acordo com comunicado emitido pela Casa Branca, Netanyahu parabenizou o compromisso de Obama de fazer o necessário para impedir a evolução do programa nuclear, feito no discurso de terça (25) na Assembleia-Geral.
O premiê israelense também sinalizou que um ataque às instalações nucleares do Irã não era iminente antes das eleições presidenciais dos EUA, em 6 de novembro, recuando ante a urgência apresentada anteriormente pelo Estado hebraico.
Os dois ainda conversaram sobre temas de segurança, enquanto o americano reafirmou seu compromisso com a segurança de Israel. Netanyahu também ligará para o candidato republicano Mitt Romney, adversário de Obama na eleição presidencial americana.
TENSÃO
O telefonema demonstrou um alívio na disputa de opiniões entre Estados Unidos e Israel sobre como reagir ao avanço nuclear iraniano.
A relação entre Obama e Netanyahu também é difícil, já que o Estado hebraico cobra uma ação mais incisiva dos americanos, enquanto Washington ainda prefere continuar as conversas diplomáticas com Teerã.
A ligação telefônica entre os dois dirigentes, que mantêm uma relação notoriamente difícil, aconteceu um dia depois de um encontro entre Netanyahu e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
Eles mantiveram "uma discussão a fundo sobre o Irã e reafirmaram o mesmo objetivo de impedir o Irã de ter acesso a uma arma nuclear", declarou o funcionário que não quis ser identificado.
Durante seu discurso na Assembleia-Geral, Netanyahu disse que "está ficando tarde, muito tarde", acrescentando que o programa nuclear iraniano já avançou 70% no processo de enriquecimento de urânio necessário para obter a bomba atômica.
"Diante de uma linha vermelha clara, o Irã cederá", afirmou o primeiro-ministro israelense, advertindo que "o futuro do mundo está em jogo".

FONTE: FOLHA.COM

26 de set. de 2012

Bancários encerram greve e voltam ao trabalho

Em assembleia realizada nesta quarta-feira (26), os bancários de Juiz de Fora decidiram encerrar o movimento de greve iniciado no último dia 18. De acordo com o presidente do sindicato local da categoria, Carlos Alberto de Freitas Nunes, a partir desta quinta-feira (27), as 65 agências bancárias da cidade voltam a funcionar normalmente. Na terça-feira, o comando nacional dos bancários já havia sinalizado fim do movimento após proposta da Federação Nacional de Bancos (Fenaban) de reajuste de 7,5% para os salários, o que representa um aumento real de 2%.
Segundo informações da Agência Estado, até o fechamento desta edição, os bancários de instituições privadas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Rondônia, Roraima e Rondônia haviam confirmado o fim do movimento.
A Fenaban propôs, além do aumento salarial, reajuste de 8,5% (2,95% de aumento real) para piso salarial, vale alimentação e vale refeição. O piso do caixa passa de R$ 1.900 para R$ 2.056,89. O vale alimentação passa de R$ 339,08 para R$ 367,92. O vale-refeição vai de R$ 19,78 para R$ 21,46 por dia. O aumento proposto pela Fenaban para a parte fixa da participação nos lucros e resultados (PLR) e para o teto do adicional foi de 10% (aumento real de 4,37%). A PLR adicional é de 2% do lucro líquido distribuído de forma linear.

FONTE: TRIBUNA.COM

24 de set. de 2012

Área desmatada em agosto é 220% maior que mesmo período do ano passado

A área de destruição de florestas da Amazônia legal (área que engloba os estados brasileiros pertencentes à Bacia amazônica e a área de ocorrência de vegetações amazônicas) no mês de agosto foi de 522 km2. Os dados foram fornecidos pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O desmatamento é 220% maior que o ocorrido no mesmo período do ano passado. Também é o maior índice de perda de florestas neste ano.
A área desmatada no último mês é pouco maior que o município de Porto Alegre. Neste ano, a área devastada é de 1.562,96 km2, maior que o tamanho da cidade de São Paulo.
Os Estados do Pará e do Mato Grosso foram os que mais perderam florestas, com 227 km2 e 208 km2 de área desmatada, respectivamente.
Ayrton Vignola - 17mai.05/Folhapress
Desmatamento em Moraes Almeida (PA) mostra que devastação da Amazônia ocorre também dentro de áreas de mata preservada
Desmatamento em Moraes Almeida (PA) mostra que devastação da Amazônia ocorre também dentro de áreas de mata preservada

FONTE: FOLHA.COM

Irã está pronto para se defender em caso de ataque, diz Ahmadinejad

O Irã não leva a sério as ameaças israelenses de ataque, mas está preparado para se defender, disse nesta segunda-feira o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, sugeriu que Israel poderia atacar instalações nucleares do Irã e criticou a posição do presidente dos EUA, Barack Obama, que o uso de sanções e da diplomacia por mais tempo para impedir o Irã de obter armas nucleares. O Irã nega que esteja buscando produzir armas nucleares e diz que seu programa é pacífico, voltado para a geração de energia.
"Fundamentalmente, nós não levamos a sério as ameaças dos sionistas.... Nós temos todos os meios de defesa à nossa disposição, e estamos prontos para nos defender", disse Ahmadinejad a repórteres em Nova York, onde participará da Assembleia Geral da ONU. "A questão nuclear não é um problema. Mas a abordagem dos Estados Unidos sobre o Irã é importante", disse Ahmadinejad.
"Estamos prontos para o diálogo, essencial para a resolução dos problemas", mas sob condições que são baseadas em "justiça e respeito mútuo", acrescentou.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou para os perigos da retórica incendiária de Ahmadinejad quando ambos encontraram-se em Nova York, no domingo, antes da reunião anual dos líderes mundiais nesta semana.
"SEM RAÍZES"
Ahmadinejad disse também nesta segunda-feira que Israel "não tem raízes" na história do Oriente Médio e representa um incômodo para o Irã.
Ele afirmou que o Irã existe há milhares de anos, mas Israel existe há apenas 60 ou 70 anos. Ele afirmou que, por uma certa "fase histórica", Israel representa um distúrbio para o Irã e "eles estão, portanto, eliminados." "Eles (Israel) não têm raízes lá na história", disse Ahmadinejad em Nova York. "Eles nem sequer entram na equação para o Irã."

FONTE: FOLHA.COM

23 de set. de 2012

EM JUIZ DE FORA: Candidatos prometem o que não podem cumprir.

Melhoria da qualidade da telefonia móvel e da internet, aumento do efetivo policial, elaboração de novo plano viário municipal, ampliação do horário de creches e escolas, disponibilização de psicólogos para professores. As propostas elaboradas por vários concorrentes a uma vaga na Câmara de Juiz de Fora seriam até razoáveis não fosse o chamado "vício de origem". Para fazerem as promessas descritas acima e outras estampadas em seus santinhos, os candidatos deveriam concorrer ao cargo de prefeito e não de vereador. As câmaras municipais correspondem ao Poder Legislativo, cabendo aos seus componentes a elaboração de leis de competência do município, como sistema tributário, serviços públicos, isenções e anistias fiscais. Aos parlamentares cabe também fiscalizar a atuação do prefeito e os gastos da Prefeitura. Eles devem ainda atuar como uma ponte entre os cidadãos e o prefeito, por meio de um recurso chamado indicação.
Mas não é nada disso que se vê nos milhares de santinhos espanhados pela cidade. A Tribuna recolheu material impresso de 50 concorrentes à Câmara Municipal de forma aleatória e encontrou propostas que fogem às atribuições do vereador em 30 deles. Em alguns casos, o material pertencia a atuais e ex-vereadores e a ex-secretários municipais. Mesmo nos panfletos sem referências diretas a realizações típicas do Executivo, os concorrentes usavam expressões como "vou trabalhar", "vou lutar" e "vou propor" antes das promessas que são de competência do prefeito. Houve candidatos com propostas de criação de organizações não governamentais que não têm nada a ver com as atribuições de vereador e até mesmo de prefeito. Em apenas um único santinho, havia como projeto de trabalho criar leis e aprimorar a fiscalização do Executivo.
A troca de papéis, na avaliação do cientista político da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Raul Magalhães, deve-se ao desconhecimento dos próprios candidatos e também dos eleitores. Ainda assim, segundo ele, a prática não deve ser entendida como uma forma de ludibriar o eleitorado. "Não é propaganda enganosa porque o candidato acaba falando que vai trabalhar por isso ou vai batalhar para que aquilo se torne realidade." O problema, segundo ele, reside no fato de nenhum concorrente apresentar como proposta uma fiscalização rigorosa do Executivo. "Isso não acontece por conta da submissão do Legislativo ao Executivo, não apenas em Juiz de Fora, mas em todo o país. O parlamentar fiscalizador dificilmente vai conseguir levar a creche prometida a determinado bairro ou o asfalto para uma localidade."
A submissão dos legislativos em relação aos executivos, conforme Magalhães, acontece devido ao poder de agenda dos prefeitos, governadores e presidente. "O controle também se dá por meio do modelo de execução orçamentária." Segundo ele, são raríssimos os casos em que o prefeito ou governador não conseguiu aprovar uma matéria de seu interesse. "Os executivos constroem maiorias nos parlamentos com certa facilidade e acabam aprovando tudo de forma muito tranquila." Para manter a relação sempre favorável, o prefeito, o governador e o presidente acabam abrindo espaço no orçamento para a alocação de emendas dos legisladores. Os recursos para cumprimentos dessas emendas são liberados, invariavelmente, de acordo com as votações importantes.

Boa votação não garante eleição
As diferenças entre vereador e prefeito não se restringem apenas às suas atribuições. Até o modelo de eleição é diferente. Enquanto o concorrente à Prefeitura é eleito com a maioria dos votos, o candidato a uma vaga na Câmara pode ficar de fora mesmo obtendo a maior votação. Isso acontece porque, no caso do Legislativo, é adotado o sistema de representação proporcional com listas abertas, que favorece a representação partidária. Em tese, cada partido elegerá uma bancada diretamente proporcional à votação obtida. Uma sigla com 10% dos votos ficará também com 10% das vagas para vereador e assim por diante. As vagas serão preenchidas pelas siglas de acordo com a votação conquistada pelos candidatos. Dessa forma, o eleitor, ao votar em um determinado concorrente, pode ajudar a eleger outro nome do mesmo partido ou coligação.
O número de vagas nas câmaras municipais a ser destinados às legendas e coligações é definido pelo quociente eleitoral. Esse número é obtido pela divisão do total de votos válidos apurados pelo número de vagas a serem preenchidas. Se o número não for inteiro, fica desprezada a fração igual ou menor do que meio. Se for superior, é equivalente a mais um. Em seguida, é feito o cálculo do quociente partidário. Os votos válidos recebidos pelos partidos ou coligações são divididos pelo quociente eleitoral, resultando no número de cadeiras a serem ocupadas. Por esse modelo, quanto maior a votação, maior também a bancada. Isso acaba levando os dirigentes partidários a recorrerem ao chamado "puxador de votos", que, além de se eleger, leva outros consigo.

