O PSOL pediu a impugnação em Minas Gerais de 14 coligações de seus próprios candidatos por causa de alianças com legendas consideradas pelo partido como de direita. Resolução aprovada em junho pelo PSOL veta totalmente alianças com PSDB, DEM, PMDB, PR, PTB, PSD, PRB e PP . De acordo com o secretário do PSOL em Minas, Carlos Campos, a legenda autoriza sem restrição apenas alianças com PSTU e PCB. Com partidos de “centro como PT, PCdoB e PSB”, segundo ele, a coligação até pode ser feita, mas o PSOL tem de ser o cabeça de chapa. “E as alianças com esses partidos de centro devem levar em conta critérios políticos locais e uma atuação mais à esquerda dessas legendas”, disse Campos.
Por deliberação da direção nacional, nenhuma das alianças com os partidos vetados foi aceita. “O entendimento do PSOL é que esses partidos configuram um campo à direita da sociedade brasileira”, diz uma nota do partido sobre o caso. O PSOL foi fundado em 2004 por dissidentes petistas inconformados com os rumos da legenda depois da chegada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2003. Em todo o Brasil, o partido pediu a dissolução de alianças em 150 municípios por causa de chapas com legendas de direita.
Em Minas Gerais, no entanto, a decisão não tem a concordância de seus filiados. A Comissão Provisória do PSOL em Sete Lagoas, Região Central, entrou com uma ação na Justiça para tentar impugnar o veto à coligação do partido com o PMDB. No município, Paulo Henrique França Canabrava, do PSOL, era o candidato a vice do peemedebista Múcio Reis. A pedido do PSOL nacional, o registro da chapa foi impugnado. Para não correr risco. Múcio Reis já articula um nome de um integrante de seu partido para compor a chapa. O PSOL de Sete Lagoas tentou uma liminar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) para suspender a decisão da Justiça local, que não acatou o registro da chapa, mas não obteve sucesso.
De acordo com o PSOL, a direção nacional teria de ter publicado as regras sobre coligação até 10 de abril. A resolução nacional vetando as coligações é datada de 17 de junho. A liminar foi negada pelo juiz Maurício Pinto Ferreira sob o argumento de que o indeferimento não impede os candidatos de fazer campanha e disputar até que seja dada uma decisão final.
PÁGINA VIRADA Em carta, a coligação de Múcio e Paulo Henrique, batizada de Sete Lagoas merece mais, contesta a posição da direção nacional do partido. “Convenhamos que depois do fim da Guerra Fria, da queda do Muro de Berlim e de a China haver se tornado um grande país capitalista, esse rótulo já não se aplica a nenhuma situação. Isso é coisa do passado, página virada da história”, diz a carta.
Em nota, a direção nacional do PSOL, comandado pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), diz que nenhuma aliança com PSDB, DEM, PMDB, PR, PTB, PSD, PRB e PP foi acatada, independentemente das razões que motivaram tais composições. “O entendimento do PSOL é que esses partidos configuram um campo à direita da sociedade brasileira, são instituições orgânicas do grande capital e se configuram como um bloco conservador de sustentação ao regime político atual, que privilegia uma minoria em detrimento das maiorias excluídas do Brasil”, diz a nota.
FONTE: ESTADO DE MINAS.COM
2 de ago. de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário