O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apresentou
um requerimento solicitando que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB),
compareça novamente a CPI do Cachoeira . A comissão
investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira , com
servidores públicos e privados.
Para o parlamentar, a reconvocação se justifica
depois que foram apresentadas novas denúncias que apontam que o governador teria
recebido propina para liberar o pagamento de créditos devidos pelo governo do
Estado à empreiteira Delta. O acerto teria ocorrido por meio da venda da casa de
Perillo, onde Cachoeira foi preso pela Polícia Federal (PF), no
âmbito da Operação Monte Carlo, em fevereiro desse ano.
No requerimento, o senador explica que, de acordo com matéria veiculada pela
revista Época, a venda do imóvel teria sido feita com sobrepreço de R$
500 mil, pagos pela construtora Delta, com a finalidade de viabilizar a
liberação do pagamento de uma dívida de quase R$ 9 milhões do governo estadual
com a empreiteira.
Coincidentemente, aponta o parlamentar, as datas de compensação dos cheques
usados no pagamento da casa batem com as liberações das parcelas de pagamento à
Delta.
“Dessa forma, o retorno do governador Marconi Perillo é imprescindível para
que sejam esclarecidas não apenas as circunstâncias da venda da casa, mas
principalmente a influência da organização criminosa de Cachoeira sobre seu
governo, bem como os negócios existentes entre o governo do Estado de Goiás e a
Construtora Delta S/A”, justifica o requerimento.
Ontem, o governo de Goiás negou em nota a relação entre a compensação de
cheques e diz que os pagamentos "se referem a um contrato de locação de veículos
que são feitos de forma continuada". Em 2009, a Delta venceu licitação para
fornecimento de carros alugados ao Estado. À época, Goiás era governada por
Alcides Rodrigues (PP), eleito com apoio de Perillo.
O tucano argumenta que não houve participação da Delta ou de Cachoeira na
negociação da casa. A conversa teria acontecido exclusivamente com o ex-vereador
e ex-secretário de Estado no segundo governo de Marconi (2003-2006), Wladimir
Garcêz (PSDB); preso na Operação Monte Carlo como um dos principais aliados de
Cachoeira. "Se o sr. Wladimir Garcêz tratou do assunto (da casa) com mais
pessoas, isto ocorreu sem o conhecimento ou assentimento do governador", diz a
nota.
O governo goiano acrescenta que "um grupo na CPMI trata de transformá-la em
tribunal de exceção com um só alvo: o governador de Goiás, por ser adversário do
PT". "Em vez de buscar esclarecer em profundidade as relações da Delta com os
governos federal, estaduais e municipais, CPMI e reportagens continuam batendo
na mesma tecla da venda da casa do governador, já exaustivamente explicada e bem
entendida pelas pessoas de boa fé."
FONTE; IG.COM
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