FONTE: TRIBUNA.COM

22 de set. de 2012

Filha de Che luta para preservar a imagem de revolucionário idealista do pai

Ela tem os olhos do pai, um olhar que virou emblema do século 20. E possui também seu profundo senso de injustiça social. Mas a dra. Aleida Guevara sempre teve que dividir seu "papi" com o mundo.
Ela não se incomoda com os pôsteres, as faixas, os cartões postais, os grafites e as camisetas, mas ela e sua família estão tentando suprimir as utilizações "desrespeitosas" da célebre foto de seu pai feita por Alberto Korda em 1960. Tarefa difícil: é a imagem mais reproduzida do mundo.
"Não é fácil", a doutora diz, sorrindo. "Não queremos controlar a imagem nem ganhar dinheiro com ela. Mas quando ela é explorada negativamente, é difícil. Às vezes as pessoas sabem o que ele representa, às vezes não. Na maioria dos casos acho que a imagem é usada bem, como símbolo da resistência à repressão."
A imagem de Che num biquíni foi um caso que a família não pôde impedir, mas o rosto de Che, que era abstêmio, numa garrafa de vodca foi uma batalha ganha pela família com a ajuda da Campanha do Reino Unido de Solidariedade com Cuba.
No próximo mês se completarão 45 anos desde a morte de Ernesto "Che" Guevara, o guerrilheiro que ajudou a liderar a revolução cubana e tornou-se ícone da rebelião. Este ano é também o 50º aniversário do bloqueio americano, o embargo comercial e de viagens que vem sufocando a economia cubana.
Devido ao impasse ao estilo da Guerra Fria, os Estados Unidos ainda gastam milhões para fazer transmissões de rádio e TV com propaganda política para Cuba. Os cubanos ainda são os únicos imigrantes que os EUA incentivam com a concessão de cidadania automática.
País subdesenvolvido que proporciona educação e saúde de primeiro nível a todos seus habitantes, Cuba conserva políticas antidissidentes, encarcerando jornalistas e ativistas antigoverno. Apesar de uma libertação em massa de dissidentes realizada em 2011, as autoridades cubanas, segundo a Anistia Internacional, "não toleram qualquer crítica às políticas do Estado que seja feita fora dos mecanismos oficiais estabelecidos sob controle do governo. Leis sobre 'desordem pública', 'periculosidade' e 'agressão' são empregadas para processar adversários do governo. Nenhuma organização política ou de direitos humanos é legalmente aceita."
A dra. Guevara está no Reino Unido em função de outro aniversário: o 14º ano desde que os Cinco de Miami --espiões encarregados de infiltrar grupos terroristas anti-Castro operando a partir da Flórida-- foram encarcerados nos Estados Unidos. A pediatra de Havana, que tem 51 anos, vai liderar uma vigília noturna diante da embaixada dos EUA em Londres em 18 de setembro. "Não sou política, mas rejeito a injustiça", ela insiste.
"TIO"
Aleida tinha 7 anos quando Che foi morto por um grupo de soldados bolivianos e agentes da CIA num povoado boliviano isolado. Tendo apenas recordações vagas de seu pai, ela o conheceu melhor através de seus diários e das recordações de outros, incluindo o homem que ela chama de "tio": Fidel Castro.
"Fidel já me contou muitas histórias belas sobre meu pai, mas não posso lhe perguntar demais --ele ainda se emociona muito quando pensa em Che. Por exemplo, meu pai tinha letra péssima, então pediram à minha mãe que transcrevesse seus diários.
Quando Raúl Castro veio a nossa casa para buscar o manuscrito, minha mãe sabia que Raúl e Fidel também escreviam diários, então falou: 'Se houver relatos nos diários que difiram, vocês precisam basear-se no de Che, já que ele não está aqui para se defender'. Raúl ficou muito bravo e falou: 'Não, enquanto Fidel e eu estivermos vivos, Che estará vivo. Ele está conosco sempre.' Os dois já estavam chorando."
"Se Che não tivesse morrido na Bolívia, teria morrido na Argentina, tentando mudar as coisas nesse país", ela diz. "Talvez a América Latina fosse um continente diferente hoje. Minha mãe sempre diz que, se meu pai tivesse vivido, todos nós seríamos humanos melhores."
Che era estudante de medicina na Argentina quando, durante uma viagem de motocicleta pela América Latina, em 1952, ficou revoltado com a pobreza que viu. Passou a teorizar sobre política, depois pegou em armas e uniu-se à revolução que derrubou o corrupto regime de Fulgencio Batista em Cuba.
Foi então, quando a classe média e os ricos cubanos fugiram do país em direção a Miami, que um abismo se abriu entre Cuba e Estados Unidos, abismo que desde então vem se aprofundando a cada presidente americano que passa. A promessa feita por Obama de enfrentar a questão cubana até agora não deu em nada. "Tínhamos grandes esperanças, mas estamos decepcionados com Obama. Com ele, as coisas talvez até tenham piorado para nós", diz Aleida Guevara.
Ela acredita que a revolução continua a borbulhar em fogo baixo na América Latina, onde a disparidade entre ricos e pobres vem crescendo, coisa que, como fazia Che, ela atribui à industrialização crescente liderada pelos EUA. "A crise econômica atual é mais perigosa para a América Latina que qualquer outra anterior. Agora não se trata apenas de óleo --os EUA querem água, também. O Brasil está destruindo sua floresta para extrair ferro, o México é um aterro sanitário de resíduos descartados. Desta vez é a terra que está sendo destruída também."
Críticos de Che afirmam que a imagem do jovem fotogênico em uniforme de combate e que escrevia poesia ganhou precedência sobre a brutalidade de sua revolução. Guevara não tinha receios em matar. "Era uma revolução", diz sua filha. "É claro que eu preferiria que não tivesse havido sangue, mas essa é a natureza da revolução. Numa verdadeira revolução, você precisa conseguir o que quer pela força. Um inimigo que não quer lhe dar o que você quer? Talvez você tenha que tomar. Meu pai tinha consciência do risco para sua própria vida."
"É claro que eu senti raiva de crescer sem pai, mas minha mãe sempre me disse 'ame seu pai por quem ele foi, um homem que teve que fazer o que fez'. Meu pai morreu defendendo seus ideais. Até o último minuto, foi fiel àquilo em que acreditava. É isso o que eu admiro."
Mas ela diz que teria gostado de poder discutir com ele. "Quando eu tinha 6 anos ele me mandou uma carta. Nela, dizia que eu deveria ser boazinha e ajudar minha mãe com os trabalhos de casa. Fiquei brava porque a carta que ele mandou a meu irmão dizia 'vou levar você para a Lua' e a de meu outro irmão, 'vamos partir e combater o imperialismo juntos'. Fiquei irritada. Eu também queria ir à Lua. Por que eu não podia combater o imperialismo?"
Aleida Guevara é a mais velha dos quatro filhos de Che com sua segunda esposa, Aleida March. "Crescendo em Cuba como filhos de Che, não tivemos privilégios. Meus colegas não souberam quem eu era até a primeira vez em que falei na TV cubana, em 1996. Mas é importante não guardar silêncio, porque há injustiças sendo cometidas."
Tradução de CLARA ALLAIN.
 
FONTE: FOLHA.COM

PALHAÇADA NA CÂMARA DE JUIZ DE FORA: Campanha volta a balançar plenário

Depois de uma série de sessões mornas, o clima de eleição voltou a invadir o Palácio Barbosa Lima. A contenda teve início com uma queixa de Wanderson Castelar (PT) contra a Justiça Eleitoral, uma vez que o petista foi notificado para separar duas placas de dois metros por dois colocadas lado a lado em Santa Terezinha. No entendimento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), os materiais formam um único painel de oito metros quadrados, o dobro da área máxima permitida. "Há outras bizarrices, idiotices e boçalidades", atacou. "Uma peça de dois por dois tem dois por dois independente de estar ao lado de outra. Fiscalizar a compra de votos eles não fazem, ficam na perfumaria".
Outros parlamentares concordaram com as críticas, mas o vereador José Emanuel de Oliveira (PSC) aplaudiu a atuação da Justiça Eleitoral. "Tem que notificar mesmo. Tem pessoal aí com a previsão de gasto de R$ 100 mil, mas se o juiz for olhar já gastou R$ 200 mil. Gente que invade terreno dos outros, que invade beira de estrada com placa. Tive duas notificações e nas duas eu estava errado. Fui lá e corrigi. Mas abuso tem e não é pouco", expôs, destacando que "uma candidata" derrubou um minidoor de sua campanha "porque acha que é dona da cidade". O vereador não citou nome, mas nos bastidores comentou-se que a censura era dirigida a alguém próxima ao prefeito Custódio Mattos (PSDB), já que logo em seguida o vereador disse estar "com o 15 agora", número de Bruno Siqueira (PMDB). Luiz Carlos dos Santos (PTC), cujo partido também é da coligação de Custódio, apoiou, com um trocadilho: "De zero a dez, dou nota 15 para o senhor".
O presidente Carlos Bonifácio (PRB) e o vereador Rodrigo Mattos (PSDB) pediram aos pares que tomassem cuidado para não fazer campanha no plenário. No entanto, com críticas severas ao Executivo - principalmente em função do não atendimento a uma solicitação da Câmara para que quatro servidores do Legislativo pudessem incorporar gratificação sobre a qual contribuíram às suas aposentadorias - o vice-presidente Júlio Gasparette (PMDB) disse que, se o prefeito não se reeleger, não adiantará chorar. "Quem sabe com um parlamento novo, com um prefeito novo, ou uma prefeita, os servidores serão respeitados?", provocou, cobrando informações sobre a situação da PJF. "Tem que ver como vai ficar para o senhor Bruno Siqueira ou a senhora Margarida, porque é um deles que vai governar essa cidade." Rodrigo reagiu em tom irônico, lembrando ao peemedebista que ele já errou sua previsão em eleições passadas. "Nada como o dia da eleição", encerrou o tucano.

