Os trabalhadores técnico-administrativos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) irão retomar suas atividades a partir dessa quarta-feira (29). Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (28), em uma das unidades do Restaurante Universitário, no Centro, a categoria decidiu por fim ao movimento grevista que já se arrastava há 77 dias. A decisão seguiu a recomendação do comando nacional de greve, que orientou pela volta aos trabalhos a partir de ontem. O fim da mobilização foi motivado pela assinatura de um acordo com o Governo federal, que aconteceu na última sexta-feira. Segundo o entendimento firmado entre as partes, o servidores receberão um reajuste de 15,8%, diluídos nos próximos três anos. A primeira parcela do aumento, acréscimo de aproximadamente 5%, será efetuada em março do ano que vem. A terceira e última acontece em março de 2015. O impacto orçamentário para o Executivo será de R$ 2,9 bilhões.
"Não foi uma negociação fácil, e nem chegamos aos patamares que queríamos. Porém, se o reajuste de 15,8% não era suficiente para tirar a categoria da greve, o Governo melhorou alguns pontos de nossa carreira, o que possibilitou a assinatura do acordo", explica Maria Ângela Ferreira da Costa, representante local no comando nacional de greve. Entre as conquistas citadas, está o aumento dos percentuais e extensão do incentivo à qualificação dos servidores. Outra vitória seria a evolução do step, diferença entre o salário base e os demais degraus dentro da carreira, dos atuais 3,6% para 3,8% em 2015.
A assinatura do acordo aconteceu depois que mais de 70% das assembleias de base se posicionaram favoráveis ao entendimento. Das 59 universidades em greve, em 42 os servidores aceitaram a proposta governista. Em apenas 16, entre elas a UFJF, os técnico-administrativos foram contrários ao acordo. Em uma delas, os trabalhadores se abstiveram. Um dos receios dos juiz-foranos era de que a proposição engessasse a categoria nos próximos três anos, justamente pelo reajuste que será dado pelo Executivo não cubra as perdas inflacionários de 2011 e 2012.
"Colocamos para o comando nacional que a assembleia e o comando local de Juiz de Fora tinham este entendimento. O que foi avaliado pelos representantes nacionais da categoria é de que não ficaríamos engessados. Se precisarmos fazer uma greve amanhã ou depois, vamos fazer. Isso foi colocado para o Governo. A categoria não está saindo do movimento satisfeita com estes 15,8%. Isso não é nada. É uma ofensa", resumiu Maria Ângela.
A greve dos servidores comprometeu o funcionamento de unidades como bibliotecas, restaurantes universitários, central de atendimento, secretarias, coordenações, laboratórios e setor de transporte. Serviços essenciais como os prestados nos hospitais universitários e de segurança foram mantidos. Com suas atividades paralisadas há 98 dias, os professores da rede federal de ensino, ligados a UFJF e ao IF Sudeste, realizam uma assembleia hoje à tarde para deliberarem sobre os rumos do movimento.
FONTE: TRIBUNA.COM
28 de ago. de 2012
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