Brigas e bate-bocas marcam os três meses da CPI do Cachoeira
Comissão que investiga as relações do bicheiro com políticos foi palco de quebra-paus, chiliques e até referências ao funk carioca; fim está previsto para novembro
CPI do Cachoeira completa três meses de trabalho nesta quarta-feira (25). Criticada pelos poucos resultados concretos e pelos silêncios de alguns depoentes, a comissão que investiga a relação do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos chamou atenção também pelos bate-bocas que reinaram entre seus membros em diversas sessões. Já em maio, a CPI teve dois de seus momentos mais acalorados. No dia 24, os deputados Fernando Francischini (PSDB-PR) e Dr. Rosinha (PT-PR) quase saíram no tapa. Tudo começou quando o tucano usou termos da música Tchutchuca do grupo de funk carioca Bonde do Tigrão para criticar o relator da CPI, o petista Odair Cunha.
Ele disse que o deputado "fazia como o tchutchuca" ao
questionar o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e quando a
pergunta era sobre o governador Marconi Perillo (PSDB), o relator
"parecia o tigrão". Dr. Rosinha interveio para dizer que Francischini só
queria aparecer, deixando todos os presentes com os ânimos exaltados.
Uma senama depois,
o agora ex-senador Demóstenes Torres
compareceu a uma sessão para depor, mas usou seu direito de ficar em silêncio. O deputado Silvio Costa (PTB-PE) ficou indignado e passou a insultar Demóstenes,
o que levou o senador Pedro Taques (PDT-MT) a interromper a fala do
colega. Costa se revoltou e xingou Taques. Com a exaltação geral, o
presidente da comissão, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), interrompeu
os trabalhos.
Além de brigas mais agressivas, a CPI também teve demonstrações
de indignação solitárias. Em junho, o senador Mario Couto (PSDB-PA)
abandonou aos berros uma das reuniões da comissão. "Se Vossa Excelência
não me deixar mais falar, eu me retiro. Aqui é uma democracia, que tem
que ser respeitada, não estamos numa ditadura. É preciso acabar com
isso, isso é uma miscelânea, uma avacalhação, isso não é uma CPI”,
gritou o tucano para o vice-presidente da CPI, Paulo Teixeira (PT-SP).
Isso porque Teixeira chamou a atenção do senador pelo modo com o
qual se referia a Luiz Carlos Bordoni, jornalista que trabalhou na
campanha de Perillo. O tucano havia dito que se sentia "incomodado" em
ficar diante do depoente.
Atualmente
em recesso
, a CPI deve reiniciar seus trabalhos em 2 de agosto, com a
expectativa de convocação de Fernando Cavendish, ex-proprietário da
Delta Construções - empresa apontada como parte do esquema de Cachoeira -
e de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit), que falou a diversos canais de
imprensa que sua queda no Dnit ocorreu por conta de articulações de
Cachoeira. A previsão é que os trabalhos sejam encerrados no início de
novembro.
FONTE: IG.COM
Nenhum comentário:
Postar um comentário