FONTE: TRIBUNA.COM

21 de set. de 2012

Dilma rebate Barbosa sobre citação no julgamento do mensalão

A presidente Dilma Rousseff divulgou nota nesta sexta-feira (21) em que responde à menção feita pelo relator do julgamento mensalão, Joaquim Barbosa, sobre depoimento dado por ela durante o processo.
Ontem, durante sessão do julgamento em que analisava a prática de corrupção passiva por integrantes da base do governo Lula, Barbosa usou depoimento de Dilma como indício de que os acusados de fato receberam dinheiro em troca de apoio político.
O ministro citou o fato de Dilma, em depoimento judicial dado em 2009, quando era ministra-chefe da Casa Civil, ter relatado "surpresa" com a aprovação, em 2003, de medidas provisórias que criavam um marco regulatório para o setor de energia.
Na época da aprovação, Dilma era ministra de Minas e Energia. A medida provisória do marco regulatório levou três meses para ser aprovada na Câmara.
Na nota de hoje, Dilma buscou explicar o uso do termo "surpresa".
Segundo ela, a surpresa não foi com a aprovação das medidas provisórias, mas pelo fato de as medidas terem sido aprovadas rapidamente, e com o apoio de parlamentares da oposição.
No texto, Dilma lembra o apagão elétrico do governo Fernando Henrique Cardoso e detalha como foi a tramitação do projeto.
"Surpresa, conforme afirmei no depoimento de 2009 e repito hoje, por termos conseguido uma rápida aprovação por parte de todas as forças políticas que compreenderam a gravidade do tema. Como disse no meu depoimento, em função do funcionamento equivocado do setor até então, 'ou se reformava ou o setor quebrava. E quando se está em situações limites como esta, as coisas ficam muito urgentes e claras'", escreveu Dilma, na nota.
Barbosa não citou outros trechos do depoimento. Em um deles Dilma nega que "houve pedido de vantagem financeira" por parte de Janene ou de outra pessoa.
Essa foi a primeira referência ao depoimento da presidente no julgamento.
Ao longo do processo, Dilma defendeu, mais de uma vez, o discurso dos réus. Ela afirma que não há provas do mensalão e que houve apenas "empréstimos para pagar dívidas de campanha".

FONTE: FOLHA.COM

Países muçulmanos têm novo dia de violência por vídeo anti-islã

Dois cinemas foram incendiados e uma pessoa morreu no Paquistão, em mais um dia de protestos contra o vídeo americano anti-islã, que gerou controvérsia entre países muçulmanos. Uganda, Malásia, Índia e Bangladesh também registraram protestos, enquanto várias embaixadas de países ocidentais cerraram as portas como medida de cautela.
No país africano, a embaixada dos EUA entrou em alerta, depois que uma influente organização muçulmana fez convocou demonstrações na capital Campala.
Milhares de manifestantes tomaram as ruas de Kuala Lumpur, na Malásia. Convocados por organizações juvenis e pelo partido islâmico local, os manifestantes se concentraram em frente ao posto diplomático americano.
Bandeiras dos EUA de Israel foram queimadas durante as demonstrações, que no geral foram pacíficas. Um comitê dos manifestantes entregou uma nota ao chefe de segurança da embaixada com um pedido para que os EUA assumam a responsabilidade pela controvérsia.
Em Srinagar, principal cidade da província de Kashmir, na Índia, a polícia entrou em confronto com algumas dezenas de manifestantes, que gritavam "abaixo os EUA".
As autoridades da região também bloquearam os sinais de telefonia celular e o acesso a internet para prevenir a divulgação do vídeo polêmico.

FONTE: FOLHA.COM

19 de set. de 2012

Candidatos de Juiz de Fora participam de debate na TV Alterosa

Os candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora, Bruno Siqueira (PMDB), Custódio Mattos (PSDB), Laerte Braga (PCB), Marcos Aurélio Paschoalin (PRP), Margarida Salomão (PT) e Victória Mello (PSTU) participaram, na noite dessa terça-feira, de um debate realizado pela TV Alterosa, em Belo Horizonte – Minas Gerais.
No primeiro bloco os candidatos discursaram sobre suas vidas e propósitos políticos. Bruno apresentou a proposta de nota fiscal eletrônica como forma de aumentar a arrecadação e foi contra aumentos abusivos do IPTU. O prefeito tucano começou comparando a forma difícil como encontrou a Prefeitura e sua atual situação. Já Margarida iniciou sua participação falando em mudança do modelo de gestão.
Ao logo do debate, o encontro polarizou mais entre PMDB e PSDB. Bruno chegou a cobrar "pulso" de Custódio, que rebateu atacando a inexperiência do adversário. Os concorrentes Victória Mello, Laerte Braga e Marcos Aurélio Paschoalin também criticaram a atual gestão. Já a candidata petista evitou julgamentos ao rival.
No último bloco, os candidatos dirigiram-se de forma direta ao eleitor fazendo apelos para o pleito de sete de outubro. Bruno afirmou ser a pessoa certa para mudar Juiz de Fora. Custódio assumiu que já errou e pediu a chance de fazer mais e melhor pela cidade. Laerte destacou a necessidade de mudança do modelo capitalista em vigor, enquanto Paschoalin cobrou mais cuidado com o ser humano. Margarida propôs um pacto pelo desenvolvimento, citando como exemplo os governos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. Já Victória defendeu o reconhecimento do trabalhador.

FONTE: ESTADO DE MINAS.COM

STF muda forma de votação e deve adiar julgamento sobre Dirceu

O STF (Supremo Tribunal Federal) definiu nesta quarta-feira uma mudança no sistema de votação do processo do mensalão.
A mudança deve jogar a análise da denúncia contra os réus da cúpula do PT, entre eles o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), para a semana do primeiro turno das eleições municipais.
Após conversarem hoje, o relator, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, acertaram que a análise das acusações de corrupção ativa ficaram para uma segunda etapa deste capítulo. Este é o crime que pesa contra os réus do chamado núcleo político, integrado pela ex-cúplula petista.
Com isso, Barbosa vai concluir amanhã a análise contra réus acusados de corrupção passiva e repassar a palavra para Lewandowski, que pode levar até duas sessões para ler seu voto. Em sequência, começa uma rodada de votação com os demais ministros.
Estão nessa parte da denúncia réus ligados ao PP, PTB, PL (atual PR) e ao PMDB.

FONTE: FOLHA.COM

17 de set. de 2012

Bancários entram em greve a partir desta terça-feira

Os bancários entram em greve a partir desta terça-feira por tempo indeterminado, após rejeitarem, na última quarta-feira, a proposta salarial dos bancos, informou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).
Os trabalhadores consideraram a proposta de reajuste de 6%, que inclui aumento real de 0,58%, insuficiente, "menor que o índice da quase totalidade dos acordos feitos por outras categorias no primeiro semestre deste ano, que obtiveram ganhos superiores a 5% acima da inflação", segundo comunicado da entidade.
Segundo a Contraf, a proposta feita pelos bancos é uma completa contradição com a política de remuneração anual dos altos executivos das instituições financeiras. Os bancários reivindicam reajuste salarial de 10,25%, que inclui aumento real de 5%, além de piso salarial de R$ 2.416 e participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 4.961 fixos. Eles também exigem vales-refeição, alimentação e auxílio-creche no valor de R$ 622 cada.
A categoria organizou, nesta segunda-feira, assembleias nacionais para decidir os rumos da mobilização e avaliar possível nova proposta pelos bancos, mas decidiu seguir em frente com a paralisação.

FONTE: IG.COM

16 de set. de 2012

EM JUIZ DE FORA: Partidos descartam definição no 1° turno

O acirramento da disputa pela Prefeitura de Juiz de Fora revelado pela pesquisa do Ibope, encomendada pela Tribuna e pela TV Integração, levou os dirigentes de PT, PMDB e PSDB a descartarem de vez qualquer hipótese de definição no primeiro turno. Para eles, o fato de o levantamento espontâneo, quando não são apresentados nomes aos entrevistados, apontar o segundo e terceiro colocados somando juntos um percentual muito superior ao do primeiro colocado acaba sacramentando a necessidade do segundo turno. Ou seja, Margarida Salomão, com 29% das intenções voto, é superada pelo somatório de Bruno Siqueira (PMDB), com 20%, e de Custódio Mattos (PSDB), com 18%. Para ser eleita já no dia 7 de outubro, a petista precisaria superar a votação de todos seus adversários juntos. Nessa pesquisa, Marcos Aurélio Paschoalin (PRP) e Victória Mello (PSTU) não pontuaram, e Laerte Braga (PCB) não foi citado por nenhum entrevistado.
Em comparação com a pesquisa espontânea anterior, divulgada no dia 16 de agosto, Margarida, Bruno e Custódio cresceram significativamente. A petista subiu de 22% para 29% das intenções voto; o peemedebista de 13% para 20%; e o tucano de 10% para 18%. Custódio e Bruno também conseguiram reduzir seus índices de rejeição. Quando é perguntado ao eleitor em qual candidato ele não votaria de jeito nenhum, o atual prefeito é preterido por 37% dos entrevistados. O percentual, contudo, é 14 pontos percentuais menor do que o do levantamento anterior. Entre aqueles que rejeitam Bruno, o índice caiu de 10% para 3%. Já os votantes que preteriram Margarida oscilaram de 15% para 16%. Nesse quesito, Paschoalin e Victória estão empatados em 12% contra 7% de Laerte. Seus percentuais praticamente se mantiveram em relação à pesquisa de 16 de agosto.
O Ibope também voltou a avaliar o grau de satisfação dos eleitores com a Administração do prefeito Custódio Mattos. A avaliação "ótima" subiu de 2% para 6%, enquanto a conceituação "boa" oscilou de 23% para 24%. Cresceu de 28% para 34% o percentual de eleitores que considera a gestão tucana na cidade regular, ao passo que 21% a taxaram de ruim (contra 27% que fizeram essa avaliação em agosto) e 14% de péssima (contra 20% verificados anteriormente). Quando questionados se aprovam ou não a forma como Custódio está sendo administrado o município, o grau de desaprovação caiu de 62% para 57%. Em contrapartida, a aprovação subiu de 36% para 39%.
Em se tratando dos problemas da cidade, a saúde manteve-se como o setor onde há maior insatisfação do eleitorado, apontado por 55% dos ouvidos pelo Ibope como área de maior gravidade. Em segundo lugar está o transporte coletivo e o calçamento de ruas e avenidas, ambos com 6%, seguido pela segurança pública, o trânsito e a limpeza urbana, cada um com 5%. Quando os cidadãos foram convidados a apontar três problemas, o grau de insatisfação com a saúde saltou para 79%, seguido de segurança pública, com 43%, e educação, com 32%.

FONTE: TRIBUNA.COM

'Se nos atacarem, não sobrará nada de Israel', diz chefe militar iraniano

O general Mohamad Ali Jaafari, comandante do Corpo de Guardiães da Revolução do Irã, afirmou neste domingo em entrevista coletiva que se "Israel nos atacar, não sobrará nada de Israel". Jaafari, no entanto, afirmou que as forças iranianas não serão as primeiras a iniciar uma agressão. "Não precisamos atuar com antecedência considerando nossa capacidade. A capacidade de reação do Irã é muito alta e por isso achamos que eles ( israelenses ) não iniciarão uma guerra", disse.
Mesmo assim, Jaafari frisou que se "as organizações internacionais não evitarem um ataque israelense, não haverá motivos para respeitar o Tratado de Não-Proliferação (TNP), embora isso não significa que o Irã vá fabricar armas nucleares".
Teerã diz que seu programa nuclear tem objetivos exclusivamente civis. Jaafari também assegurou que o "Irã não tem presença militar na Síria", como disseram a oposição e alguns países que apoiam os rebeldes, mas admitiu que o governo respalda o regime de Damasco "economicamente e com assessoria".
Jaafari reconheceu também que alguns militares "da Força Quds dos Guardiães da Revolução", que têm a missão de divulgar a Revolução Islâmica fora do Irã, "estão presentes na Síria", mas isso não significa que tenhamos presença militar". O comandante negou a possibilidade de intervenção no conflito no futuro, mas disse que se ocorrer "um ataque militar contra a Síria, dependendo da situação", o Irã poderia ajudar o governo do presidente Bashar al Assad. A República Islâmica e o regime sírio do Partido Baath têm um acordo de colaboração estratégica há mais de 30 anos.

