A maioria das escolas católicas vem perdendo alunos e dinheiro nos últimos anos
nos Estados Unidos e muitas foram obrigadas a fechar suas portas . Mas
outras, como a St. Stephen, no bairro de Upper East Side em Manhattan, Nova
York, encontraram uma maneira de prosperar – atrair uma clientela mais rica,
oferecendo serviços e classes mais comumente encontrados em escolas particulares
de alto padrão.
Seus atrativos incluem turmas pequenas e matérias extra curriculares disponíveis
nas séries do primário. Como muitas vezes cobram menos que outras escolas
particulares, essas católicas têm sido capazes de se manter e até mesmo,
crescer.
"Nossa concorrência ou o nosso padrão não é uma outra boa escola católica",
disse o reverendo Angelo Gambatese, da igreja de St. Stephen, que compartilha um
edifício com a escola. "São as melhores escolas independentes de Manhattan e
temos a intenção de oferecer o mesmo nível de desempenho que elas,
academicamente e em termos de desenvolvimento".
Mas se hoje em dia a escola tem uma boa recepção no bairro – a taxa de
matrícula em St. Stephen começa em menos de US$ 8.000, menos de um quarto do que
algumas das escolas particulares de Manhattan – seus administradores reconhecem
que não foi fácil chegar a este ponto. Há três anos, 46% dos alunos recebiam
almoço grátis ou a um valor reduzido, em respeito à missão da Igreja Católica de
atender aos mais pobres, este ano o número caiu para 17%.
A matrícula de estudantes afro-americanos caiu em
15%, a dos estudantes hispânicos em 33% e a escola, que vai até a oitava série,
tem uma média de notas baixas.
Patrick J. McCloskey, diretor de soluções de financiamento para escolas
católicas, uma iniciativa da Universidade Loyola de Chicago, disse que não era
incomum para as escolas tentar apelar para as famílias do bairro, pois a maioria
delas são fortemente ligadas a suas paróquias. "Mas educar os pobres também faz
parte da missão católica", explicou.
As escolas também tiveram que tomar cuidado para não comprometer a identidade
católica, para evitar de alienar seu núcleo tradicional. Em St. Stephen,
crucifixos são vistos em todas as salas de aula, orações são realizadas toda as
manhãs e a religião parece ser o único ponto no currículo que permaneceu
relativamente inalterado.
St. Stephen foi fundada em 1928, servindo as famílias da classe trabalhadora
da comunidade húngara do bairro a um custo de 50 centavos por mês. As freiras
dormiam onde hoje é o refeitório para crianças de 4 anos de idade.
Embora 70% dos alunos sejam católicos, um número que permaneceu inalterado, a
escola tem um foco mais franciscano de bondade e respeito, em vez de decretos
papais, o que a torna mais acessível para as famílias que normalmente não
imaginariam matricular seus filhos em uma escola católica.
Katherine Peck, a empreendedora de 33 anos responsável pela revitalização da
escola, também é uma diretora formada no ensino progressivo. As aulas não são
mais tão focadas apenas no professor, com os estudantes sentados nas carteiras
escolares passivamente, mas sim centradas no aluno com as crianças sentadas
juntas em mesas. Os alunos participam de festas mensalmente para mostrarem sua
escrita, menos ênfase é dada aos livros didáticos e há mais espaço para um
aprendizado com base prática. Além disso, cada sala de aula tem um sistema de
projeção interativo.
Peck, que é católica e frequentou a Escola de Professores da Universidade de
Columbia, disse que as escolas católicas lhes deram mais flexibilidade do que as
escolas públicas, onde já havia ensinado – ela também lecionou na Escola
Epiphany antes de se transferir para a St. Stephen. "Tudo o que eu estava
aprendendo eu podia por em prática na sala de aula", disse ela, em comparação
com a escola pública onde ela disse que todos são obrigados a ensinar a partir
do mesmo conceito e programa escolar.
Peck, que se sentava na frente de um retrato do papa João Paulo II, disse que
tinha que salvar a escola através da renovação de sua imagem para famílias que
podiam pagar as mensalidades e que conseguirão investir na escola.
"Nós estamos tentando fazer o melhor possível para manter a diversidade à
medida que a escola está mudando", disse ela, acrescentando que a estabilização
da escola era o seu foco principal em seus primeiros anos.
Esses esforços foram recompensados. Hoje existem 13 professores trabalhando
em período integral, graças ao sucesso recente na arrecadação de recursos.
O fundo anual da escola levantou US $ 2.000 há três anos, este ano, cerca de
US $120.000 foram prometidos. O leilão da primavera arrecadou US $ 60.000, acima
de US $ 20.000 de dois anos atrás. Um evento de golfe para arrecadar fundos que
ocorreu em Pelham, Nova York, na primavera deste ano, arrecadou US $ 10.000. E
quando a escola fez um apelo para comprar seis novos iPads, há algumas semanas
atrás, avós doaram o suficiente para comprar nove. Este verão um laboratório de
ciências no valor de US $ 250.000 será concluído.
FONTE: IG.COM
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