FONTE: IG.COM

15 de set. de 2012

Governo quer triplicar matrículas em programa de ensino a distância até 2014

Atender 600 mil alunos em cursos de graduação e especialização a distância até 2014 é a meta do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). Criado em 2005 para impulsionar o número de estudantes matriculados no ensino superior, o projeto de educação a distância mantido pelo governo federal ainda está longe da meta. Desde 2007, quando as primeiras turmas começaram de fato suas aulas, 35 mil se formaram e há 220 mil alunos matriculados.
Na opinião do professor João Carlos Teatini, que é diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), o País demorou a investir na modalidade. “A educação na modalidade a distância poderia estar consolidada no Brasil não fosse o apoio tardio, ou mesmo a negligência, em termos de política pública federal de anos. Atrasamos quase 40 anos para começar”, afirma.
Teatini refere-se a um projeto de 1972, que ficou engavetado no Congresso Nacional, para criar algo como a UAB. Ele reconhece que muitas experiências de investimento na modalidade foram feitas ao longo dos anos. Mas, para ele, faltaram políticas públicas para estimular a educação a distância. “Precisamos ampliar a oferta de vagas públicas. Em país continental como o Brasil, a oferta a distância não é só uma solução. É indispensável”, pondera.
Apesar de os números estarem distantes da meta estabelecida para o final do governo da presidenta Dilma Rousseff, ele não acredita que triplicar o número de matrículas atuais seja um desejo ousado. As metas, inclusive, foram determinadas em fevereiro deste ano. Teatini aposta nas crescentes parcerias com instituições estaduais de ensino – que chegam mais ao interior do País – e novos projetos desenhados dentro do programa para chegar lá.
Até julho deste ano, 101 instituições públicas faziam parte do sistema, que oferece cursos de graduação, especialização, tecnólogos e extensão em todos os Estados brasileiros. Ao todo, 638 polos de apoio presencial – onde os alunos realizam atividades práticas, têm encontros regulares com os professores e tutores e possuem biblioteca e computadores à disposição – estão em funcionamento. Em agosto, mais duas universidades entraram no sistema.
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) são as novas parceiras do projeto. Ainda não estão definidos todos os detalhes da oferta de curso, mas, para Teatini, as primeiras propostas serão apenas o início de projetos em várias áreas. “A Unicamp, por exemplo, se interessou pelo Programa de Mestrado Profissional em Matemática (Profmat) da UAB inicialmente. Mas nada impede que ela ofereça graduação amanhã”, explica. Há 2,8 mil alunos sendo beneficiados pelo programa.
Além do Profmat, ele aposta em projetos específicos assim para aumentar a quantidade de estudantes matriculados. As sociedades de estudos de Física e Química também estão elaborando propostas de cursos de especialização a distância, que poderiam ser oferecidos pelas instituições que fazem parte da UAB. “Estamos elaborando novos programas, como um curso nacional de graduação em Biblioteconomia. A meta vai ser cumprida”, garante. A capilaridade das instituições estaduais, para ele, também será essencial nesse processo.
A Capes é o órgão responsável por cuidar das parcerias e organização da UAB desde 2009. Para o Ministério da Educação, a história de sucesso no reconhecimento da pós-graduação brasileira, que é de responsabilidade da Capes, consolidaria mais rápido a qualidade dos cursos oferecidos pelo programa.

Preconceito

Para impulsionar o crescimento do programa, que recebeu R$ 1,5 bilhão entre 2007 e 2011, será preciso também acabar com preconceitos e barreiras físicas ainda existentes. Há instituições e professores de prestígio que não enxergam a educação a distância como possível formadora de profissionais qualificados. Além disso, os próprios sistemas de avaliação de cursos e produção de docentes não incentivam os professores a trabalhar com a modalidade.
Quem explica é Rui Seimetz, coordenador adjunto do projeto da UAB na Universidade de Brasília (UnB), uma das pioneiras no programa. “A atuação nos cursos a distância não dá benefícios no progresso funcional do professor. A maioria das atividades a distância não tem pontuação para a carreira, a bolsa para atuar como tutor de disciplina é de R$ 765 por 20 horas de trabalho semanais. O pagamento não é proporcional ao esforço”, afirma.
Com isso, é mais difícil convencer muitos departamentos e docentes a criar cursos no programa. “Os nossos cursos atuais estão bem institucionalizados, mas ainda temos problemas nesse sentido”, afirma. Siemetz conta que, atualmente, a UnB possui 3.038 alunos matriculados nos nove cursos, oferecidos em 31 polos. Mais de 200 estudantes já se formaram e 665 professores e tutores estão envolvidos com as atividades deste semestre, seja diretamente nas aulas ou na elaboração de material, por exemplo.
O coordenador faz questão de ressaltar que, na prática, não há diferenças de qualidade nas aulas e materiais oferecidos para os estudantes dos cursos presenciais ou a distância. A cada mês, as turmas de cada curso, de todos os polos, têm pelo menos dois encontros presenciais com os tutores. “Esse é um compromisso muito importante. A gente vê nos olhos deles a emoção que sentem por ter uma universidade perto de casa. Eles não saem de lá”, conta.
Maria Nazareth Marques da Silva, 47 anos, conta que ela própria venceu o preconceito contra a internet e as novas tecnologias depois do curso. Amante das artes cênicas, decidiu se inscrever no curso de graduação em teatro que a UnB ofereceu em sua cidade, Cruzeiro do Sul, no Acre. Era a primeira turma, ainda em 2007. Nazareth admite que só sabia ligar e desligar o computador.
“Eu tinha pavor do computador. Achava que a internet estava tirando das pessoas o gosto pela leitura, tinha muito preconceito e sofri com a minha adaptação”, conta. Professora há 12 anos, formada em Pedagogia, ela admite que não acreditou que o curso chegaria ao fim. Hoje, ela diz que a graduação mudou sua vida. “Eu desenvolvi potencialidades que eu nem imaginava que tinha. O curso me tirou da acomodação e vi que é possível aprender a distância”, garante.
Opção pela nova modalidade

Arlem Nelo Pessoa, 24 anos, se formou em Educação Física pelo curso a distância da UnB. Ele desistiu de um curso presencial de Geografia na Universidade Estadual da Paraíba para encarar o desafio de estudar sem entrar em sala de aula todos os dias. Em sua cidade, Jacaraú (PB), não havia a oferta de educação física. “Eu achei que ia ganhar o diploma fácil. Mas logo vi que estava enganado: o curso a distancia exigia mais de mim do que o presencial”, diz.
O jovem que queria ser professor não imaginava que colheria tão rapidamente os frutos de seu esforço. Antes mesmo de se formar, foi aprovado para dois concursos para professor de educação física da rede pública. Um no Rio Grande do Norte, outro na Paraíba. “A falta de profissionais da área aqui na região é enorme. Vi que aprendi tudo o que precisava mesmo e me empolguei com o projeto. Agora, sou tutor do curso aqui”, conta, orgulhoso.

FONTE: IG.COM

13 de set. de 2012

Beijo gay em horário eleitoral causa polêmica em Santa Catarina

É inacreditável que em pleno ano de 2012 uma manifestação de afeto entre duas pessoas do mesmo sexo cause tanta confusão, mas infelizmente isso ainda acontece. Uma imagem de um beijo gay exibida durante o programa de Leonel Camasão, um candidato a prefeito de Joinville, maior cidade de Santa Catarina, vem causando grande polêmica e desconforto à ala conservadora da cidade.
O editor do “Jornal da Cidade”, João Francisco da Silva, atacou duramente a iniciativa, usando sua coluna no periódico para expressar sua opinião sobre o episódio:
“Nojento aquele beijo gay exibido no programa eleitoral do Leonel Camasão, do PSOL. Tão asqueroso quanto alguém defecar em público ou assoar o nariz à mesa. Gostaria de saber qual a necessidade de exibir suas preferências sexuais em público? Para mim isso é tara, psicopatia. No mínimo falta de decoro. E a “figura” quer ser prefeito e se diz jornalista”, escreveu o editor.
Procurado pelo Vírgula Lifestyle, o candidato que tem 26 anos e concorre pelo Psol, declarou que a ideia do beijo era marcar posição contra o preconceito e sair em defesa dos direitos da comunidade LGBT, além de promover o debate sobre o assunto. Após a publicação no jornal, Leonel Camasão entrou com um pedido à Promotoria de Direitos Humanos e Cidadania do Ministério Público de Santa Catarina para obter um direito de resposta. Segundo Camasão, os comentários são agressivos e vão contra a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) e o partido.
Leonel nos passou com exclusividade o comunicado oficial do Psol, que será publicado no “Jornal da Cidade” em seu direito de resposta:
O candidato Leonel Camasão lamenta a postura do Jornal da Cidade e do colunista João Francisco, ao publicarem grave ofensa na edição de 31 de agosto. De maneira leviana, João Francisco ataca não só a campanha e a figura de Leonel, mas também, a toda população LGBT de nossa cidade. O ataque gratuito é uma grave ofensa aos direitos humanos e ao Código de Ética dos Jornalistas. Repudiamos tal atitude. Ao contrário do insinuado, Leonel se formou em jornalismo em 2008, na segunda melhor escola de jornalismo do Sul do Brasil à época. Tomaremos todas as medidas legais para coibir essa nefasta e preconceituosa prática deste jornal.
Por telefone, João Francisco da Silva defendeu seu ponto de vista: “Não sou homofóbico, dois dos meus colunistas, que são meus amigos, são gays assumidos. Acho que os gays têm o direito de beijar como qualquer casal hétero, mas não quero que façam isso na minha sala. Um cara que é candidato, que deveria estar discutindo questões de importância para Joinville e para os cidadãos, fere meus valores, meus princípios, meu senso estético com esse tipo de propaganda. Isso foi usado como uma forma de agressão. Quem faz isso não está propondo que se discuta a questão do homossexualismo, nem o direito das minorias. Isso apenas me agride, agride a sociedade e até as pessoas que não têm nada contras os gays, mas que não querem um sujeito ‘cagando’ de porta aberta, nem assoando um nariz na toalha da mesa ou mesmo um casal hétero fazendo sexo no meio da sala quando bem entender. A própria Rede Globo está a três anos discutindo se exibe ou não um beijo gay na novela e até agora nada, pois sentem que a maioria da sociedade brasileira é contra”, disse em entrevista ao Vírgula Lifestyle.
Questionado se é a favor do casamento gay, o jornalista respondeu: “A legislação permite que eles se casem, eu não sou gay então não tenho que ser contra nem a favor. Aqui em Joinville temos um hábito de comer caranguejos, minha irmã de São Paulo veio pra cá e ficou com nojo. É um direito dela, eu gosto de caranguejo, ela não. Ela não tem que se adequar ao meu gosto”. Mas ela comeu para experimentar? “Sim, ela acabou experimentando e gostou”, disse o jornalista que não se considera um conservador.
João Francisco é avó de uma criança de dois anos e diante da possibilidade de que um dia o neto se revele homossexual, o jornalista declarou: “Tenho certeza de que ficaria muito infeliz, vai ser uma tristeza, mas eu o amo, não vou deixar de amar meu neto jamais, ele é meu sangue”, disse.

Assista neste link o programa eleitoral de Leonel Camasão que exibe o beijo gay (em 7 segundos):

FONTE: PSOL NACIONAL

Lewandowski condena Valério e mais cinco por lavagem de dinheiro

Em uma sessão marcada por nova troca de farpas entre os ministros Joaquim Barbosa, o relator do processo do mensalão, e Ricardo Lewandowski, o revisor da ação penal 470, o publicitário Marcos Valério, apontado como financiador do esquema, e mais cinco réus tiveram o pedido de condenação feito pelo crime de lavagem de dinheiro. Além de Valério, o revisor condenou seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, os ex-dirigentes do Banco Rural Kátia Rabello e José Roberto Salgado e a ex-diretora da SMP&B Simone Vasconcelos. Lewandowski pediu a absolvição de quatro réus: Ayanna Tenório, Geiza Dias, Vinícius Samarane e Rogério Tolentino.
Dois dias depois de Joaquim Barbosa ter pedido a condenação de nove dos dez réus do item 4 da denúncia – que trata das acusações de lavagem de dinheiro (absolveu apenas Ayanna Tenório) –, Lewandowski demorou quase cinco horas, ao todo, para ler seu voto a respeito de cada um dos réus. Ele seguiu o relator quanto a Ayanna, mas, ao contrário de Barbosa, absolveu ainda Geiza, Samarane e Tolentino.
Após as manifestações do relator e do revisor a respeito do item 4 da denúncia do mensalão, agora é a vez dos outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) lerem seus votos sobre as acusações de lavagem de dinheiro. A primeira a falar será a ministra Rosa Weber, na sessão desta quinta-feira (13), a partir das 14h.
O voto
Em relação a Marcos Valério, Lewandowski o apontou como um dos responsáveis pela "circulação clandestina de recursos de origem ilícita" que abasteceram o esquema de saques de políticos. O ministro disse que o Ministério Público conseguiu comprovar, por meio de "centenas de documentos", a clandestinidade das operações. O revisor citou o laudo do Instituto Nacional de Criminalista da Polícia Federal, que faz menção expressa do envolvimento do publicitário. "Acho que está bem claro que Marcos Valério foi um dos artífices de toda essa trama", destacou.
Segundo o revisor, Valério admitiu, em depoimento prestado à Justiça, que a sistemática do pagamento de recursos foi decidida em conjunto com a cúpula do Rural. O ministro lembrou que, ao contrário do que alegou a defesa de vários réus na ação, a maior parte dos documentos que comprovaram as operações de lavagem de dinheiro só foi descoberta após uma busca e apreensão determinada por ordem judicial.
Lewandowski também votou pela condenação de Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, ex-sócios de Valério. Na visão do revisor, eles atuaram em conjunto para ocultar o repasse de recursos a políticos. Para o revisor, Ramon e Cristiano atuaram junto com Valério para a prática do crime. Ele destacou que os dois também assinaram cheques que foram usados para os saques destinados a políticos. Observou que ambos também foram avalistas dos empréstimos feitos pelas empresas junto ao Banco Rural.
Em relação a José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do Banco Rural, Lewandowski sustentou o pedido de condenação em provas dos autos que, em sua visão, apontam o conhecimento do ex-dirigente dos “empréstimos fraudulentos” e da origem ilícita de recursos. A mesma tese se aplicou à ex-presidenta do Banco Rural Kátia Rabello, que, de acordo com o ministro revisor, conhecia as operações e tinha um “estreito relacionamento” com Marcos Valério. Simone Vasconcelos também foi co
"Ramon, mais que mero cotista, agiu na condição de sócio administrador, exercendo gerência conjunta dos negócios", afirmou. "A responsabilidade penal de Cristiano Paz está retratada pelo ajuste dos empréstimos bancários, da administração conjunta e solidária das empresas, da escrituração fraudulenta da empresa e de atuar ativamente na prática de lavagem", concluiu. Ele destacou que no caso de Cristiano há ainda o relato de uma reunião dele com o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB), também réu. Nessa conversa, eles teriam combinado a forma como um repasse da Usiminas chegaria às mãos do petebista por meio de uma das agências. "Ele participou da negociação direta de uma das ações", observou.
Absolvições
No início do julgamento, Ricardo Lewandowski votou pela absolvição de Ayanna Tenório, ex-vice-presidente do Banco Rural, Geiza Dias, ex-funcionária da agência SMP&B, de Marcos Valério. Para ele, a atuação de Geiza foi como mera funcionária da empresa e não com intenção de participar das supostas operações de lavagem de dinheiro. Neste capítulo, essa foi a primeira divergência com o relator, Joaquim Barbosa, que defendeu a condenação da ré.
ndenada por Lewandowski com base nessas argumentações.
Lewandowski começou seu voto falando sobre a conduta de Geiza, destacando o salário de pouco mais de R$ 1 mil, para demonstrar que era apenas uma funcionária subordinada. Mais adiante, o revisor definiu a atuação da mulher como de "batedora de cheques". Geiza é a acusada cuja defesa pede a absolvição porque seria uma funcionária "mequetrefe”. O revisor enfatizou que ela não foi promovida nem obteve vantagem financeira do esquema. Acompanhando o relator, ele também absolveu Ayanna Tenório, que, segundo Lewandowski, não tinha conhecimento das operações ilícitas nem conhecia Valério e seus sócios.
Ao contrário de Barbosa, o ministro revisor absolveu Vinícius Samarane, atual vice-presidente do Banco Rural. De acordo com Lewandowski, não há provas suficientes nos autos para incriminar o acusado. O mesmo raciocínio foi aplicado em relação a Rogério Tolentino, ex-advogado das empresas de Marcos Valério, sobre quem a denúncia do Ministério Público usou argumentos “frágeis”, segundo o revisor.
O ministro lembrou que o Ministério Público havia pedido, nas alegações finais, a condenação de Tolentino pelo crime em razão do empréstimo de R$ 10 milhões tomado pelo ex-advogado de Valério no banco BMG. Contudo, o revisor destacou que o MP não denunciou Tolentino por lavagem de dinheiro por causa da operação do BMG. Segundo ele, o crime se referia a um empréstimo tomado por Valério e os antigos sócios na SMP&B. Nessa operação, Tolentino não teve, de acordo com o revisor, qualquer relação. "Ele não era sócio [da SMP&B], mas apenas advogado, segundo consta dos autos", ressaltou.
 
FONTE: IG.COM
 

12 de set. de 2012

Ataque contra embaixada pode ter sido planejado por rede ligada à Al-Qaeda

O ataque contra a Embaixada dos Estados Unidos na Líbia pode ter sido planejado e executado por um grupo terrorista ligado à Al-Qaeda. Autoridades americanas afirmaram nesta quarta-feira que há indícios de envolvimento de membros do grupo Ansar Al Sharia (Partidários da Lei Islãmica) tenham orquestrado a ação que matou o embaixador Christopher Stevens , com intenção de marcar o aniversário do 11 de Setembro.
Segundo fontes do governo dos Estados Unidos, informações coletadas na região indicam que o ataque à embaixada foi planejado por um braço da rede terrorista baseada no norte da África, conhecida como Al-Qaeda no Magreb Islâmico. "A ação carrega traços de um ataque terrorista", afirmou um membro ligado ao presidente Barack Obama, que pediu anonimato.
De acordo com autoridades europeias, o ataque na cidade de Bengazhi contrasta com a manifestação que tomou do Consulado dos Estados Unidos no Egito. Na capital Cairo, um grupo de radicais muçulmanos escalaram os muros do órgão americano, queimaram sua bandeira e a substituíram por uma islãmica.
Já uma firma de segurança e consultoria para a região do norte da África afirmou que o ataque parece ter sido planejado por um grupo salafista - muçulmanos ultra-ortodoxos.
Justiça
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta quarta-feira punir os responsáveis pelo ataque que matou o embaixador do país na Líbia, Christopher Stevens, e outros três americanos na cidade de Benghazi. "Não vacilaremos em nosso compromisso de fazer com que haja justiça para esse ato terrível", disse Obama, em pronunciamento no jardim da Casa Branca. "E não tenham dúvida: a justiça será feita."
Essa foi a primeira vez que um embaixador dos Estados Unidos foi morto nos últimos 30 anos.
 
FONTE: IG.COM

10 de set. de 2012

Presidente nacional do PSOL assina carta compromisso do Programa Cidades Sustentáveis

O presidente nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), deputado federal Ivan Valente, assinou a carta compromisso do Programa Cidades Sustentáveis. A subscrição do documento foi realizada durante atividade do partido na capital paulista.
“Uma cidade do porte de São Paulo, que tem muitos problemas, como nas áreas de saneamento básico, mobilidade urbana, [falta de] moradia e especulação imobiliária, o Programa Cidade Sustentáveis é o que melhor se adéqua para fazer justiça social”, avaliou o presidente do PSOL, ao firmar o compromisso.
Segundo Valente, seu partido tem um programa nacional, com diversos eixos centrais para os municípios, que possui “grande afinidade” com a plataforma elaborada pela Rede Nossa São Paulo, Instituto Ethos e Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. “Vamos divulgar o Programa Cidades Sustentáveis para nossos candidatos, para que seja complementar ao nosso programa”, afirmou.
O PSOL é o terceiro partido a aderir nacionalmente ao programa. Os diretórios nacionais do PT e do PPS já haviam assinado o temo de compromisso com a plataforma, que oferece um conjunto de ferramentas para o desenvolvimento sustentável dos municípios brasileiros.
Além dos diretórios nacionais dos três partidos, dezenas de direções estaduais e municipal das mais diversas legendas e cerca de 430 candidatos a prefeito de todo o país também subscreveram a carta compromisso do programa até o momento.
Ao assinar o documento, os dirigentes partidários e os candidatos se comprometem a colocar em prática, caso vençam as eleições, uma série de medidas previstas na plataforma. O documento prevê, por exemplo, a elaboração de um diagnóstico da situação do município que contenha, no mínimo, os indicadores básicos. O futuro prefeito terá também que apresentar 90 dias após a posse um Programa de Metas, que contemple os 12 eixos do programa.

FONTE: PSOL NACIONAL

14 universidades ainda não têm previsão de volta às aulas

A greve das universidades federais completa 117 dias nesta segunda-feira (10) com apenas 14 instituições de ensino superior totalmente paralisadas. Dezoito universidades ainda em greve têm previsão de retornar às aulas até o dia 17 deste mês.
Retomaram as aulas hoje as universidades federais do ABC (UFABC), da Fronteira Sul (UFFS) e de Alfenas (Unifal). De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), estão previstas novas rodadas de assembleias gerais de terça-feira (11) até quinta-feira (13).
Segundo o Andes-SN, ainda estão em greve e sem previsão de retorno às atividades as universidades federais do Amazonas (Ufam), de Alagoas (Ufal), do Pará (UFPA), de Sergipe (UFS), de Mato Grosso (UFMT), de Uberlândia (UFU), Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), de Viçosa (UFV), do Paraná (UFPR), do Rio Grande (Furg), de Pelotas (Ufpel), de Santa Maria (UFSM), de Ouro Preto (Ufop) e de Itajubá (Unifei).
Os docentes ligados ao Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que representa parte da categoria, decidiram pelo fim da paralisação no dia 31 de agosto. Eles aceitaram a proposta do governo para reajuste salarial entre 25% e 40%.
Segundo informações do Ministério da Educação, entre os institutos federais, ainda têm câmpus com paralisações os de Alagoas, Mato Grosso, Minas Gerais, do Piauí, de Roraima, do Tocantins e da Paraíba, além do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Minas Gerais. O Instituto Federal do Rio Grande do Norte é o único que continua inteiramente paralisado.

FONTE: IG.COM

7 de set. de 2012

Pesquisas: PT pode ser coadjuvante nas 10 principais capitais

A pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira em Recife demonstrou a queda da última candidatura petista que liderava as pesquisas de intenção de votos nas 10 capitais com os maiores eleitorados do país, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O senador Humberto Costa, que virou candidato depois de um racha dentro do PT e do rompimento da aliança com o PSB, foi ultrapassado por Geraldo Julio (PSB), candidato indicado pelo governador Eduardo Campos. Dono de uma ampla aliança e do maior tempo de TV em Recife, Julio vive uma arrancada surpreendente. Após dois meses de campanha, o socialista saiu de 16% para a liderança, com 33% das intenções de voto - oito pontos percentuais de vantagem sobre Costa, que aparece com 25% do total, de acordo com a pesquisa Ibope divulgada no dia 03 de setembro.Entre essas 10 cidades, o PT possui candidatos próprios em sete - São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife e Porto Alegre - e governa duas, Fortaleza e Recife. Coincidentemente, a escolha dos atuais candidatos nas duas capitais do Nordeste foram tumultuadas e culminaram no rompimento da aliança com o PSB, que optou por indicar candidaturas próprias em ambas as cidades. No Ceará, o PT governa há oito anos com a atual prefeita Luizianne Lins (PT), que escolheu Elmano de Freitas, seu secretário municipal de Educação, como candidato da legenda. Como o PSB, do governador Cid Gomes, preferia uma chapa encabeçada por outro petista, o atual secretário de Cidades do Estado, Camilo Santana (PT), a aliança com o PT foi rompida e o partido então optou por lançar Roberto Cláudio (PSB) em uma chapa separada de seu antigo aliado.Com o racha, ambas as candidaturas se enfraqueceram e, de acordo com a última pesquisa Vox Populi divulgada no dia 29 de agosto, Freitas e Cláudio aparecem na segunda e terceira colocação, respectivamente, com 13% e 12% do total de intenções de voto, enquanto Moroni Torgan (DEM) lidera com folga, com 26% do total. "O desempenho do candidato petista é reflexo também da grande rejeição à prefeita Luizianne Lins", afirma o cientista político Paulo Kramer.
Racha interno
No Recife, após conflito interno durante as prévias do PT, que por semanas ocupou os jornais e os tribunais, os dois pré-candidatos cotados para a disputa, o deputado federal Maurício Rands e o atual prefeito da cidade João da Costa, foram substituídos pelo senador Humberto Costa, convocado pela executiva nacional como solução para o impasse jurídico criado durante o processo interno do partido na capital pernambucana.
A confusão petista motivou o PSB, do governador Eduardo Campos, a também romper a aliança com o PT, a exemplo de Fortaleza, e lançar Geraldo Julio como seu candidato. Em outra capital do Nordeste, o PT também não apresenta bom desempenho. Em Salvador, o deputado federal Nelson Pelegrino tem 16% das intenções de voto, e ocupa a segunda colocação, a 24 pontos percentuais do primeiro colocado, ACM Neto (DEM), que tem 40%, de acordo com pesquisa Ibope divulgada no dia 24 de agosto. Os votos somados pelo petista são menores do que os brancos e nulos, por exemplo, que representam 19% do total.
 Rompimento
Em Belo Horizonte, outro conflito entre PT e PSB colocou em choque as legendas, que também eram parceiras na cidade e dividiam o governo da capital mineira ao lado do
PSDB, do senador Aécio Neves. Como o PSB, do atual prefeito Marcio Lacerda, optou por não se coligar também na chapa de vereadores com o PT, sob articulações de Aécio, os petistas optaram por romper a peculiar aliança e lançar candidatura própria. O escolhido foi o ex-ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Patrus Ananias.Apesar de estar em trajetória ascendente nas pesquisas, Patrus ainda está distante de Lacerda, que, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada no último dia 29 de agosto, tem 46% do total de intenções de votos, contra 30% do petista, uma diferença de 16 pontos percentuais.
A força de Lula
Em São Paulo, apesar do processo de escolha da candidatura petista não ter causado nenhum rompimento com
partidos aliados, a nomeação do ex-ministro da Educação Fernando Haddad, escolhido pelo ex-presidente Lula, como o concorrente petista na cidade culminou na insatisfação da senadora Marta Suplicy, que desejava concorrer ao cargo nesta eleição. No início da campanha, conturbada também pela saída da deputada federal Luiza Erundina (PSB) da vice da chapa após o PT firmar aliança com o PP, de Paulo Maluf, Marta não esteve ao lado de Haddad, ainda pouco conhecido do eleitorado. Somente na última semana a senadora acertou sua entrada na campanha do petista. Apesar de mostrar crescimento nas pesquisas, Haddad ainda está na terceira colocação, com 16% das intenções de voto, de acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada nessa terça-feira. Baseado na margem de erro da pesquisa, de três pontos, o petista está tecnicamente empatado com o segundo colocado, José Serra (PSDB), que tem 21% do total de votos. Apesar da trajetória descendente do tucano, Haddad ainda estaria fora de um possível segundo turno.
Sem consenso
Em Porto Alegre, a escolha entre o candidato petista ficou dividida entre Raul Pont e Adão Villaverde, que acabou sendo escolhido como o concorrente do partido.
A escolha do candidato do partido evidenciou a falta de um consenso em torno de um nome, o que motivou parte da legenda a querer apoiar a candidata Manuela D'Ávila (PCdoB). O PT, porém, optou por lançar candidatura própria, e até o momento está distante do foco da disputa, polarizado entre Manuela e o atual prefeito da cidade, José Fortunati (PDT). Villaverde aparece na terceira posição, mas possui apenas 5% das intenções de voto, e está a 30 pontos percentuais do segundo colocado, Fortunati, que possui 35%, e está tecnicamente empatado na primeira colocação com Manuela, que tem 37%, de acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada no último sábado. No maior colégio eleitoral do norte do Brasil, Belém, os números divulgados pelas pesquisas também não mostram a candidatura petista em boas condições. Alfredo Costa (PT) tem apenas 3% do total de votos, de acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada no último sábado, e é o quinto colocado na disputa, liderada por Edmilson Rodrigues (Psol), que tem 47%. Nas outras três cidades, o PT apoia apenas uma das chapas vitoriosas. No Rio de Janeiro, o atual prefeito, Eduardo Paes, que tem 53% das intenções de voto, lidera com folga a disputa. Em Manaus, porém, onde apoia o PCdoB, de Vanessa Grazziotin, e Curitiba, onde apoia Gustavo Fruet (PDT), o PT ocupa a segunda e a terceira posição nas pesquisas de intenções de votos, respectivamente.Enquanto na capital amazonense Vanessa tem 19% e está a 10 pontos percentuais de Arthur Virgílio (PSDB), com 29% das intenções - de acordo com a pesquisa Ibope do dia 16 de agosto - no Paraná, Fruet está em terceiro lugar, com 15% do total, a 13 pontos percentuais de Ratinho Jr. (PSC), que lidera a disputa com 28%, e a 12 do atual prefeito Luciano Ducci (PSB), que possui 27% do total, de acordo com a última pesquisa Vox Populi divulgada na segunda-feira.
Vitrines
O PT, que por três mandatos seguidos governa o Brasil, tem com o ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff dois grandes puxadores de votos, devido à boa avaliação que ambas as gestões possuem, próxima de 80%.
Porém, os principais puxadores de votos do partido não tiveram participação tão forte na campanha até o momento. Enquanto Dilma optou por não participar ativamente nas eleições municipais, principalmente em cidades em que haja disputa entre candidatos petistas e de outros partidos da base, Lula se recupera do tratamento do câncer na laringe, diagnosticado em outubro de 2011.Por conta disso, o ex-presidente, tido como um dos principais puxadores de voto do País, tem apenas gravado depoimentos e tirado fotos com candidatos, e não tem ido às ruas, onde era esperado, principalmente em São Paulo. Com sua melhora, a expectativa é de que participe mais ativamente das campanhas petistas em todo o Brasil. A volta do presidente é uma das esperanças do PT para reverter o quadro e conseguir conquistar a prefeitura dessas cidades, tidas como prioritárias. Segundo Kramer, com o mau resultado nas capitais, o partido pode perder municípios que servem como vitrines importantes para mostrar seus principais nomes em cada estado e também programas de governo, o que pode inclusive afetar o desempenho na eleição de 2014, por exemplo. Para o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, Marcus Ianoni, porém, o quadro não pode ser considerado ruim, já que o PT aparece quase sempre na segunda colocação nas pesquisas e possui chance de ir para o segundo turno nesses locais. "O PT cresceu em relação às eleições de 2004 e me parece que, com a boa avaliação que o governo Dilma está tendo, o momento é propício para o PT se fortalecer ainda mais", disse. Para Ianoni, apesar da importância de se conquistar cidades maiores, aumentar o número de prefeituras no país pode amenizar a perda de grandes centros. Segundo o cientista político, além de pensar em eleger prefeitos, os partidos precisam focar seus esforços também em cionquistar cargos nas Câmaras de todos os municípios, como forma de dar base de governabilidade aos prefeitos eleitos. "Nessas eleições está em jogo também a eleição dos vereadores. Um prefeito sem base na Câmara de Vereadores terá dificuldade", afirmou.
 Reunião
A executiva nacional do partido fará uma reunião por volta do meio de setembro para discutir o cenário nas principais cidades brasileiras e traçar as estratégias que orientarão as campanhas até a reta final, o dia 07 de outubro, data marcada
para o primeiro turno das eleições deste ano.

FONTE: JB.COM

6 de set. de 2012

Cartório Eleitoral recebe denúncia de compra de voto

O Cartório Eleitoral de Juiz de Fora recebeu neta quinta-feira (6) a primeira denúncia de compra de votos da cidade. O relato foi recebido pela 315ª Zona Eleitoral. A partir de agora, o caso será analisado pela Justiça. De acordo com a Legislação, o candidato que oferecer dinheiro ou benefícios em troca do voto é punido com cassação e multa. A Lei 9.840 também prevê o mesmo tipo de punição para os concorrentes que utilizarem a estrutura da administração pública, como veículos, salas, prédios públicos, publicidade, espaço em eventos oficiais e verbas públicas.
A mesma zona eleitoral recebeu a representação do Ministério Público para que a candidata à Câmara Rosinere França Abbud (PPS) apresente defesa no processo por afixação irregular de material propagandístico.
Além desta denúncia, os fiscais do TRE confirmaram as denúncias contra outros 14 candidatos que afixaram placas em propriedade privada sem a devida autorização. Todas as denúncias foram enviadas via internet. Confira a listagem do TRE:

Zona 153ª
Marcos Paula Ventura (PRP)
Francisco de Assis Belgo (PTC)
Wanderson Castelar Gonçalves (PT)
Edivaldo da Silva Dornelas (PV)
José Eduardo Moreira Amorim ( PV)

Zona 154ª
Aloísio Penido Bertho (PTB)
Isauro José de Calais Filho (PMN)
José Tarcisio Furtado (PTC)
José Sóter de Figueirôa Neto (PMDB)
Júlio Carlos Gasparette (PMDB)
Carlos César Bonifácio (PRB)
Francisco Carlos Canalli (PMDB)
Eduardo César Schroder Braga (PSDB)
Rodrigo Cabreira de Mattos (PSDB)

FONTE: TRIBUNA.COM

5 de set. de 2012

País tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína

Uma pesquisa divulgada hoje (5) mostra que o Brasil tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína, sendo metade deles dependente (1,3 milhão). Deste total, 78% cheiram a substância exclusivamente (consumida na forma de pó); 22% fumam (crack ou oxi) simultaneamente e 5% consomem apenas pelos cachimbos, que já viraram marcas registradas das áreas degradas e conhecidas como cracolândias.
O estudo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), unidade de pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostra ainda que, do total de usuários, 1,4 milhões (46%) são moradores da região Sudeste e 27% residem no Nordeste. No ranking de regiões, o Norte aparece em 3º lugar (10%) empatado com o Centro-Oeste. O sul, com 7% de concentração, está em último lugar.
“Fizemos as análises por classe econômica e, diferentemente do esperado, não houve nenhuma diferença estatística. O padrão de consumo de cocaína, seja aspirada ou fumada, é o mesmo entre os ricos ou entre os pobres”, afirma uma das autoras do estudo, a psicóloga Clarice Sândi Madruga. “Uma das hipóteses para este cenário é que o preço da cocaína está muito mais barato, o que facilita o acesso.”
Para os pesquisadores os achados sugerem que assim como a cocaína se popularizou e chegou à classe média e média baixa, o crack também deixou de fazer parte apenas dos problemas da população de rua e da marginalidade, como era no início da epidemia. A droga hoje afeta todos os segmentos socioeconômicos.
“Não há no mundo país que venda cocaína de forma tão barata. Em média, o preço da venda aqui é U$ 2 nos Estados Unidos custa 10 vezes mais”, completa o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, também autor do estudo da Unifesp e que investiga o padrão de uso de drogas em todas as nações, sendo consultor de muitas delas.
“Além disso, os governos não fizeram a lição de casa nos últimos anos. Não há um combate efetivo do tráfico drogas e, ao mesmo tempo, não foi ampliada a rede de prevenção dos novos usuários e nem o aumento da oferta de tratamento para os já dependentes.”
Primeiro do mundo
Marcelo Ribeiro, um dos primeiros pesquisadores de álcool e drogas do País a estudar o comportamento de usuários de crack, avalia que o potencial de consumidores destas drogas existentes no Brasil fez com que, nas últimas duas décadas, o país mudasse de papel na rota dos tráficos de drogas.
“Por ser muito populoso, o Brasil deixou de ser só local de passagem das drogas para virar destino final de consumo.”
Pelos dados da Unifesp, 2% da população brasileira usaram cocaína ou crack no último ano. Apesar de proporcionalmente parecer pouco, em números absolutos é muita coisa, diz a especialista em álcool e drogas, Ilana Pinsky.
“Isso sem contar que quando o assunto é sensível, como o caso da dependência química, as pessoas tendem a não ser totalmente verdadeiras nas respostas. Com quase toda certeza, a população usuária de drogas é maior do que a identificada na pesquisa”, avalia Ilana.
Mesmo que subestimada, os 2,6 milhões de brasileiros que se declaram, sendo 1 milhão deles consumidor de crack, já somam 20% do total de consumidores mundiais de cocaína, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) utilizados pela Unifesp. “Em números absolutos, nos mostram os dados da OMS, o Brasil é o segundo mercado de cocaína do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e provavelmente o primeiro do mundo de crack, já que os outros países não separam a forma de consumo, aspirada ou fumada”, ressaltou a psicóloga Clarice Madruga.
Mais letal
Apesar da cocaína em forma de pó ser a mais prevalente entre os dependentes, os especialistas ressaltam que quando consumido na versão crack os efeitos são mais rápidos na degradação do cérebro.
“O crack está mais associado à mortalidade e ao envolvimento com a criminalidade”, afirma Laranjeira. “O uso da cocaína é mais escondido, embaixo do pano, mas nos números mostram que eles são muito altos e prevalentes. Na Europa toda há um declínio da utilização. No Brasil, percorremos caminho inverso”, lamenta.
 
FONTE: IG.COM

4 de set. de 2012

Comitê de Cidadania e OAB lançam cartilha contra corrupção eleitoral

O Comitê de Cidadania - Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Juiz de Fora e a subseção municipal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançaram, na manhã desta terça-feira (04), a cartilha do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) para o pleito de 2012. A publicação detalha o que é proibido pela Lei 9.840/99, que pune a compra e a venda de votos. A intenção do Comitê de Cidadania e da OAB é enfatizar que, além do pagamento em dinheiro vivo, também são considerados compras de voto quaisquer doações ou brindes que tragam algum tipo de benefício ao eleitor, de cestas básicas a materiais de construção, de promessas de emprego a remoções gratuitas em ambulâncias, de tratamento odontológico a cadeiras de roda, caixões e transporte para enterros. Como destaca o documento, "muitas coisas oferecidas em troca de voto já são direitos dos cidadãos e cidadãs".
A Lei 9.840 pune com cassação e multa o candidato que oferecer dinheiro ou qualquer outra coisa em troca de voto e também aquele que, para angariar eleitores, utilizar a estrutura da administração pública, como carros, salas, prédios públicos, publicidade, espaço em eventos oficiais, verbas públicas e funcionários públicos. Em Juiz de Fora, denúncias podem ser feitas na Ouvidoria Eleitoral disponibilizada pela OAB pelo telefone 3212-4168 ou na Rua Marechal Deodoro, 552, 3º andar, de segunda a sexta-feira, de meio-dia às 18h. "Na eleição passada, quando se fez a Ouvidoria, houve muitas ligações dos próprios candidatos a vereador querendo esclarecer dúvidas sobre a legislação eleitoral, que foi ficando mais rigorosa", destacou o presidente da OAB na cidade, Wagner Parrot. "Voto comprado é fatalmente um voto a favor da corrupção."

FONTE: TRIBUNA.COM

3 de set. de 2012

Greve da PF só acaba quando carreira for reestruturada, diz sindicato

A greve de agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, iniciada no último dia 7 de agosto, só deve terminar quando o governo apresentar um cronograma para a reestruturação dessas carreiras. A declaração é do presidente do Sinpef-PR (Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Paraná), Fernando Augusto Vicentine.
"Queremos a justa adequação da tabela salarial desses cargos, que são de nível superior. Não basta o governo se comprometer a fazer isso. Se não vier nada de concreto quanto à data de início dessa reestruturação da carreira, a greve não acaba", disse Vicentine, em entrevista à Agência Brasil. "Quem criou o atual impasse foi o governo. Nós temos paciência, tanto que estamos negociando há mais de 900 dias."
Na manhã desta segunda-feira (3), servidores em greve hastearam a bandeira do Brasil em frente ao edifício-sede da superintendência estadual da PF no Paraná. Os serviços de emissão de passaportes estão sendo efetuados por funcionários terceirizados.
SÃO PAULO
Em São Paulo, cerca de 100 policiais fizeram uma manifestação no começo da tarde em frente à Superintendência da Polícia Federal no bairro da Lapa, zona oeste.
O grupo, com faixas escritas "reestruturação" presas nos braços, fizeram hasteamento de uma bandeira com os dizeres "SOS Polícia Federal" ao som do Hino Nacional e colocaram fogo em diplomas.
LIMINAR
Agentes, escrivães e papiloscopistas da PF recebem R$ 7,5 mil como salário inicial, o equivalente a 56,2% da remuneração dos delegados federais, cujo vencimento de início de carreira é R$ 13,4 mil. Além da equiparação com as carreiras típicas de Estado, como a de auditor da Receita Federal e a de oficial da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), a categoria também reivindica novas contratações por concurso público.
No último dia 24 de agosto, o Sinpef-PR obteve uma liminar na Justiça Federal que impede a União de efetuar descontos nos salários dos servidores em greve. "Não há como reputar ilegal a greve deflagrada pelos policiais federais no estado do Paraná, não se justificando a medida de corte do ponto", diz em sua decisão a juíza Giovanna Mayer, da 7ª Vara Federal de Curitiba.
"Trata-se [o corte de ponto], a bem da verdade, de forma explícita, ainda que oblíqua, de frustrar o regular exercício de direito constitucionalmente assegurado, o que não pode ser admitido."
No mesmo dia, a presidenta do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, desembargadora Marga Inge Barth Tessler, suspendeu a pedido da Advocacia-Geral da União uma liminar similar, que havia sido concedida ao Sinpef-RS (Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul). A última greve nacional da PF ocorreu em 2004 e durou cerca de dois meses.

FONTE: FOLHA.COM

2 de set. de 2012

JUIZ DE FORA: O custo do parlamento

O lema é do movimento anticorrupção eleitoral: "Voto não tem preço; tem consequência". A máxima, contudo, estende-se para além da compra de votos. O eleitor juiz-forano que no dia 7 de outubro vai escolher um dos 19 nomes que ocuparão as cadeiras do Palácio Barbosa Lima a partir de 2013 talvez nunca tenha parado para calcular com exatidão o valor dos números que digita na urna. Valor social e cidadão indiscutível, já que o Poder Legislativo municipal é aquele que, lado a lado à tarefa de propor leis para a cidade, é responsável pela fiscalização da Prefeitura: seus gastos, suas ações, suas políticas em prol da comunidade. Mas também valor financeiro, já que é do bolso de cada contribuinte que saem os recursos para manter o Poder Público.
Cada vereador de Juiz de Fora custará anualmente a partir de janeiro, para cada eleitor da cidade, R$ 1,07 - R$ 0,05 a mais que em 2012. Conforme está estabelecido em lei que entra em vigor no primeiro dia do ano, para manter o parlamento funcionando - contabilizando apenas as despesas com legisladores e gabinetes, sem mencionar o restante da estrutura da Câmara -, é como se cada votante da cidade fosse destinar R$ 20,33 aos parlamentares de Juiz de Fora por ano. O valor, para um único bolso, pode parecer irrisório. No entanto, multiplicado pelos 386.662 cidadãos aptos a votar no município, o resultado será uma despesa anual de R$ 414.936,48 por parlamentar. Isso significa que, de R$ 0,05 em R$ 0,05, o gasto superará o atual em R$ 17.588,44. O dispêndio total será de mais de R$ 3,15 milhões para cobrir os custos de todos os 19 eleitos para os próximos quatro anos.
Mesmo que o preço individual seja relativamente baixo, o custo anual de um vereador juiz-forano para o bolso de cada votante será R$ 2,29 mais caro do que aquele pago por um cidadão de Belo Horizonte, embora a capital tenha um Produto Interno Bruto (PIB) seis vezes maior, quase o quíntuplo do eleitorado e mais do que o dobro do número de cadeiras na Câmara. Além disso, os benefícios do Legislativo belo-horizontino que superam aqueles pagos por aqui são os que, na teoria, não vão diretamente para os bolsos dos vereadores. O primeiro é a verba indenizatória: enquanto aqui os parlamentares têm direito a R$ 5.382,37 mensais a título de reembolso das despesas com o mandato, os da capital têm R$ 15 mil. Já o segundo é a verba de gabinete: R$ 11.658,62 em Juiz de Fora para nomear até sete assessores por vereador contra R$ 42.661 em Belo Horizonte para a contração de, no máximo, 15 funcionários. De resto, o salário de um parlamentar local saltará, a partir de janeiro, de R$ 10.260,95 para R$ 15.031,76 - 61,8% a mais que os R$ 9.288,05 que continuarão sendo pagos em BH.
Fim de penduricalhos como moralização de gastos
Se os salários em Juiz de Fora estão dentro do teto constitucional, os eleitos assumirão em 2013 com a missão de pôr fim a penduricalhos aos quais não têm direito a maioria dos trabalhadores. Ônus, aliás, que a atual legislatura se recusou a assumir, mesmo após determinações judiciais e questionamentos do Ministério Público. Ou, quando quis fazê-lo, fez tardiamente.
O primeiro projeto apresentado no atual mandato, em janeiro de 2009, extinguia os pagamentos por reunião extraordinária e o auxílio-paletó (14º e 15º salários). A proposta do vereador Wanderson Castelar (PT), no entanto, foi rejeitada por 14 dos 19 parlamentares, fazendo com que o petista abrisse mão das regalias sozinho.
Só em dezembro do ano passado, a menos de um ano da eleição, é que o assunto voltou à baila. E, mesmo assim, o projeto de José Sóter Figueirôa (PMDB) e Noraldino Júnior (PSC), a princípio, só acabava com os benefícios a partir do ano que vem. Em junho, com a adesão de Castelar, foi apresentado substitutivo proibindo os pagamentos desde já. Acontece que o "já" em questão ainda não se concretizou, uma vez que a matéria até hoje não foi votada (nem mesmo discutida em agosto), a despeito de os penduricalhos terem sido extintos na Assembleia e de haver um movimento nacional pelo fim da prática.
Assim, ainda que seja aprovada antes do pleito, o impacto nos cofres da Câmara este ano corresponderá a apenas três meses de sessões extras e uma parcela da ajuda de custo, numa economia de R$ 428.907,71. Recentemente, a Justiça considerou o pagamento do auxílio-paletó ilegal e imoral e determinou sua suspensão a partir de 2013. Até agora, porém, a única medida concreta tomada pela Câmara foi não fixar o pagamento das reuniões extraordinárias para a próxima legislatura.

FONTE: TRIBUNA.COM

“Governo terá dificuldade para cumprir cronograma do pacotão”

O pacote de infraestrutura, anunciado pela presidenta Dilma Rousseff, foi bem avaliado por investidores nacionais e internacionais. Apesar da boa impressão inicial, o governo caminha, agora, para o desafio de fazer o projeto andar, principalmente, dentro do apertado cronograma estabelecido.
Sócia responsável pela área de Direito Administrativo e Regulatório do escritório TozziniFreire, a advogada Claudia Bonelli destaca que é muito difícil o governo conseguir cumprir com os prazos previamente estabelecidos para o processo de licitação – Dilma prometeu concluir o processo em 13 meses para o início das obras.
- A prática demonstra que é muito raro que esses cronogramas sejam atendidos diz Claudia, nesta entrevista ao Poder Econômico.

Poder Econômico – Qual a sua avaliação sobre o pacotão de infraestrutura anunciado pelo governo para ferrovias e rodovias?

Claudia Bonelli - A primeira avaliação que eu imagino que possa ser feita é que o pacote gerou grande interesse do mercado, tanto interno quanto externo. Temos sentido um movimento muito forte com o objetivo de acompanhar e participar de futuros processos nesse pacote de concessões. De fato, vamos ter muitas novidades aí. Temos como novidade as duas MPs que foram aprovadas, uma com mudanças tributárias impactando a área de PPPs, e temos a EPL (Empresa de Planejamento e Logística), que é uma empresa que não vai ficar focada somente no trem de alta velocidade, mas tem um papel importante de privilegiar projetos com escopo de intermodalidade. Claro que o pacote e as MPs são promessas que precisam ser sedimentadas nos editais de licitação e que vamos verificar ao longo dos anos. Mas eu compartilho com todo esse movimento que tenho sentido no mercado de que o pacote é positivo. Se todo esse potencial ficar refletido nos editais que vierem a ser lançados, tem muita coisa positiva pela frente.

Poder Econômico – O governo previu, inicialmente, um prazo de 13 meses para a realização do processo licitatório e o início das obras. É viável fazer todo esse processo nesse curto período?

Claudia Bonelli - A prática nos demonstra que é muito difícil manter esse cronograma inicial. Temos de trabalhar com prazos, obviamente. O governo tem de impor alguns prazos, mas em razão da natureza e das regras as quais o governo está submetido, o cumprimento desses prazos é difícil. Quando a modelagem estiver pronta, a minuta tem de ser encaminhada ao TCU e ali pode existir uma gama de desdobramentos. Há ainda processos de controladoria. Não temos no governo federal a agilidade que podemos ter em uma empresa privada. Por mais que o governo corra e se imponha esses prazos o fato é de que ele mesmo tem o dever de se submeter a etapas que estão fora do controle dele.

Poder Econômico – Alguns contratos de concessão de ferrovias serão alterados ou até cancelados por conta desse novo pacote. Isso pode gerar grandes disputas jurídicas e atrasar o andamento dos projetos?

Claudia Bonelli - O governo, em geral, tem ferramentas a sua disposição para exercer essa “mão” sobre os contratos existentes. Não estou falando de quebra de contratos. Temos alguns dispositivos que garantem ao governo o direito de rescindir unilateralmente o contrato ou alterá-lo, desde que indenize previamente os particulares prejudicados. Existe base legal para isso que o governo deseja fazer. Se o governo mostrar um projeto que demonstre os ganhos obtidos com as mudanças nos contratos, eles podem ser alterados. Claro que temos a possibilidade de particulares buscarem meios para tentar impedir com que o governo altere ou rescinda os contratos ou tentar paralisar esse processo. Eles fizeram seus investimentos levando em consideração o contrato proposto. Se vem um anuncio como esse do governo, eu imagino que eles não queiram aceitar forma tão clara e alguns questionamentos podem acontecer, sim.

Poder Econômico – Recentemente, o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, disse que o governo errou no primeiro modelo de licitação dos aeroportos. Concorda?

Claudia Bonelli – O governo tem batido muito na questão da característica dos operadores finais desses três aeroportos licitados. Não é diferente do que já tinha acontecido com São Gonçalo do Amarante. Talvez tivéssemos muitos pontos para discutir, como a participação da Infraero, o interesse do governo. Simplesmente faço um processo licitatório na linha dos anteriores, só apertando a qualificação dos operadores para ter mais nomes mais robustos entre os vencedores ou vou tentar uma participação minoritária em um aeroporto administrado pela Infraero? Com relação à modelagem, a questão é mais complexa do que somente imaginar a figura de um operador mais robusto. Se tomarmos como exemplo o que está acontecendo com o TAV, que é um edital em andamento agora, já vemos que o governo já faz uma exigência um pouco mais forte sobre a qualificação do operador, com mínimo de 10 anos de experiência. Isso demonstra que isso é consenso. O governo reconhece que o resultado de Guarulhos, Viracopos e Brasília não era o esperado. Os grandes operadores não apareceram entre os vencedores e o governo quer mudar isso.

Poder Econômico – E qual seria o modelo ideal de participação da Infraero para que esses grandes operadores estejam por aqui?

Claudia Bonelli - Eu imagino que a gestão de uma concessão com um parceiro público, nos moldes feitos com a Infraero, é complexa. Mas na prática o que verificamos é que, independente desse ponto, existiu um interesse forte dos licitantes. Meu sentimento na primeira rodada é que a participação da Infraero causaria alguns constrangimentos, mas na prática isso não aconteceu. Uma vez posto que a licitação seria com participação minoritária da Infraero de 49% na concessionária, os grupos levaram isso em consideração e não desistiram da concessão. Isso foi assimilado pelo mercado. A consequência disso a gente passa a ver nos próximos anos. Como a Infraero vai se portar ao longo da concessão? Como estamos ainda nesse processo de transição, não temos isso incorporado na prática. Na ótica do advogado, eu acho, sem dúvida, que é mais complexo e pode exigir um desafio maior dos grupos privados.

Poder Econômico – Mas uma participação menor da Infraero poderia atrair um número maior de grandes operadores nas próximas licitações?

Claudia Bonelli - Sem dúvida. Mas é engraçado, porque as discussões estão seguindo mais na linha da não redução da participação, e até no aumento da participação da Infraero, assumindo a posição de majoritária, com o grupo privado como minoritário. Já se fala nisso. Mas é verdade que as empresas privadas se sentiriam mais à vontade para operar como controladoras da concessionária.